maio 07, 2009

Iluminismo - Rousseau - Kant

A matéria começa com Iluminismo, mas como o Iluminismo tem bases no Liberalismo (de John Locke e Adam Smith), vamos dar uma geral no Liberalismo.

O liberalismo é uma corrente ideológica que prega, como o nome sugere, a liberdade - do indivíduo e da sociedade, como um todo. O Liberalismo se mostra em diversos campos, tais como o da política, o da sociedade, o da religião, o da ética e o da economia.

  • Na política: vai contra o Absolutismo. É a favor de um Estado representativo, ou seja, que represente a vontade da população e atue como mediador das decisões, usando os impostos para garantir os direitos naturais do cidadão (depois eu falo dos direitos naturais quando falar de contrato social).
  • Na ética: prega a liberdade de pensamento e de expressão, baseando-se no fato de que não existe verdade tida como absoluta.
  • No campo econômico (Adam Smith): o Estado deve intervir o menos possível na economia, dando espaço para a livre iniciativa (investimentos/propriedade privada).
  • No “social”: garantia dos direitos naturais e da igualdade jurídica.
  • No religioso: extensão do campo ético, não há verdade religiosa absoluta, o que vai contra o Clericalismo presente desde a Idade Média. Prega a tolerância religiosa.

Agora que vimos as teorias liberais, vejamos a importância delas para os Iluministas. O Iluminismo foi um movimento filosófico que se baseava na razão (luz = razão) como fonte do progresso material, intelectual e moral, tornando-se, assim, o caminho para a verdade e para a felicidade. Os iluministas questionavam o Estado Absolutista e o Clericalismo da Igreja, por serem baseados em princípios arbitrários (não-racionais). As características gerais do Iluminismo são, então:
  • Bases liberais, como a luta contra o Absolutismo e o Clericalismo, a busca da igualdade jurídica (todos são iguais perante a lei), a liberdade de expressão e a liberdade de comércio (controlado pelo Estado Absolutista antes da Revolução).
  • Valorização da razão acima da emoção e da crença ( a razão não mais vem de Deus, mas é característica inerente ao homem).
  • Incentivo ao estudo científico, pois a ciência e a técnica, aliadas, dominam a natureza e transformam a realidade.
  • Divulgação através dos “enciclopedistas” (d’Alambert e Diderot – criação/publicação da Enciclopedie, conjunto de livros com estudos de diversas áreas do conhecimento (biologia, matemática, engenharia, etc.).
  • Apoio da burguesia, que viu no Ilustracionismo (outro nome para Iluminismo) uma ideologia capaz de acabar com o poder absoluto do rei e do senhores feudais, que restringiam sua participação no poder financeiro e político.
Com esses pontos em comum, temos as especificidades de cada iluminista:
  • Voltaire: enciclopedista e iniciador do Deísmo (crença de que existe um Deus racional, que criou o Universo de acordo com leis racionais e que não mais interfere na vida do homem – sendo assim, não há porque seguir nenhuma religião).
  • Montesquieu: criação da teoria do Estado Tripartite (com divisão do poder em Executivo, Legislativo e Judiciário – sendo assim, o poder não fica concentrado e pode ser controlado pelas leis).
  • Rousseau: questionou a valorização exacerbada da razão, colocando a emoção no mesmo patamar. Foi o mais popular entre os camponeses na época da Revolução Francesa, por ser contra a propriedade privada burguesa, fonte da desigualdade entre os homens.

Iluminismo e Revolução Francesa: o movimento mais claro com influências iluministas foi a Revolução Francesa de 1789. Tal Revolução foi, antes de tudo, uma revolução burguesa: através dela, a burguesia (com apoio inicial do povo) ascendeu ao poder, derrubando o Absolutismo Francês. A separação da Igreja e do Estado é um exemplo do anti-clericalismo iluminista. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão cria um Estado representativo burguês, com base no voto censitário e na proteção aos direitos naturais do homem (vida, propriedade privada, paz, liberdade). Podemos então, com isso, entender o lema dos revolucionários: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” – liberdade política, religiosa, econômica; igualdade jurídica e fraternidade – sentimento de soberania do povo.


Agora, vejamos os contratualistas. Que é o contrato social? É um contrato imaginário que se realiza entre o Estado e a sociedade, que define os papéis de cada um nessa relação. Na verdade, a matéria é o contratualista Rousseau, mas para entender o contexto e o significado de seu contrato, devemos olhar para Hobbes e Locke, seus antecessores:
  • Hobbes: viveu na época da Revolução Puritana, na Inglaterra (guerra civil), o que o influenciou muito em sua teoria contratualista. Para ele, o Estado deve ser absoluto para conter o espírito egoísta do homem (estado natural). Para tal, a população deve abrir mão de sua liberdade para o Estado, que garante a paz e a vida (segurança) da população. Se a população não concorda com o governo, não se pode lutar para derrubá-lo.
  • Locke: não acredita que o homem é mau naturalmente, como dizia Hobbes. Para Locke, toda ação do homem é em função de seus interesses – se essas ações beneficiam a sociedade, ele é bom “por acaso”. Sendo assim, o Estado deve representar a sociedade e mediar as decisões sociais, garantindo a liberdade, a propriedade e a vida (direitos naturais inalienáveis). O Estado não pode ser absoluto, e a população tem o direito e o dever de derrubar seus representantes caso estes não estejam defendendo os interesses da população (no caso, os interesses da burguesia, que produz e paga impostos – aqueles que não pagam impostos, não têm direito de pertencer à sociedade, pois não contribuem de nada para o bem geral).
  • Rousseau: baseado na teoria do “bom selvagem”, Jean Jacques Rousseau dizia que o homem, em seu estado natural, é bom (a sociedade o corrompe). O Estado deve representar e garantir a soberania do povo, devendo ser derrubado quando a sobrepõe (deve haver uma conscientização do povo sobre a democracia, forçando uma revolução que o leve ao poder). Para Rousseau, o Estado só tem validade (legitimidade) se for unânime, ou seja, representar a vontade geral da população (que é mais do que a soma das vontades – é a intercessão, digamos assim, que representa o “bem geral”).
Contrário à valorização exagerada da razão, Rousseau propõe que emoção e razão sejam usadas com igual proporção (essa revalorização da emoção faz dele um precursor do romantismo). Em consonância com isso, propõe que a educação seja valorizada desde a infância, pois a criança (ser mais emocional) alia suas emoções à razão, podendo se conscientizar de sua realidade como um todo e, assim, questioná-la. Questionar por exemplo a existência da propriedade privada que, para o iluminista, é a origem da desigualdade entre os homens – sendo assim, a sociedade burguesa é usurpadora e opressora).

Obras:
  • “Discurso sobre as origens e os fundamentos da desigualdade entre os homens”: questiona a legitimidade da propriedade privada e, consequentemente, da sociedade burguesa.
  • “Emílio”: fala da importância da educação, especialmente na infância (pedagogia).
  • “Do contrato social”: versa sobre o contrato entre o Estado e o povo, a soberania popular e a democracia (pré-socialista).



Agora, para acabar, Kant.

O filósofo alemão Immanuel Kant (1724 – 1804) criticou as duas correntes filosóficas contrastantes da época, o racionalismo cartesiano (Descartes) e o empirismo de Locke e Hume. Em linhas gerais:
  • Racionalismo: a razão é inata (ou seja, já nascemos com ela) e vem de Deus, que é um ser superior que nos dotou de razão para entendermos e transformarmos a realidade.
  • Empirismo: a razão não serve de nada sem a experiência. É através da experiência que a verdade é alcançada e a realidade é moldada (pelo trabalho humano).
Kant quebra com essa dicotomia (diferença teórica) e elabora sua teoria:
  • A razão é uma estrutura vazia (razão pura) que, sem a experiência, não serve de nada. A razão é como uma estante, composta de prateleiras (categorias como causalidade, finalidade, quantidade, veracidade...) que devem ser preenchidas com o conhecimento.
  • O conhecimento é o resultado da transformação da realidade orgânica (natureza em si) pelo uso da razão, no decorrer das experiências.
  • A razão é universal e a priori (igual para todos e ‘inicial’, ou seja, está desde o princípio da formação do conhecimento e é ferramenta essencial para tal) e a experiência é individual e a posteriori (única e ‘posterior’, ou seja, vem com o tempo e com a vivência), sendo a experiência que define cada ser humano.
  • O limite do saber racional está na existência, ou seja, só se pode alcançar o conhecimento (pela razão) sobre um objeto se este existir no mundo dos fenômenos ou sensorial. Daí a importância que Kant dá para a crença religiosa: o que o saber racional não alcança, ou seja, o mundo transcendental, pode ser “compreendido” através da vida espiritual.
  • Revolução Copernicana na Filosofia: assim como Copérnico na astronomia ( trouxe a teoria heliocêntrica – Sol, ao invés da Terra, no centro), Kant trouxe o sujeito para o centro do estudo, com o objeto de estudo “ao redor” dele. (Félix, num entendi nada, explica de novo? Explico.) Antes, o objeto ficava no centro do estudo e o sujeito (o filósofo) rodeava o objeto, estudando-o por todos seus ângulos (sendo assim, não há nada que a razão não explica – não há mundo transcendental). Com Kant, o sujeito é levado para o centro, com o objeto rodeando-o (ou seja, não necessariamente o sujeito consegue abordar o objeto por todos os ângulos, dando margem ao mundo que a razão não explica – o mundo transcendental ou numênico.

É isso aí. Foi malz a demora. português e artes até amanhã 12:50.

Abraços,
Félix.

27 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom o resumo Félix. (:
Tem mais alguma coisa que vai cai na prova?

Abração, Pedrão

Anônimo disse...

ATAQUE DA COBRA!

Anônimo disse...

coloca as frases by thi e alessandro de novo.

beijos paola :*

Anônimo disse...

Félix,
você esqueceu de dar o Hegel.
Beijos.
M.T.

Mateus Félix disse...

pois é
mas é que na ditadura não davam o hegel. aí eu achei mais sábio não arriscar.

pedrão, é só isso mesmo. mostrei o esquema (pré-resumo) pro Eduardo e ele disse que tá bom e que é só isso

Abraços!

Anônimo disse...

É DULCINÉIA MARQUES AGORA
ABRAÇO
MARCOS

Anônimo disse...

Félix,
parabéns pelo resumo. Porém, hei de ressaltar: achei estranha a sua definição de fraternidade como o sentimento de soberania do povo. Para mim, fraternidade é mais um sentimento de pertencimento consciente à um grupo, e, portanto, a equivalência entre os indivíduos que o compõem. Além disso, a sua definição de empirismo ficou meio confusa a meu ver. Está tudo bem com você? Por que faltastes hoje?

George.

Anônimo disse...

Socorro, cadê os resumos de português e de artes? VOOOU MORREEEEER. TE AMO DEMAIS!

Anônimo disse...

Cadê o resumo de artes?
c tá bem?

Anônimo disse...

felix queridinho cadê?????? voce nao sabe que tem gente dependendo de voce? obrigada pelo resumo, ta muito bom

Mateus Félix disse...

RESUMOS ATÉ AS 8. FOI MAL, NÃO PUDE FAZER HOJE (INCLUSIVE FALTEI À AULA. TO TRABALHANDO AGORA!)
ABRAÇOS

Anônimo disse...

ta otimo o resumo!!!
beijos anjinho ;*

Anônimo disse...

Menino Félix,melhore um pouco mais os resumos,visto que um número x de pessoas deverá perder as férias de julho e quem sabe de dezembro.Se o senhor fosse judeu,certamente as pessoas dessa humilde escola estariam melhor preparadas para a vida.Díficl para vocês,mas para nós judeus,ser rico é um bônus.

Atenciossamente,
Senor Abravanel

Anônimo disse...

oxi que ser estranho oO

Anônimo disse...

Félix, qual o conceito de priori?
seria a essência do pensamento?

Romulo

Anônimo disse...

félix
você escreveu "intercessão". O certo seria intersecção...

Anônimo disse...

ele disse pra nao corrigir erro de portugues se nao for resumo de portugues porra

Mateus Félix disse...

shuahsauhaush
malz os erros de português
e a priori e a posteriori são apenas termos em latim que querem dizer a princípio e posteriormente, nessa ordem. Ou seja, se uma coisa é a priori, como a razão, ela já existe desde o princípio (é inata, mesmo sendo vazia). A posteriori, então, é o que se aprende ou o que se conhece com a experiência e a razão.

Abraços,
Félix

PS: Señor Abravanel, estou fazendo o que posso para ajudar a diminuir esse número x de pessoas com os plantões e os resumos. Se não estiver ajudando, só falar que eu paro.

Anônimo disse...

ATAQUE DO PICA-PAU!

Anônimo disse...

Ataque da cobrinha fanfarrona!!

Anônimo disse...

oo abravanel vc é tao covarde a ponto de nao citar o seu nome entao fika de boa se nao vai ter retaliacao. os resumos do felix nao sao, obviamente, melhores que estudar diariamente mas o que ele faz ajuda muita genet. o que vc faz alem de insultar os outros porra!!!
continue assim felix

Anônimo disse...

TERIA A OBRA 'EMÍLIO' ALGUMA COISA A VER COM O TIO EMILIANO??/ DIZ QUE SIIIIM, VAAAAAAAAAI!!! =DDD

Anônimo disse...

O lema fraternidade não faz parte da revolução francesa. Foi introduzido pelos após ela, pelos Jacobinos quando no poder.

Philosopho

Anônimo disse...

o período dos jacobinos no poder é considerado pela historiografia como parte da revolução francesa(1789-1799)

Anônimo disse...

ATAQUE SUÍNO! ATCHIIIM

Anônimo disse...

Philosopho,
o termo "fraternidade" faz sim parte do lema da Revolução Francesa, ele não faz parte do lema iluminista: "Igualdade, Liberdade, Progresso".

George.

Anônimo disse...

Caro George,
Suas opniões devaneias e sofistas associadas a elucidações levianas pouco contribuem para a absorvição de conteúdos e o processo de aprendizado,ambas prerrogativas dos resumos.Deveria se calar a máxima de Anaximes "não criticar o próximo em público para obtenção de vantagem".
Aluno Anônimo