maio 13, 2009

Motivos para a Grande Guerra


Esta parte do Cássio fala dos motivos para a eclosão da 1ª Guerra Mundial (1914-1918) ou Grande Guerra. Uma pequena parte dos motivos ele já cobrou na prova passada (tem no resumo antigo), que fala da política externa da Grã-Bretanha, da Supremacia Européia no cenário internacional, da anarquia internacional... Enfim, vamos continuar com a matéria da segunda etapa, que engloba o período de 1870 a 1914, quando começou a Guerra.




  • Questão do Oriente

Um dos motivos que mais causou instabilidade no cenário internacional pré-Guerra foi a Questão do Oriente, que envolve a decadência do Império Turco-Otomano (controlado pelo califa, chefe da UMMA - comunidade islâmica, e sucessor de Maomé) e a disputa de seus vastos territórios (que envolvem o Oriente Médio e a região dos Bálcãs). A decadência desse gigante se deu, principalmente, pela diversidade étnica e cultural presente em seus territórios, o que gerou movimentos separatistas, em especial da parte dos povos cristãos (gregos, eslavos, romênios e armênios). Outro motivo era o grande atraso econômico e tecnológico do Império Turco, baseado na agricultura (sociedade arcaica). Em último, mas não menos importante, vem o motivo do Imperialismo Ocidental, que buscava a desintegração do território Turco; dentre tais imperialistas, o mais evidente era Rússia, que buscava uma saída para o Mediterrâneo e o controle da região do Cáucaso (ver mapas).

Todos esses fatores, especialmente o do imperialismo russo, levaram à Guerra Russo-Turca, em 1877-1878. Nessa guerra, a Rússia sai vencedora, anexando territórios no Mar Negro e no Cáucaso, além de apoiar a independência da Sérvia e da Romênia. A Bósnia também conseguiu ficar livre do Império Turco-Otomano, mas acabou sendo anexada pelo Império Áustro-Húngaro (ou simplesmente Áustria-Hungria - AH).

  • Anarquia Internacional

A ausência de um organismo internacional que reunisse as principais potências com o objetivo de manutenir a paz e a ordem ("Concerto Europeu") gerou uma atmosfera de tensão, especialmente com a ascensão da Alemanha, que ameaçou e acabou com a hegemonia da Grã-Bretanha.

  • Imperialismo Capitalista

Apontado por muitos (marxistas, inclusive) como principal motivo para a eclosão da guerra, o capitalismo financeiro-monopolista aumentava a competição por colônias e mercados consumidores. A entrada da Alemanha de forma tardia nesta corrida capitalista também abalou a conjectura econômica/política da época.

  • Causas Nacionalistas

Chauvinismo ou Jingoísmo são nomes dados para o nacionalismo ou revanchismo extremo contra algum "inimigo histórico" externo. São exemplos da época:

  1. Revanchismo Francês: por ter perdido a Guerra Franco-Prussiana para a Alemanha e a Prússia, os franceses buscavam vingança e logravam recuperar os territórios da Alsácia-Lorena, perdidos na mesma guerra.

  2. Pangermanismo: união ou aliança entre os povos germânicos (especialmente os alemães), o que favoreceu a aliança entre Alemanha, Áustria-Hungria e Prússia contra os eslavos, tidos como ameaça ao Império Alemão (que veremos em breve).

  3. Pan-eslavismo: união ou cooperação entre os povos eslavos (russos, sérvios, tchecos), dando destaque à Rússia como "defensora dos povos eslavos".

  4. Iugoslavismo: ideal de união dos povos eslavos do sul (Iugoslavos) para a criação da Iugoslávia (ou Grande Sérvia, que era o ideal expansionista sérvio). Foi direcionado contra a Áustria-Hungria, que ocupava a Bósnia.




  • Questão Alemã

Uma das mais complexas questões pré-Guerra, a questão da Alemanha pode ser dividida em 3 fases:

  1. Unificação (1864 - 1871)

O chanceler alemão Otto von Bismarck, apoiado militarmente e politicamente pelo Rei da Prússia, Guilherme I, foi o principal responsável pela unificação dos reinos alemães em 1871, após vários conflitos com as potências vizinhas (principalmente contra a França, na Guerra Franco-Prussiana de 1870-71). Com a unificação e a criação do II Reich (Segundo Império) Alemão, o país se tornou a maior potência industrial e militar do Cosmos, quebrando o equilíbrio de poder no continente e acabando com a hegemonia Britânica (no quesito industrial). Restava a dúvida: usar este poder adquirido para manter o "Concerto Europeu" ou para impor a hegemonia alemã? As duas eras que sucedem são respostas constrastantes à tal pergunta:

  1. Era Bismarckiana (1871 - 1890)

Bismarck, assumindo o papel de Chanceler Imperial do II Reich, preferiu manter, de certa forma, o equilíbrio de forças na Europa, exercendo um colonialismo moderado (para não irritar os ingleses) e forjando alianças (exemplo: em 72, foi assinado com a Rússia e a Itália um acordo dos 3 Imperadores, contra qualquer movimento revolucionário que ameaçasse o poder monárquico). Tal política (Real Politik) de equilíbrio de forças envolvia a preservação da unidade do recém-formado Estado alemão e do poder monárquico, além de provocar um isolamento diplomático da França (para que esta não conseguisse um aliado que a ajudasse a recuperar os territórios perdidos para a Alemanha), e um acordo que confirma tal politica é o assinado em 82 com Áustria-Hungria e Itália contra a França. E falando em acordos, outro que Bismarck firmou foi o Resseguro, de 87, garantindo uma política de não-agressão mútua com os russos.

  1. Era Guilhermina (1890 - 1918)

Com a morte do Rei (Kaiser) Guilherme I, assume seu filho Guilherme II, que tem o ideal de usar o poder alemão para impor o II Reich na Europa. Sua primeira medida é despedir o chanceler Bismarck. Para que demití-lo? Porque, por mais que ele tenha desenvolvido o país, ele o fez criando alianças, sem impor o poderio alemão, o que possibilitou um maior desenvolvimento das outras potências em detrimento da Alemanha na Era Bismarckiana. Além disso, a modernização durante um governo autoritário gera ideais revolucionários das classes operária e média, ameaçando o poder da monarquia e dos "Junkers" (aristocratas militaristas da Prússia). Para amenizar tais pressões populares, Guilherme II lançou uma política Nacionalista Imperialista de Engrandecimento da Alemanha, gerando um sentimento nacionalista expansionista e de apoio à monarquia. Tal política recebeu o nome de Weltpolitik e tinha por objetivo a imposição do poderio do II Reich. Inicialmente com a criação de uma grande Marinha (Grã-Bretanha ficou desesperada e começou uma corrida naval), com o fortalecimento da aliança com a Áustria-Hungria e com o afastamento da Rússia (considerada inimiga - eslava).

O afastamento de Rússia e Alemanha favoreceu enormemente a Rússia, pois esta se aproximou da França e da Grã-Bretanha, formando a Tríplice Entente (1907). Estando aliados aos franceses, os russos começaram a desenvolver seu exército, ameaçando o poderio bélico da Alemanha. Estando cercada de potências rivais e com a desenvolvimento militar russo, o raciocínio alemão começou a ser: melhor guerrear enquanto ainda estou mais forte (gerou tensão na Europa).

  • Crises internacionais/regionais
  1. Marrocos, 1906-1911: França e Alemanha lutam pelo apoio marroquino. Alemanha se retira do país em 1911.

  2. Bálcãs, 1908: Áustria-Hungria anexa a Bósnia, gerando o surgimento de grupos de oposição terroristas na região - Jovem Bósnia e Mão Negra.

  3. Bálcãs, 1912-1913: Guerras Balcânicas - fortalecimento militar e político-regional da Sérvia.

  4. Bósnia, 1913-1914: assassinato do Arqueduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono da Áustria-Hungria, numa visita à cidade de Sarajevo. O assassino era do grupo Jovem Bósnia. A Áustria-Hungria acusa a Sérvia pelo ataque, precipitando a guerra.

Começa então a Grande Guerra de 1914, com um arqueduque morto e declarações de guerra a torto e a direito. Depois de 4 anos de Guerra, Impérios varridos do mapa, uma nova potência surgindo... É muita emoção. Não perca, no próximo capítulo de A GRANDE GUERRA.

Ok, autismos à parte, é isso. Qualquer erro, dúvida, sugestão, frase célebre, só comentar.

Aula de tarde (14h às 18:30h) no Galois da L2. Só me procurar no colégio (se não me achar: 81472185).

Abraços!

14 comentários:

Anônimo disse...

Cai essa parte mais detalhada da Alemanha na prova?

Abraço, Pedrao.

Anônimo disse...

cai a questão alemã na prova?

Anônimo disse...

Cai nao ele fez essa parte do resumo só pra enxer linguiça mesmo ANIMAL

Anônimo disse...

ah

Anônimo disse...

Nossa credo, ele só fez uma pergunta!

Anônimo disse...

felix, vai cair em 1 Guerra Mundial: o conflito militar e suas consequencias ??

Unknown disse...

auhuahuahuahuah... o povo só pode tah de sacanagem...

felix agora fazendo da história mundial uma novela ; )

desideratum disse...

Na verdade a Alemanha só quis fazer uma visita aos países vizinhos, em todas as guerras.

Anônimo disse...

é. eu gosto de linguiça.
boa ideia Felix

desideratum disse...

'o que favoreceu a aliança entre Alemanha, Áustria-Hungria e Prússia'

na verdade a prússia tinha anexado os demais povos germânicos vizinhos formando a alemanha (deutschland = terra dos teutos) portanto ela não fazia parte dessa aliança, uma vez que já estava dentro da alemanha

Anônimo disse...

RONALDO

Anônimo disse...

Em Era Bismarckiana a aliança não foi entre a ITALIA a alemanha e a Austro-hungria e sim entre a RUSSIA a Alemanha e a AH.

Anônimo disse...

cai 1 guerra mundial?
grato

Anônimo disse...

adriano, ta me ouvindo ?!

xinéloo, cade o xinelo ?