O liberalismo é uma corrente ideológica que prega, como o nome sugere, a liberdade - do indivíduo e da sociedade, como um todo. O Liberalismo se mostra em diversos campos, tais como o da política, o da sociedade, o da religião, o da ética e o da economia.
- Na política: vai contra o Absolutismo. É a favor de um Estado representativo, ou seja, que represente a vontade da população e atue como mediador das decisões, usando os impostos para garantir os direitos naturais do cidadão (depois eu falo dos direitos naturais quando falar de contrato social).
- Na ética: prega a liberdade de pensamento e de expressão, baseando-se no fato de que não existe verdade tida como absoluta.
- No campo econômico (Adam Smith): o Estado deve intervir o menos possível na economia, dando espaço para a livre iniciativa (investimentos/propriedade privada).
- No “social”: garantia dos direitos naturais e da igualdade jurídica.
- No religioso: extensão do campo ético, não há verdade religiosa absoluta, o que vai contra o Clericalismo presente desde a Idade Média. Prega a tolerância religiosa.
Agora que vimos as teorias liberais, vejamos a importância delas para os Iluministas. O Iluminismo foi um movimento filosófico que se baseava na razão (luz = razão) como fonte do progresso material, intelectual e moral, tornando-se, assim, o caminho para a verdade e para a felicidade. Os iluministas questionavam o Estado Absolutista e o Clericalismo da Igreja, por serem baseados em princípios arbitrários (não-racionais). As características gerais do Iluminismo são, então:
- Bases liberais, como a luta contra o Absolutismo e o Clericalismo, a busca da igualdade jurídica (todos são iguais perante a lei), a liberdade de expressão e a liberdade de comércio (controlado pelo Estado Absolutista antes da Revolução).
- Valorização da razão acima da emoção e da crença ( a razão não mais vem de Deus, mas é característica inerente ao homem).
- Incentivo ao estudo científico, pois a ciência e a técnica, aliadas, dominam a natureza e transformam a realidade.
- Divulgação através dos “enciclopedistas” (d’Alambert e Diderot – criação/publicação da Enciclopedie, conjunto de livros com estudos de diversas áreas do conhecimento (biologia, matemática, engenharia, etc.).
- Apoio da burguesia, que viu no Ilustracionismo (outro nome para Iluminismo) uma ideologia capaz de acabar com o poder absoluto do rei e do senhores feudais, que restringiam sua participação no poder financeiro e político.
- Voltaire: enciclopedista e iniciador do Deísmo (crença de que existe um Deus racional, que criou o Universo de acordo com leis racionais e que não mais interfere na vida do homem – sendo assim, não há porque seguir nenhuma religião).
- Montesquieu: criação da teoria do Estado Tripartite (com divisão do poder em Executivo, Legislativo e Judiciário – sendo assim, o poder não fica concentrado e pode ser controlado pelas leis).
- Rousseau: questionou a valorização exacerbada da razão, colocando a emoção no mesmo patamar. Foi o mais popular entre os camponeses na época da Revolução Francesa, por ser contra a propriedade privada burguesa, fonte da desigualdade entre os homens.
Iluminismo e Revolução Francesa: o movimento mais claro com influências iluministas foi a Revolução Francesa de 1789. Tal Revolução foi, antes de tudo, uma revolução burguesa: através dela, a burguesia (com apoio inicial do povo) ascendeu ao poder, derrubando o Absolutismo Francês. A separação da Igreja e do Estado é um exemplo do anti-clericalismo iluminista. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão cria um Estado representativo burguês, com base no voto censitário e na proteção aos direitos naturais do homem (vida, propriedade privada, paz, liberdade). Podemos então, com isso, entender o lema dos revolucionários: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” – liberdade política, religiosa, econômica; igualdade jurídica e fraternidade – sentimento de soberania do povo.
Agora, vejamos os contratualistas. Que é o contrato social? É um contrato imaginário que se realiza entre o Estado e a sociedade, que define os papéis de cada um nessa relação. Na verdade, a matéria é o contratualista Rousseau, mas para entender o contexto e o significado de seu contrato, devemos olhar para Hobbes e Locke, seus antecessores:
- Hobbes: viveu na época da Revolução Puritana, na Inglaterra (guerra civil), o que o influenciou muito em sua teoria contratualista. Para ele, o Estado deve ser absoluto para conter o espírito egoísta do homem (estado natural). Para tal, a população deve abrir mão de sua liberdade para o Estado, que garante a paz e a vida (segurança) da população. Se a população não concorda com o governo, não se pode lutar para derrubá-lo.
- Locke: não acredita que o homem é mau naturalmente, como dizia Hobbes. Para Locke, toda ação do homem é em função de seus interesses – se essas ações beneficiam a sociedade, ele é bom “por acaso”. Sendo assim, o Estado deve representar a sociedade e mediar as decisões sociais, garantindo a liberdade, a propriedade e a vida (direitos naturais inalienáveis). O Estado não pode ser absoluto, e a população tem o direito e o dever de derrubar seus representantes caso estes não estejam defendendo os interesses da população (no caso, os interesses da burguesia, que produz e paga impostos – aqueles que não pagam impostos, não têm direito de pertencer à sociedade, pois não contribuem de nada para o bem geral).
- Rousseau: baseado na teoria do “bom selvagem”, Jean Jacques Rousseau dizia que o homem, em seu estado natural, é bom (a sociedade o corrompe). O Estado deve representar e garantir a soberania do povo, devendo ser derrubado quando a sobrepõe (deve haver uma conscientização do povo sobre a democracia, forçando uma revolução que o leve ao poder). Para Rousseau, o Estado só tem validade (legitimidade) se for unânime, ou seja, representar a vontade geral da população (que é mais do que a soma das vontades – é a intercessão, digamos assim, que representa o “bem geral”).
Obras:
- “Discurso sobre as origens e os fundamentos da desigualdade entre os homens”: questiona a legitimidade da propriedade privada e, consequentemente, da sociedade burguesa.
- “Emílio”: fala da importância da educação, especialmente na infância (pedagogia).
- “Do contrato social”: versa sobre o contrato entre o Estado e o povo, a soberania popular e a democracia (pré-socialista).
Agora, para acabar, Kant.
O filósofo alemão Immanuel Kant (1724 – 1804) criticou as duas correntes filosóficas contrastantes da época, o racionalismo cartesiano (Descartes) e o empirismo de Locke e Hume. Em linhas gerais:
- Racionalismo: a razão é inata (ou seja, já nascemos com ela) e vem de Deus, que é um ser superior que nos dotou de razão para entendermos e transformarmos a realidade.
- Empirismo: a razão não serve de nada sem a experiência. É através da experiência que a verdade é alcançada e a realidade é moldada (pelo trabalho humano).
- A razão é uma estrutura vazia (razão pura) que, sem a experiência, não serve de nada. A razão é como uma estante, composta de prateleiras (categorias como causalidade, finalidade, quantidade, veracidade...) que devem ser preenchidas com o conhecimento.
- O conhecimento é o resultado da transformação da realidade orgânica (natureza em si) pelo uso da razão, no decorrer das experiências.
- A razão é universal e a priori (igual para todos e ‘inicial’, ou seja, está desde o princípio da formação do conhecimento e é ferramenta essencial para tal) e a experiência é individual e a posteriori (única e ‘posterior’, ou seja, vem com o tempo e com a vivência), sendo a experiência que define cada ser humano.
- O limite do saber racional está na existência, ou seja, só se pode alcançar o conhecimento (pela razão) sobre um objeto se este existir no mundo dos fenômenos ou sensorial. Daí a importância que Kant dá para a crença religiosa: o que o saber racional não alcança, ou seja, o mundo transcendental, pode ser “compreendido” através da vida espiritual.
- Revolução Copernicana na Filosofia: assim como Copérnico na astronomia ( trouxe a teoria heliocêntrica – Sol, ao invés da Terra, no centro), Kant trouxe o sujeito para o centro do estudo, com o objeto de estudo “ao redor” dele. (Félix, num entendi nada, explica de novo? Explico.) Antes, o objeto ficava no centro do estudo e o sujeito (o filósofo) rodeava o objeto, estudando-o por todos seus ângulos (sendo assim, não há nada que a razão não explica – não há mundo transcendental). Com Kant, o sujeito é levado para o centro, com o objeto rodeando-o (ou seja, não necessariamente o sujeito consegue abordar o objeto por todos os ângulos, dando margem ao mundo que a razão não explica – o mundo transcendental ou numênico.
É isso aí. Foi malz a demora. português e artes até amanhã 12:50.
Abraços,
Félix.
27 comentários:
Muito bom o resumo Félix. (:
Tem mais alguma coisa que vai cai na prova?
Abração, Pedrão
ATAQUE DA COBRA!
coloca as frases by thi e alessandro de novo.
beijos paola :*
Félix,
você esqueceu de dar o Hegel.
Beijos.
M.T.
pois é
mas é que na ditadura não davam o hegel. aí eu achei mais sábio não arriscar.
pedrão, é só isso mesmo. mostrei o esquema (pré-resumo) pro Eduardo e ele disse que tá bom e que é só isso
Abraços!
É DULCINÉIA MARQUES AGORA
ABRAÇO
MARCOS
Félix,
parabéns pelo resumo. Porém, hei de ressaltar: achei estranha a sua definição de fraternidade como o sentimento de soberania do povo. Para mim, fraternidade é mais um sentimento de pertencimento consciente à um grupo, e, portanto, a equivalência entre os indivíduos que o compõem. Além disso, a sua definição de empirismo ficou meio confusa a meu ver. Está tudo bem com você? Por que faltastes hoje?
George.
Socorro, cadê os resumos de português e de artes? VOOOU MORREEEEER. TE AMO DEMAIS!
Cadê o resumo de artes?
c tá bem?
felix queridinho cadê?????? voce nao sabe que tem gente dependendo de voce? obrigada pelo resumo, ta muito bom
RESUMOS ATÉ AS 8. FOI MAL, NÃO PUDE FAZER HOJE (INCLUSIVE FALTEI À AULA. TO TRABALHANDO AGORA!)
ABRAÇOS
ta otimo o resumo!!!
beijos anjinho ;*
Menino Félix,melhore um pouco mais os resumos,visto que um número x de pessoas deverá perder as férias de julho e quem sabe de dezembro.Se o senhor fosse judeu,certamente as pessoas dessa humilde escola estariam melhor preparadas para a vida.Díficl para vocês,mas para nós judeus,ser rico é um bônus.
Atenciossamente,
Senor Abravanel
oxi que ser estranho oO
Félix, qual o conceito de priori?
seria a essência do pensamento?
Romulo
félix
você escreveu "intercessão". O certo seria intersecção...
ele disse pra nao corrigir erro de portugues se nao for resumo de portugues porra
shuahsauhaush
malz os erros de português
e a priori e a posteriori são apenas termos em latim que querem dizer a princípio e posteriormente, nessa ordem. Ou seja, se uma coisa é a priori, como a razão, ela já existe desde o princípio (é inata, mesmo sendo vazia). A posteriori, então, é o que se aprende ou o que se conhece com a experiência e a razão.
Abraços,
Félix
PS: Señor Abravanel, estou fazendo o que posso para ajudar a diminuir esse número x de pessoas com os plantões e os resumos. Se não estiver ajudando, só falar que eu paro.
ATAQUE DO PICA-PAU!
Ataque da cobrinha fanfarrona!!
oo abravanel vc é tao covarde a ponto de nao citar o seu nome entao fika de boa se nao vai ter retaliacao. os resumos do felix nao sao, obviamente, melhores que estudar diariamente mas o que ele faz ajuda muita genet. o que vc faz alem de insultar os outros porra!!!
continue assim felix
TERIA A OBRA 'EMÍLIO' ALGUMA COISA A VER COM O TIO EMILIANO??/ DIZ QUE SIIIIM, VAAAAAAAAAI!!! =DDD
O lema fraternidade não faz parte da revolução francesa. Foi introduzido pelos após ela, pelos Jacobinos quando no poder.
Philosopho
o período dos jacobinos no poder é considerado pela historiografia como parte da revolução francesa(1789-1799)
ATAQUE SUÍNO! ATCHIIIM
Philosopho,
o termo "fraternidade" faz sim parte do lema da Revolução Francesa, ele não faz parte do lema iluminista: "Igualdade, Liberdade, Progresso".
George.
Caro George,
Suas opniões devaneias e sofistas associadas a elucidações levianas pouco contribuem para a absorvição de conteúdos e o processo de aprendizado,ambas prerrogativas dos resumos.Deveria se calar a máxima de Anaximes "não criticar o próximo em público para obtenção de vantagem".
Aluno Anônimo
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