junho 29, 2009

Caricaturas!



Só mostrando aqui as caricaturas que ainda não postei...





As duas de Paulo e Lacerda foram feitas pelo Rômulo (do 3ºD), assim como as dos Confort e do Pacato. As menores da imagem central são do irmão da Ana Bia.

Abraços e boas férias!

FIM

Acabando a saga de 3 semestres de resumos, aí vai o tão pedido de artes...

Visuais - últimas Vanguardas (pós-guerra) e Realismo

  • 10. NEOPLASTICISMO
  1. OBRA: Pintura em losango em vermelho, amarelo e azul.
  2. ARTISTA: Piet Mondrian
  3. O artista passa pelas fases naturalista, fauvista e cubista, até atingir a abstração (geométrica). Ele alcança o abstracionismo através de uma série de pinturas com tema “árvore”. Elimina do tema árvore as particularidades, atingindo a sua essência abstrata - foi influenciado pela teosofia.
  4. Para o artista a vida é pura atividade interior, e sem o desejo do objeto o indivíduo se aproxima da verdade.
  5. A harmonia e o rigor organizam o mundo de forma objetiva.
  6. Valoriza a linha reta e elimina as linhas curvas que provocam confusão no espírito humano.
  7. O artista deve minimizar qualquer expressão da individualidade na obra.
  8. Equilíbrio na simetria (razão áurea).
  9. Tintura linear, chapada.
  10. Sua medida estética é o cruzamento de uma linha horizontal com uma vertical.
  11. Utiliza cores primárias e chapadas.
  12. Lema: o fim (objetivo máximo) da natureza é o homemConstrutivismo, neoplasticismo e supremacismo = Abstração geométrica, sendo que o construtivismo e o suprematismo foram usados como forma de propaganda política e ideológica para os socialistas da URSS.
**Revista De Stijl (criou junto com amigos arquitetos - REVISTA “O ESTILO” = continha teoria e produtos de desenho industrial)


  • Dadaísmo
  1. Período da guerra
  2. Surge na Suíça (país neutro), num lugar multicultural -> “Cabaret Voltaire”
  3. Dzara, principal pintor dadaísta, estudou filosofia e era muito ligado à idéia Niilista (negação de tudo), criando o conceito da anti-arte.
  4. Enquanto o expressionismo tenta mudar o mundo com a revolta, o dadaísmo não tem objetivo; é mais irônico, debochado.
  5. Qualifica todas coisas já prontas (“ready made” objects”) como obras de arte, não pensavam em esculpir. Eles montava, acumulavam coisas de maneira improvisada e sem organização (assemblagem – do inglês assembling= montagem). Similar à colagem cubista.
  6. Gostam de letras, tipografia, agressividade. Queriam causar escândalo, chamar atenção, provocavam a polícia nazista (ex: exposição no banheiro do Cabaret).
  7. Crítica na ironia, humor negro
  8. Marcel Duchamp: diz que a pintura é uma arte já ultrapassada. Por exemplo: a Monalisa, tão cultuada pelos artistas, pode ser impressa em folhetos e transformada em objeto banal (daí ele faz uma banalização da monalisa, pondo-lhe um bigode – considerado de início um vândalo). Outra de suas “obras” é o mictório, considerado por ele uma obra de arte (exposta em museu). Atraiu muitos advogados jovens, interessados em investir em uma nova arte.

  • Surrealismo- Arte do fantástico, onírica (sonho). Obteve status de cultura “pop” pelo sucesso que fez.
  1. Alguns dadaístas viraram surrealistas. Na pintura, na escultura, na arquitetura... o surrealismo era a arte do abstrato misturada à falta de sentido do dadaísmo em meio a uma situação de tensão na Europa (guerras, crises).
  2. Tridimensional (luz e sombra); influência de Freud (sonhos, do comunismo; real + algo sem lógica; psicopatológica - Salvador Dali (sexualidade e obsessões)
  3. Ideologia (Dalí e Miró, baseados em Freud): capitalismo só funciona porque reprime as pessoas sexualmente - se tiver liberdade não haverá produção -> surrealistas buscam o desregramento, o choque do público. (Miró - misticismo)
  4. Os artistas fazem greves de fome para, como os santos, ter visões e alucinações (estados de êxtase) para poder, depois dos delírios, poder reproduzir tais “visões”.
  5. Obra surrealista: + dinâmica e rápida
  6. Automatismo: reproduziam/criavam as obras sempre que lhes “baixava” o espírito (tipo os resumos).
  7. A Metafísica influencia o surrealismo
  8. É a escola que menos destrói a forma, só criando outra realidade de delírio, sonho e fantasia. Usa pontos de fuga (renascimento) para isso.

  • Realismo (URSS e EUA - 1930)
“Nunca é a moda, mas nunca sai da moda”
  1. Exige vínculo com o estado (no caso da Guerra Fria, servia de propaganda política do socialismo e do capitalismo)
  2. Comunicação direta com o público, não destruindo as formas (formas realistas).
  3. Abandona o abstracionismo e adota o figurativismo
  4. Temas: exaltavam a capacidade de trabalho do povo soviético; a idéia principal seria motivar a superação das dificuldades do trabalho coletivo, realidade construída em torno do trabalhador idealizado (heroísmo exagerado): empenho, determinação e trabalho do povo soviético em detrimento do americano e vice-versa.
  5. Meios: pinturas, esculturas, cartazes, e objetos de uso cotidiano
  6. Eliminam imagens de velhos e crianças -> são inativos e não demonstram o trabalho e a austeridade do povo.

Cênicas – caderno:

Teatro Brasileiro à partir da década de 40


  • Teatro brasileiro de comédia (TBC)
  1. Objetivo: fazer um teatro de qualidade e puramente comercial
  2. fundado por Franco Zampari, vindo da Itália, em 1948
  3. Primeiro grupo a fazer pesquisas na área de consumo (para saber o que o povo queria ver nos teatros)
  4. Inovou na:
- Estética (diretores e bastidores com formação teatral
- Interpretação (profissional, com atores treinados)
- Qualidade dramatúrgica (textos trabalhados e seletos)
- Preferência por textos estrangeiros (maior qualidade)
  1. Contribuições do TBC:
- Teatro de equipe (todos profissionais, sem “panelinha”)
- Professionalização do fazer teatral
  1. O grupo encerra as atividades em 1964

  • Grupo Teatro de Arena

  1. Criado em 1953 por José Renato (brasileiro que estudou no exterior)
  2. Teatro político e social (crítica/denúncia)
  3. Proposta de teatro:
  4. Oposicionista » sistema captalista
  5. Nacionalista
  6. Popular
  7. Principais pensadores do grupo:
- Augusto Boal
- Guarnieri
  1. Nacionalização de Clássicos » adaptação para a realidade nacional
  2. Musicais (sistema curinga = 1 personagem conversava com o público, explicando as cenas, assim como o coro grego):
- Arena conta Tiradentes
- Arena conta Zumbi

  1. Censura militar:
- Teatro jornal (forma de encenação para burlar a censura, mostrando a realidade entre os fatos da imprensa censurada)
- Dramaturgia Simultânea (público da idéia, e o ator improvisa)

  1. O grupo encerra as atividades em 1971


  • Teatro do Oprimido
  1. Surge no exílio de Boal
  2. Teatro político e social, criado pela platéia (“oprimidos”)
  3. Tem por objetivo oferecer ao povo os meios de producão teatral
  4. Principais vertentes:
- Teatro Imagem (o grupo monta uma cena estática, que o público pode alterar para mudar a realidade da cena de opressão que está sendo mostrada – o uso da linguagem corporal é o mais importante nessa vertente);
- Teatro Invisível (os atores fazem uma cena em público, sem mostrar á platéia que aquilo é teatro – geralmente as cenas representam situações de opressão do cotidiano, causando na platéia uma reflexão sobre os problemas pelos quais ela passa no dia-a-dia de oprimido);
- Teatro Fórum (teatro de debate: a cena de opressão é refeita de acordo com as sugestões da platéia, que tenta inverter a situação de opressão gerada pelos atores).
  1. Centro do teatro do oprimido (CTO): centro criado por Boal para capacitar pessoas para trabalharem com o Teatro do Oprimido pelo Brasil afora.


Música: caderno...

Ionisation

  1. Composta entre 1929 e 1931 (Paris), por Edgar Varèse;
  2. É uma das primeiras obras ocidentais escrita exclusivamente para instrumentos de percussão (caixas, blocos, reco-reco, guizos, clavas, pratos, bumbos, barras de metal/bigornas, queixadas, carrilhões, piano, sirenes...)
  3. Escrita originalmente para 13 músicas (separadas)
  4. Apresenta as sonoridades urbanas num contexto musical organizado
  5. Campos dinâmicos constantes, grande diferenciação tímbrica, ritmos complexos e independentes.
  6. Obra completamente atonal, nem sequer apresenta características/trechos melódicos.
  7. Varèse tenta mostra o processo bagunçado e confuso da ionização de moléculas num discurso musical também bagunçado mas que pudesse ser escrito e tocado diversas vezes.
-Para baixar e ouvir a música, só clicar aqui.


Futurismo

O Futurismo surgiu inicialmente nas artes plásticas e passou para a música no contexto de colocar musicalmente toda a euforia das máquinas que surgiam. Nesse contexto de máquinas, surgiram novos instrumentos (inclusive eletrônicos) que foram sendo usados de diferentes maneiras. Uma das teorias musicais dessa época é de um italiano (cujo nome não me lembro), que fala sobre uma nova forma de se fazer música que é o “Intuonarumori” que é, nada mais nada menos, que a criação de novos instrumentos de percussão/ melódicos dissoantes ou a utilização dissoante dos instrumentos existentes, que não seguissem as formas tonais dos instrumentos em voga. Um dos maiores exemplos práticos do intuonarumori é o “piano preparado”. Tal técnica uma invensão de John Cage (um dos maiores nomes da música do século XX), que consiste em preparar as cordas do piano com objetos de madeira/metal que alteram o som da nota tocada. Os arranjos podem ser indicados na própria partitura da música para pianos preparados.

Além dessas técnicas, surgiram novas maneiras de se fazer música. Entre elas o serialismo (organizações aleatórias de séries de notas – comparável ao sistema tonal de escalas musicais), o dodecafonismo (fazer músicas utilizando-se de todas as 12 notas da escala cromática, alterando as sequências e só repetindo as notas depois que todas as 12 da série tivessem sido tocadas. Surge também a música eletrônica (sintetizadores, por exemplo, que são instrumentos que precisam de meios eletrônicos para produzir sons – além dele, existem os sons computadorizados, pedaleiras, etc, que imitam outros instrumentos/timbres) e a música eletroacústica (que necessita de meios eletrônicos para sua reprodução – ou seja, só pode ser reproduzida com meios eletrônicos). Ok, parecem iguais, mas tem sutis diferenças (na primeira, o instrumento é eletrônico, na outra, o meio de reprodução do som – caixas, computadores, são eletrônicos).

Então, é isso povo.

ÚLTIMO resumo do semestre, ÚLTIMAS provas. (aqueles que ficarem em recuperação e precisarem de qualquer ajuda, favor me procurar).

Abração, desculpem o stress, os erros, os atrasos, as piadinhas... tudo que possa ter sido ofensivo ou tenha criado algum transtorno para vocês.
Espero no semestre que vem poder ajudá-los (e me ajudar) novamente!

Boas provas e ótimas férias!

Meus filhos, bom dia(rhhh)!

Enquanto vocês estavam reclamando aí por comentário ao invés de ir estudar ou dormir, qúe é melhor, eu estava dando aula na 902 e o Bruno (do 3° D) digitou o resumo por mim.

Começando o resumo de literatura que fala sobre o modernismo no Brasil, vamos falar sobre seus antecedentes:

  1. Antecedentes da Semana da Arte moderna
    · Fatos principais:
  2. 1912. Oswald de Andrade chega da Europa pregando O FUTURISMO( Oswald não considerava que tudo que vem de for a é ruim, aproveitava-lhe o que tinha de boa; para ele a arte estava se afastando de seu objetivo principal
  3. 1913. Exposições: Lasar Segall e Anita Malfatti
  4. 1914. Divulgação da Pintura Moderna- Osw. De Andrade
  5. 1915. Criação da Revista "Orpheu" em Portugal (mapa astral - muitas pessoas morriam)
  6. 1916. Divulgação da Poesia Moderna
  7. 1917. O ano decisivo:Publicações
    · Há uma gota de sangue em cada poema: M. de Andrade
    · Cinza das horas: M. Bandeira
    · Nós: Guilherme de Almeida
    · A Frauta de Pã: Cassiano Ricardo
    · Juca Mulato- menotti del Picchia
    · Anita é duramente criticada por Monteiro Lobato: Paranóica (louca) e Misticista (falsa)
    · Publicação de "Carnaval" - Manuel Bandeira
    · Victor Brecheret é descoberto pelos jovens (Victor era de origem extremamente pobre; quando tinha 16 anos foi para a Itália graças as economias de seus tios; foi descoberto por Mário de Andrade quando este precisava de um escultor). É extremamente elogiado por M. Lobato (dizia que a única coisa que Victor deveria fazer aqui no Brasil eram as malas).
  8. Graça Aranha chega da Europa e adere aos jovens. Foi muito criticado pelos velhos. Foi um precursor indispensável para a semana de arte moderna, dando crédito ao trabalho dos jovens.


· Semana de Arte Moderna- Em São Paulo; a data foi escolhida por que faziam exatos 100 anos da proclamação da república e acontecia na mesma época o tenentismo (Mário de Andrade ria da semana até ter dor de barriga, pois era um movimento anti-burguês patrocinado pela burguesia cafeeira).

Modernismo Brasileiro

Num sentido bem geral o modernismo veio como uma reação imediata ao passado conservador e acadêmico: o Parnasianismo (cultuava a forma, o estilo e o engajamento literal). Para o escritor modernista não importava a forma de escrever mas sim o conteúdo passado. A liberdade de escrita e de expressão foi muito explorada: versos livres, poema-piada, ironia e humor. Foi um movimento extremamente revolucionário (iconoclasta). Valorizaram bastante o cotidiano na prosa e na poesia (interesse pelo homem comum). O movimento mostrou também um grande interesse nacionalista.

Nasce, então, o modernismo no Brasil. O nosso modernismo pode ser dividido entre três fases:
1ª Fase-> Predomínio da poesia sobre a prosa
2ª Fase-> Relação idônea entre poesia e prosa
3ª Fase-> A prosa sobrepõe-se sobre a poesia

Nessa etapa, porém, só cai a primeira fase. Então vamos direto ao assunto:

1ª Fase do Modernismo Brasileiro
O movimento como um todo teve um espírito inovador, mas, como a 1ª fase foi de certa forma a que deu sua cara a tapa, ela foi considerada a mais inovadora, polêmica, destruidora de conceitos e anarquista. Pelo mesmo motivo possuía um explícito espírito heróico em suas obras.
Como já dito, nessa fase a poesia predominou sobre a prosa.
A primeira fase teve três principais expoentes:

1º- Oswald de Andrade

· Oswald foi considerado o ponta de lança do modernismo brasileiro. Suas obras continham um teor irreverente, rebelde e agressivo que acabou por caracterizar suas obras, além, claro, do ironismo, anarquia e humor. Suas obras possuíam um estilo cinematográfico, telegráfico. Outra característica importante de Oswald foi seu largo emprego de paródias. Das características gerais do movimento, as que mais marcaram suas obras foram: valorização do cotidiano e o interesse pelo homem comum.
· Oswald vinha fervendo direto do forno da Europa recheado das ideologias que por lá ganhavam força: o Futurismo e o Primitivismo.
· Oswald, além de poeta, foi romancista, ensaísta (comentário crítico, elucidativo sobre algum fato ou arte) e teatrólogo (com a peça Rei das Velas que era uma espécie de autobiografia no que diz respeito à característica de mulherengo do personagem.
· Foi criador dos grupos: Pau-Brasil (espírito nacionalista) e Antropologia

2º- Mário de Andrade

· Considerado o papa do modernismo ou ainda O Grande nome do Modernismo, Mário foi poeta, contista, romancista ("Amar verbo intransitivo"), cronista, ensaísta e crítico literário.
· Assim como Oswald, Mário foi extremamente influenciado pelo futurismo, porém, destacou-se em seu acervo o folclorismo e nacionalismo.
· Mário era pianista e isso o levou, por meio de prosas-versos, a compor músicas, folclore, modinhas populares, sertanejas, africanas e cantos religiosos (que na verdade eram a folia, nada religioso).
· Uma das obras mais conhecidas de Mário é Macunaíma, porque nela está presente uma das primícias de Mário: a ficção. Mário deu um novo rumo para a ficção literária. Em Macunaíma, que é considerado um romance rapsódia, encontramos traços explícitos do antropofagismo modernista e da busca pela identidade nacional.
· Foi o Mário quem… criou o grupo: Desvairismo.

3º- Manuel Bandeira

· Considerado o São João Batista do Modernismo (aliás, todo mundo é considerado alguma merda do modernismo; criatividade zero), Maneco foi poeta, contista, cronista, ensaísta e crítico literário.
· Maneco demonstrou habilidade e extremismo ao compor desde o soneto até o Concretismo. Eram características suas: lirismo, espiritualismo, universalismo, neo-romântico e neo-simbolista.
· A vida de Maneco não foi das melhores: tudo começa quando ele decide ser engenheiro, mas é afastado de seu sonho ao contrair tuberculose; logo depois ele perde mãe, irmã, irmão e pai, nessa ordem. Daí sai a justificativa de seus temas: doença, desalento, desencanto, solidão, morte, estrela (alta , luminosa, perfeita, porém inatingível), ironia, fugacidade da vida.

Qualquer reclamação SOBRE o resumo, por favor mandem por comentário.

E os resumos de artes serão os cadernos digitados, até porque é uma prova que dá pra resolver por exclusão.

Abraços

Último de Filosofia

A prova engloba uma parte da matéria passada (falando brevemente sobre Iluministas, Rousseau e Kant) e uma parte da matéria nova (Nietzsche – e não, ele não deu o Hegel em todas as turmas, então ele não vai cobrar o Hegel de vocês).

Sobre Iluminismo, basta saber os aspectos principais: que era uma corrente ideológica do século XVI que inspirou Revoluções como a Americana e a Francesa, que foi diretamente influenciada pelo Liberalismo de Locke (direitos naturais e liberdades do indivíduo em relação ao governo, que deve representar os interesses da burguesia), que teve como principais expoentes os franceses Voltaire, Montesquieu e Rousseau e, principalmente, que se pautava na supremacia da razão em detrimento das emoções e das crenças (religiosas e políticas) vigentes na época. Sobre os iluministas:

  • Voltaire: defensor do Deísmo (ausência de religião – crença num Deus que criou o Universo caseado em Leis racionais e que, sendo assim, não precisaria mais intervir na vida dos homens), era completamente anti-clerical e foi um dos maiores incentivadores e propagandistas do Iluminismo (ajudou na montagem da Enciclopedie).
  • Montesquieu: de família tradicional, foi o teórico da tripartição do Estado, instituindo que a divisão do poder seria o melhor modo de se conter o abuso de autoridade (o que demonstra a face anti-Absolutista do Iluminismo).
  • Rousseau: é o paradoxal do Iluminismo, pois não põe a razão acima da emoção (pelo contrário, equipara as duas). É considerado o filósofo da fase popular da Revolução Francesa, pois era anti-burguês (criticava a propriedade privada como a fonte da desigualdade entre os homens). Valorizava a educação como única forma de conscientização do povo e democratização de uma sociedade. É considerado um dos pais do Romantismo (movimento literário) e um dos primeiros socialistas utópicos (desejava o fim da propriedade privada e o governo do povo).


A parte de Kant é retirada do último resumo, com algumas correções e acréscimos.
O filósofo alemão Immanuel Kant (1724 – 1804) criticou as duas correntes filosóficas contrastantes da época, o racionalismo cartesiano (Descartes) e o empirismo de Locke e Hume. Em linhas gerais:

  • Racionalismo: a razão é inata (ou seja, já nascemos com ela) e vem de Deus, que é um Ser superior que nos dotou de razão para entendermos e transformarmos a realidade.
  • Empirismo: a razão não serve de nada sem a experiência. É através da experiência que a verdade é alcançada e a realidade é moldada (pelo trabalho humano).

Kant quebra com essa dicotomia (diferença teórica) e elabora sua teoria, abarcando pontos dos dois lados:

  1. A razão é uma estrutura vazia (razão pura) que, sem a experiência, não serve de nada. A razão é como uma estante, composta de prateleiras (categorias como causalidade, finalidade, quantidade, veracidade...) que devem ser preenchidas com o conhecimento.
  2. O conhecimento racional é o resultado da transformação da realidade orgânica (natureza em si, também chamado de conhecimento empírico) pelo uso da razão, no decorrer das experiências.
  3. A razão é universal e a priori (igual para todos e ‘inicial’, ou seja, está desde o princípio da formação do conhecimento e é ferramenta essencial para tal) e a experiência é individual e a posteriori (única e ‘posterior’, ou seja, vem com o tempo e com a vivência), sendo a experiência o que define cada ser humano.
  4. O limite do saber racional está na existência, ou seja, só se pode alcançar o conhecimento (pela razão) sobre um objeto se este existir no mundo dos fenômenos (ou mundo sensorial). Daí a importância que Kant dá para a crença religiosa: o que o saber racional não alcança, ou seja, o mundo transcendental, pode ser “compreendido” através da vida espiritual/ meditação.
  5. Revolução Copernicana na Filosofia: assim como Copérnico na astronomia (trouxe a teoria heliocêntrica – Sol, ao invés da Terra, no centro), Kant trouxe o sujeito para o centro do estudo, com o objeto de estudo “ao redor” dele. (Félix, num entendi nada, explica de novo? Explico.) Antes, o objeto ficava no centro do estudo e o sujeito (o filósofo) rodeava o objeto, estudando-o por todos seus ângulos (sendo assim, não há nada que a razão não explica – não há mundo transcendental). Com Kant, o sujeito é levado para o centro, com o objeto rodeando-o (ou seja, não necessariamente o sujeito consegue abordar o objeto por todos os ângulos, dando margem ao mundo que a razão não explica – o mundo transcendental (ou numênico).
  6. Moral: para Kant, algo assume valor moral não quando é feito para benefício próprio ou de outrem, mas quando assume caráter racional. Ou seja, é moral toda ação que é feita baseada em conhecimento racional, em detrimento da vontade própria ou do livre arbítrio. Por exemplo: atos de caridade, por mais que tenham um objetivo nobre, não têm valor moral (por se basearem puramente na caridade – impulso sentimental, e não num princípio racional ou empírico). [Para ficar mais claro, recomendo lerem o texto de Kant da prova passada de filosofia – questão 3]



Agora, matéria nova: Nietzsche, o “filósofo” bigodudo que “matou” Deus

O entendimento das teorias de Nietzsche é mais facilmente compreendido depois de alguns baseados, então simbora. Nietzsche, que veio de uma família protestante (o pai era uma pastor – e aposto que nem ao menos fazia idéia de como se escrevia o nome do filho) da Alemanha, passou grande parte de sua vida num alojamento de monges no interior da Alemanha (onde gostava de ir passear pelas montanhas e jardins com seu amigo Hélio Justino). Revoltado com a religião dos pais e com quase todas as correntes filosóficas (menos Schopenhauer, outro revoltado de quem sofreu muita influência), ele escreveu diversas obras, nas quais defende suas teorias. Entre as obras, destacam-se:

  1. “Assim falou Zaratustra” (é inclusive encenada hoje em dia);
  2. “O nascimento da tragédia” (fala do teatro e duas origens, em especial da tragédia grega, a qual o influenciou muito);
  3. “Humano demasiado humano” (aí já começa a viajar);
  4. “Além do bem e do mal” (aí já tava doidão mesmo);
  5. “A Gaia ciência”;
  6. "A Genealogia da Moral” (fala dos valores morais, que acredita serem falsos, que regem a sociedade moderna);
  7. “O Crepúsculo dos Ídolos” (bendito livro que temos que ler pro PAS), entre outros.

Suas principais características são sua crítica constante a todos os valores impostos, escrevendo de forma provocativa contra a sociedade e as ideologias modernas. Diz ele que a filosofia tem como objetivo a libertação do ser humano, libertação especialmente das crenças que o regem. Preocupa-se com a autenticidade da reflexão (para ele, o filósofo tem que ser autêntico – não pode forjar ideologias, estas têm de ser as verdadeiras reflexões do filósofo) e com o destino da humanidade e sua cultura.

Sua crítica não se limita ao campo filosófico, mas ele entra nos campos da ciência, da política, da ética, da moral... Tudo isso para denunciar os valores que nos aprisionam a uma moralidade forjada e falsa. Nietzsche diz que toda moralidade dos tempos modernos é pura vulgarização e deturpação dos verdadeiros valores metafísicos e religiosos.

É contra o igualitarismo socialista e liberalista (liberdade, para Nietzsche, é a criação de uma uniformidade cultural, resultante de manipulação pelas classes dominantes – formadoras de opinião), acusando as tentativas de padronização de valores como aprisionamento das liberdades individuais e coletivas de cada povo. Todas as religiões se encaixam nessas tentativas de manipulação – daí o motivo dado por ele para se tornar ateu/ateísta (para ele, assim como para Schopenhauer, não há Deus nem alma imortal).

A vida, para Nietzsche, é algo sem sentido (pois ele não considera a idéia de uma vida após a morte). Além de sem sentido, a vida é feita de sofrimento e luta, baseada em forças irracionais (nossas vontades e instintos). Contrário a Platão, que dizia existirem dois mundos – o das coisas e o das idéias – e que o objetivo da filosofia era alcançar o mundo das idéias, Nietzsche afirma que a realidade é puramente formada pelo mundo material (das coisas, sensível). Sendo assim, a vida deve ser vivida ao máximo.

Mas, mestre, como fazer isso se a vida não tem sentido nem existe vida após a morte? Hahá! Aí é que tá! Ele bola uma nova moral – pegaram a idéia?! A nova moral de Nietzsche é uma negação da moral Greco-judaico-cristã, que, de acordo com ele, só nos priva de vivermos a vida ao máximo. A nova moral, então, é baseada no principio natural de que o mais forte ganha do mais fraco, de que os competentes imperam sobre os incompetentes. Daí o necessidade de ser competentes, de ser o mais forte: vencer na vida (contrariando os “moralistas” como Sócrates e Cristo, que são em prol dos mais fracos e oprimidos).

A nova moral, agora então desprovida de religiosidade e transcendentalismo, deve ser do homem e virada a vida humana. Daí a elaboração do ideal do super-homem (afirmação da vida humana, das vontades do homem e da superação das adversidades da vida).

Sem acrósticos dessa vez, que o negócio tem que ser rápido.

Abraços e boas provas!

Artes e Literatura eu vou colocando à medida que ficarem prontos. (artes eu devo colocar só de noite ;S)

junho 28, 2009

Detalhes de membrana

Detalhes de membrana que eu não coloquei nos outros resumos (adaptei da Wikipedia):

  • Interdigitações: conjunto deinvaginações e evaginações das membranas que servem de encaixe entre as células, garantindo maior aderência e coesão tecidual.

  • Desmossomos: consiste de duas placas circulares de proteínas especiais, uma em cada célula. De ambas as placas partem filamentos constituídos por outras proteínas, que atravessam as membranas plasmáticas e atingem espaço entre as células onde se associam. Essa associação dos filamentos no espaço intercelular mantém unidas as duas placas desmossômicas e, consequentemente, as células que as contêm.
  • Microvilosidades: desdobramentos regulares da membrana plasmática e o material citoplasmático contém feixes de microfilamentos dispostos paralelamente, que auxiliam na sua estruturação. Por exemplo, as microvilosidades estão presentes na superfície das células que compõe a superfície do jejuno e do íleo e servem para aumentar a superfície de absorção de nutrientes dos alimentos.


Tava faltando só isso. Abraços e boas provas!

Caderno do Lasneaux

Vou falar resumidamente (haha, palhaço ¬¬) sobre as doenças do sistema cardiovascular e colocar o caderno com a parte de digestão, até porque é meio auto-explicativo e eu to sem tempo aqui. Vou começar por digestão, depois falo de infarto e hipertensão.

Digestão é quebrar (hidrólise) dos alimentos em frações menores para a obtenção de nutrientes para o funcionamento do organismo. A digestão é composta de uma parte física (muscular) e de uma parte química (enzimática). Enzimas são proteínas catalisadoras que se ligam a substâncias facilitando sua quebra/formação. Cada enzima tem uma geometria tridimensional específica para o substância que catalisa. Quando uma proteína, seja ela uma enzima ou não, muda para um meio com mudanças bruscas de temperatura ou acidez (pH), ela sofre deformação em sua forma 3D, perdendo sua função (dá-se a esse processo o nome de desnaturação protéica). É importante entender a desnaturação para perceber o porque que certas enzimas só tem ação em certos estágios da digestão.

Vejamos agora a anatomia do sistema digestório. O sistema é composto pelo tubo digestório (caminho por onde passa a comida) e pelo órgãos anexos (que trabalham na fabricação de enzimas para facilitar o processo de digestão).
  • Tubo digestório
  1. Boca
  2. Faringe
  3. Esôfago
  4. Estômago
  5. Intestino Delgado (subdividido em duodeno, jejuno e íleo)
  6. Intestino Grosso (cólon)
  7. Reto
  8. Ânus
  • Órgãos anexos
  1. Fígado
  2. Pâncreas
  3. Vesícula Biliar
  4. Glândulas Salivares
A digestão, como vimos, divide-se em mecânica e química. Da mecânica participam os músculos mandibulares (mastigação), a língua e a garganta (deglutição) e os musculos involuntários do tronco, responsáveis por fazer a comida descer pelo tubo (movimentos peristálticos). Na parte química, temos uma fase para cada órgão do tubo, nos quais são utilizadas enzimas específicas para substâncias específicas:


  • Boca (ph ≈ 7,0)
A saliva, produzida nas glândulas salivares e que tem principalmente a enzima ptialina, é jogada no alimento. A quebra do amido é iniciada pela ptialina, que transforma o amido (cadeia carbônica enorme) em um dissacarídeo, a maltose (substância menos complexa, composta de duas moléculas de glicose.

  • Estômago (ph ≈ 2)
O suco gástrico, composição de enzimas produzida no estômago, é uma mistura de ácido clorídrico e enzimas como a pepsina, responsável pela quebra de proteínas - gerando, como produto, peptídeos. A esse processo, dá-se o nome de protease gástrica (protease = quebra protéica).

  • Duodeno (ph ≈ 8)
  1. O suco entérico ou intestinal é composto de enzimas como a peptidase (quebra peptídeos em aminoácidos) e as dissacaridases (quebra dissacarídeos em estruturas menores, como os monossacarídeos). Alguns dos dissacarídeos quebrados são: a maltose (quebrada em duas moléculas de glicose), a sacarose (quebrada em uma glicose e uma frutose) e a lactose, presente no leite (quebrada em uma glicose e uma galactose)
  2. O suco pancreático, proveniente do pâncreas, é cheio de enzimas, tais como: a amilase (para terminar a quebra do amido, iniciada na boca), tripsina e quimiotripsina (proteases para a quebra de proteínas) , lipases (para a quebra de lipídios - gorduras) e nucleases (DNAses e RNAses para a quebra de ácidos nucléicos, formando nucleotídeos).
  3. A bílis, formada no fígado, é uma emulsão de gorduras (sem enzimas) que ajuda na absorção de nutrientes na região do jejuno e do íleo. A absorção acontece nas microvilosidades das células. [Microvilosidades são dobras regulares nas membranas das células que aumentam a região de contato e aderência entre as células, ajudando na coesão do tecido e na absorção de nutrientes.]
  • Intestino grosso
Fim da digestão e formação dos dejetos/ resíduos digestivos (vulgo: bosta).



Um pouco sobre lisossomos e digestão intracelular que eu não detalhei muito bem no do Fadul:

Lisossomos são pequenas vesículas que contém enzimas digestivas de todos os tipos. Essas enzimas digerem material que a célula engloba e, ocasionalmente, elementos da própria célula.

As enzimas lisossômicas são produzidas no retículo rugoso, passam para o complexo de Golgi, onde são empacotadas e liberadas na forma de vesículas ( lisossomos primários). Quando uma partícula de alimentos é englobadas por endocitose, forma-se um vacúolo alimentar, um ou mais lisossomos fundem-se no fagossomo despejando enzimas digestivas nele, assim forma-se o vacúolo digestivo e as moléculas provenientes da digestão se fundem no citoplasma. O vacúolo cheio de resíduos é chamado de vacúolo residual.

Funções dos Lisossomos:

a) Heterofágica: substâncias que entram na célula e são digeridas pelos lisossomos. Ex: fagocitose e pinocitose

b) Autofágica: Os lisossomos digerem estruturas da própria célula. Ex: organelas que perdem sua função e são digeridas ou em casos de subnutrição celular.

(retirado de http://www.cynara.com.br/citologia.htm)


Agora, doenças cardíacas:

  • Infarto: o infarto ou parada cardíaca é causado pela isquemia (falha na oxigenação por entupimento de vasos) de tecidos do sistema cardiovascular. Os mais comuns são o infarto do miocárdio (tecido que cerca e nutre o coração) e o infarto do tecido cerebral, também chamado de AVC (acidente vascular cerebral). O que acontece é que o tecido (no caso o miocárdio) sofre necrose e há falha de oxigenação no órgão (no caso, do coração). Não há tratamento para o infarto, apenas medidas para se evitar a parada. Pontadas no peito e dores de cabeça fortes são indícios do infarto, que demora até 7 horas para se manifestar (tempo suficiente para se evitar a parada). Para se evitar a perda do tecido, podem ser realizados dois tipos de tratamento:
  1. Stent: uma pequena mola é inserida por um catéter na veia/artéria obstruída. Depois da retirada do cateter, a mola se expande, permitindo a passagem de líquido. (à direita, um stent)
  1. Ponte de Safena: a veia obstruída é "substituída" por outra, que faz um canal com a artéria principal, drenando sangue para a região que dependia da veia obstruída. (à esquerda, uma ilustração da ponte de safena.




  • Hipertensão: aumento da pressão sanguínea por motivos genéticos ou comportamentais (stress, alimentação, sedentarismo, predisposição genética aliada ao modo de vida, etc). o tratamento, além de remédios de ação imediata, é a mudança de hábitos para prevenir o aumento súbito de pressão (que pode gerar ataque cardíaco e morte).
Então, de Lasneaux é isso povo. Chico é só fazerem os exercícios das últimas aulas da apostila 1, que são de interação gênica e herança qualitativa e podem ser resolvidos com aplicação de 1ª e 2ª Lei.

Abraços, desculpem a hora e boas provas!

Transporte e organelas

Continuando a falar de transporte, agora falamos de transporte de quantidade. O transporte de quantidade ocorre quando a partícula é muito grande para passar pela membrana plasmática, precisando então que a membrana sofra uma deformação para englobar ou expulsar a partícular. O transporte dessas partícular para dentro da célula é chamado de endocitose, enquanto a expulsão de partículas para fora da célula recebe o nome de exocitose.

  • Endocitose: pode ser do tipo Fagocitose ou Pinocitose.
  1. Fagocitose: acontece com partículas sólidas. A célula emite evaginações (peudópodes, prolongamentos parecidos com braços), englobando a célula. Depois de completamente englobada, a célula é bombardeada por enzimas produzidas nos lisossomos (organelas responsáveis pela digestão celular).
  2. Pinocitose: partículas líquidas. A célula cria invaginações (canais, dobras para dentro da célula), trazendo a partícula para dentro da célula e depois fechando o canal. Depois de completamente englobada, novamente os lisossomos bombardeiam-na com enzimas para digerí-la.
  • Exocitose: pode ser por excreção ou secreção.
  1. Excreção: é a expulsão de partículas/ dejetos que não são mais necessários para a atividade metabólica da célula (resíduos da atividade celular). Vacúolos, auxiliados pelos lisossomos digestivos (ambos produzidos pelo complexo de Golgi), são responsáveis por levar os resíduos para o meio externo.
  2. Secreção: é a passagem para o meio externo de substâncias (hormônios, por exemplo) que serão utilizadas em outros tipos celulares. As substâncias, produzidas nos retículos endoplasmáticos rogosos, passam pelos retículos endoplasmáticos lisos e são transportadas para o complexo de Golgi, ao qual se fundem. No complexo de Golgi, são envolvidas por uma vesícula que é responsável pelo transporte para o meio extracelular.
Agora, a osmose. Osmose é um tipo específico de difusão, que acontece com os solventes: é a passagem do meio hipotônico para o meio hipertônico. Eca, Facul, hiper-quem? Hipertônico é o meio que tem a maior concentração de solutos, ou seja, a menor concentração de solvente. Ao contrário, hipotônico é o meio com menor concentração de soluto e maior concentração de solvente. A osmose, assim como a difusão, tem como objetivo a obtenção de um equilíbrio.

  1. Pressão osmótica: pressão que a célula hipertônica faz para evitar a entrada de água.
  2. Pressão de Turgor: pressão que a parede celular exerce na membrana da célula vegetal para evitar que a célula inche com água (é similar à pressão osmótica, mas nos vegetais).

Agora falemos das organelas membranosas das células:


  • Mitocôndria: sua função é a realização da respiração celular, tendo como produto energia em forma de ATP. Sua origem, pela evolução, é possivelmente de uma bactéria que se alojou nas células em uma relação mutualista. Um dos fatos que comprova essa teoria é o fato do DNA da mitocôndria ser circular (como das batérias) e ser constituído 100% de DNA materno.
  • Retículo Endoplasmático: tem por função primordial o transporte de substâncias dentro da célula. Pode ser dividido em liso e rugoso/granular:
  1. R.E.Liso: além do transporte, ele sintetiza esteróides e inativa substâncias nocivas (como o álcool e drogas) e certos hormônios. Encontrado em maior quantidade nas células do fígado.
  2. R.E.Rugoso ou R.E.Granular: além do transporte, ele é indiretamente responsável pela síntese protéica.
  • Complexi golgiense (de Golgi): responsável pelo armazenamento e secreção de substâncias, além de participar da síntese de açúcares.
  • Lisossomos: juntamente com os fagossomos (subunidades), responsáveis pela digestão intracelular (produz enzimas).
  • Ribossomos: como vimos em genética, são responsáveis pela síntese protéica. Encontram-se principalmente dentro da estrutura dos retículos endoplasmáticos rugosos/granulares.
  • Centríolos: estruturas compostas de microtúbulos responsáveis pela formação de cílios/flagelos (estruturas de movimentação) e pela divisão celular.
  • Perixissomos: degradam água oxigenada e álcool (nocivos ao organismo).
  • Vacúolos: estruturas que armazenam água e fazem o controle osmótico nas células vegetais.
  • Cloroplastos: responsáveis pela fotossíntese - células vegetais. Acredita-se que sua origem também seja bacteriana.
Então de Fadul é isso, galera. E sem mais acrósticos por hoje.
Vou colocar o caderno do Lasneaux no meu 4shared e amanhã de manhã eu explico, se for o caso.
Desculpem os atrasos e boas provas!!

Abraços,
Félix.

Aulas do Fadul

Não coloquei antes porque to sem orkut e não consegui pegar as aulas dele. Como cai na prova a parte de transporte em quantidade e organelas citoplasmáticas, é só clicar na imagem a seguir para baixar os arquivos:


Abraços e to tentando fazer resumo da parte dele aqui.

Félix.

China, Índia e América do Sul

China eu já falei um pouco num outro resumo, mas vamos rever alguns pontos. Desde 1949, a China é socialista - em 49, liderados por Mao Tsé-Tung, os comunistas derrubaram os nacionalistas do poder e os expulsaram para Taiwan (ou Formosa, a "República Rebelde"). Subindo ao poder, os comunistas do PCCh (Partido Comunista Chinês) instauraram uma ditadura, aliados aos vizinhos soviéticos também socialistas - por mais que Tsé-Tung e Stálin tivessem prioridades distintas, num primeiro momento eles se mantiveram aliados contra os capitalistas do Ocidente (Guerra Fria). Mas, em 1960, querendo iniciar um projeto para a fabricação de um arsenal atômico, chineses acabaram se desentendendo com os russos e a aliança se desfez.

A China então, nas décadas de 60 e 70, realizou uma "trajetória singular": no meio da Guerra Fria, não estava nem do lado dos soviéticos nem dos americanos. Foi o completo fechamento econômico e político do país, sendo que o ditador maoísta instaurou uma Revolução Cultural, censurando e perseguindo tudo que não estivesse de acordo com seu governo ou que fosse de influência ocidental/capitalista.

De repente, por mais estranho que seja, a China se aproximou dos EUA: em 72, o presidente Nixon faz uma visita aos chineses. Esse fato gerou uma mudança na Guerra Fria, inaugurando a famosa "Diplomacia Triangular": americanos e chineses de um lado, rompidos com os russos, do outro. O isolamento de Moscou foi um aspecto primordial para o enfraquecimento dos soviéticos na Guerra Fria a partir da década de 70.

Em 76, com a morte do ditador Mao, assume seu substituto Deng Xiao Ping, que começa um processo de abertura econômica do país. Mao sabia ele que essa abertura econômica daria no que deu (a economia da China hoje é quase capitalista) e, muito menos, que geraria uma revolta popular - como ele abriu economicamente, esperava-se que ele fosse dar mais direitos políticos para os cidadãos, mas nada feito. Protestando na praça da Paz Celestial, o povo foi massacrado: tanques e exército literalmente passaram por cima de quem protestava (o episódio ficou conhecido como Massacre da Praça da Paz Celestial ou Primavera de Pequim).

Ópio. A droga feita da papoula e que tem um efeito alucinógeno muito doido foi uma das causas das guerras entre ingleses e chineses que se deram em Hong-Kong (1839 - 1997). A província inglesa na China seguia os moldes capitalistas, o que incomodava demasiadamente os ditadores chineses - e um dos principais negócios de Hong Kong era o comércio de ópio com a China. Em 39, porém, Mao Tsé-Tung proíbe a importação de ópio, deixando a Inglaterra boquiaberta e sem o principal mercado consumidor de ópio. Inicia-se então um sequência de guerras que envolvem a tendência imperialista dos britânicos e o fechamento da China de Tsé-Tung. Em 97, depois de vários conflitos e vários acordos, a Grã-Bretanha concordou em ceder Hong-Kong, com a única condição de que a ex-província continuasse capitalista. Outras províncias de China que foram sendo devolvidas/anexadas foram: Macau (ex- Portugal, devolvida em 99) e a região do Tibet (que pertencia à Índia).

China então é isso. Agora Índia - além das coisas que vocês aprendem na novela, o que mais importa é a formação do território e da economia da Índia.

Há um bom tempo, em 1947, quando Mahatma Gandhi liderou a resistência não-violenta contra o domínio britânico e conseguiu levar o país à independência, o território da antiga província britânica foi dividido em República do Paquistão (território descontínuo, metade a leste e metade a oeste da Índia) e República da Índia. Em uma sequência de guerras, o Bangladesh (porção oriental do Paquistão) conseguiu sua independência; o Nepal (porção montanhosa entre Índia e China) ficou independente; Mao Tsé-Tung invadiu uma porção a nordeste da Índia, o Tibet; e os territórios ficaram como são hoje. Mas, por mais que as fronteiras estejam assinaladas, existe na parte noroeste da Índia uma região com maioria muçulmana que luta pela separação da Índia e união com o Paquistão (país islâmico). Tal região chama-se Caxemira e vive atribulada por conflitos entre os hindus e os muçulmanos, apoiados pelo Paquistão. A situação fica mais complicada ainda quando vemos que ambos os países têm arsenais nucleares e não são assinantes do TNP (Tratado de Não-Proliferação de armas atômicas).

Indianos separam-se em castas, certo? Por mais que seja algo já proibido pelo governo, é uma tradição tão enraizada na sociedade que não adianta um decreto governamental para acabar com ela. Desde séculos antes de Cristo, as castas são realidade no território que hoje chamamos de Índia. Por nascimento e por religião, separam-se os estratos da sociedade - não há mobilidade social e entre as castas existe rivalidade/discriminação. São 4 castas principais, em ordem de importância:
  1. Brâmanes (sacerdotes)
  2. Kshatriyas (guerreiros)
  3. Vaiçyas (artesãos e mercadores)
  4. Sudras (servos)
Numa casta, podem ser observadas centenas ou até milhares de subdivisões, mas estas são as principais. Abaixo dos servos, encontram-se os intocáveis (Dhalits) - impuros, que cometem crimes contra a religião ou que nascem já nessa categoria. Os Dhalits são discriminados e vivem em situações miseráveis (são tratados como bichos, ou até pior que os bichos, porque as vacas são consideradas sagradas e, como disse uma dhalit num depoimento: "Nós somos piores que as vacas, porque pelas vacas as pessoas pelo menos rezam"). São obrigados a catar dejetos e a viver nas ruas, não entrando em contato com ninguém das outras castas.

Economicamente, a Índia tem se mostrado forte. É um dos emergentes (BRIC's), além de manter um desenvolvimento sustentável e ser um dos berços de "cérebros" do mundo (muitos matemáticos, químicos, físicos e diversos estudiosos indianos são "exportados" para o primeiro mundo). Sua indústria cinematográfica é uma das maiores do mundo, desafiando Hollywood (na quantidade de produções e, atualmente, em estúdios). O crescimento do PIB tem se mantido desde o início do século a uma taxa média de 6% ao ano (e tende a crescer).

Ligando o assunto aos países emergentes do BRIC, podemos fazer uma análise comparativa dos 4 países. As semelhanças dão-se no campo econômico e geográfico, digamos assim, pois os 4 países são emergentes, têm PIB's semelhantes, são gigantescos (áreas continentais) e têm superpopulações (ainda em crescimento demográfico). Mas as semelhanças acabam por aí. No mais (historicamente, socialmente, politicamente), eles são completamente diferentes:
  1. Brasil: historicamente, passamos de uma monarquia para uma república, com uma pequena época de ditadura (leve), com transição pacífica para a democracia. Socialmente, temos uma grande parcela de pobres, mas nada que se compare aos Dhalits, por exemplo; e sofremos com um dos maiores níveis de violência urbana do globo. Politicamente, sofremos com a corrupção, marca cada vez mais própria do país.
  2. Rússia: historicamente, passou de Império a potência socialista, sendo um dos pólos do mundo por meio século. Hoje, é um dos cacos da URSS, tendo problemas como o caso da Chechênia (terrorismo); não há uma verdadeira democracia há séculos. Socialmente, não vai bem, pois a população é muito pobre e a distribuição de renda não é igualitária.
  3. Índia: como falamos, passou de uma colônia para uma democracia na verdade controlada pelo sistema de castas, com 1/3 da população miserável e uma das maiores populações da Terra (depois da China). Tem problemas de terrorismo interno - Caxemira.
  4. China: vive no regime socialista, tem a maior população do mundo. Já passou por ditaduras severas e períodos extensos de fome e terror (Revolução Cultural, por exemplo). Hoje é aberta para o capitalismo externo, sendo uma das maiores exportadoras do mundo atualmente (maior taxa de crescimento anual, mas ainda muito dependente dos EUA).

Olhando agora para a América do Sul, detalhemos as relações internacionais:
  • Brasil e Argentina: desde a Guerra do Paraguai, quando se juntaram para derrotar o Paraguai, os dois países só são inimigos quando o assunto é futebol e churrasco. Na Guerra das Malvinas, por exemplo, quando a primeira-ministra Margareth Tatcher reivindicou as ilhas Malvinas (Falkland Islands), o Brasil servia de informante para os argentinos, pois os navios ingleses tinham que passar pela costa brasileira para chegar à Argentina. Além de aliados, os dois países tem em comum alguns pontos da situação política.
A ditadura militar, por exemplo, que se instaurou nos dois países em meados do século passado, e que foi findada pela Guerra das Malvinas (na Argentina, em 82) e pelo movimento das Diretas Já! (no Brasil, em 84). A crise que se instalou durante e depois da ditadura também é fator comum: uma enorme recessão e inflação galopante tomou conta dos dois países (mais fortemente na Argentina), sendo feitas várias tentativas para acabar com tal situação. No Brasil, o plano Real conseguiu vencer a inflação, enquanto que na Argentina foi necessário mais tempo e apoio dos demais países da América do Sul para vencer a recessão (tanto que hoje a Argentina sofre muito mais que o Brasil com a crise de 2008).

  • Mercosul: por mais que o nome represente "Mercado Comum dos países do Cone Sul", o Mercosul não é um mercado comum, e sim uma União Aduaneira, com a criação de uma Tarifa Externa Comum (TEC) entre os países membros (os produtos importados tem a mesma taxa de impostos). O Mercosul foi criado em 1991, com o Tratado de Assunção, com assinatura de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A TEC foi estabelecida em 1995, passando o grupo da categoria de Zona de Livre Comércio para a de União Aduaneira. Desde 2006, com entrada de Bolívia, Venezuela e Chile, o grupo vem se fortalecendo cada vez mais - contra a proposta americana da Alca, que centralizaria o comércio de toda a América na mãos dos EUA.
Diga-se de passagem, o Brasil é muito beneficiado pelo Mercosul: é o principal país (economicamente) do grupo e, com a recente adesão de Venezuela e Bolívia, pode importar com mais vantagens o petróleo da Venezuela (que é mais pesado que o brasileiro, sendo mais apropriado para a fabricação de diesel e derivados) e o gás natural da Bolívia (que o Brasil é completamente dependente).

Resumidamente, é isso. Aconselho que leiam as páginas do livro que falam da situação da América do Sul (é lá pela 500).

Infelizmente, não sei se conseguirei acabar os resumos de biologia. Então, como já terminei geografia, amanhã eu darei uma aula de revisão só de biologia das 7 às 8 horas na sala do 3º ano D.

Abraços!
Novamente, desculpem-me os atrasos.
Ocorrendo erros, avisem-me por comentários. Valeu!

União Européia e EUA

Galera, começando então os últimos de geografia, temos Edilberto (com UE e um pouco de EUA) e Fefê Mendes (com China, Índia e América do Sul). Depois eu posto do Lasneaux (sistemas cardiovascular e digestório) e Fadul (transporte e organelas citoplasmáticas). Chico eu acho que não tem porque resumir, porque é só palicação de 1ª e 2ª Leis de Mendel. Às 7 horas, amanhã, eu devo revisar rapidamente biologia e geografia com vocês, se puderem chegar mais cedo e irem até a sala 34, do 3º ano D. Belezóca? Então vamos aos resumos... (conselho: dêem uma olhada no livro de geo, tanto na matéria do Edilberto (capítulo 23) quando na do F. Mendes)

Uma forma cada vez mais comum de organização político-econômica no mundo globalizado é a formação de blocos de países. Os blocos podem ser do tipo ZLC (Zona de Livre Comércio), tendo o comércio de bens liberado entre os membros; do tipo UA (União Aduaneira), que é a criação de uma Tarifa Externa Comum (TEC), possibilitando maior integração econômica; e podem ser do tipo ainda mais complexo, o Mercado Comum (MC). No Mercado Comum, os membros têm as "4 liberdades": livre circulação de bens, pessoas, serviços e capitais. O único Mercado Comum existente nos dias de hoje é a União Européia. Vejamos como ela foi formada.

Em 1992, quando foi assinado o Tratado de Maastricht, consolidou-se o plano Europeu de criação de um bloco coeso de países com o objetivo de unificação política. Tal sonho já teve, anteriormente, tentavitas de concretização, como o Benelux (bloco: Bélgica, Holanda e Luxemburgo) - que posteriormente foi ampliado para o CECA (Comunidade Européia do Carvão e do Aço, com a adição de Itália, França e Alemanha), o MCE (Mercado Comum Europeu, fundado pelo pelo Tratado de Roma) e o Euratom (união de países com o objetivo de desenvolvimento de tecnologias baseadas na energia atômica). A fusão dos blocos gerou a atual UE. Vejamos como se deu a fusão:
  • 1951 / 1957: Tratado de Paris e Tratado de Roma, respectivamente, criam a CEE (Comunidade Econômica Européia) e a Euratom (Comunidade Européia da Energia Atômica), com a assinatura dos 6 países do CECA. A CEE, que depois mudou de nome para Comunidade Européia (CE), foi englobando mais países ao longo do tempo:
  1. 1973: Reino Unido, Dinamarca e Irlanda aderem à Comunidade, muito embora os Franceses tenham demonstrado certa resistência à entrada dos 3, pois nenhum deles pertencia realmente ao continente europeu.
  2. 1981: A Grécia se torna o 10º país da CE.
  3. 1986: os países ibéricos (Portugal e Espanha) tomam seu lugar na comunidade, agora com 12 membros.
  4. 1993: entra em vigor o Tratado de Maastricht, assinado pelos 12 fundadores da nova União Européia, que tinha o objetivo primordial de unir a Europa pós-Guerra Fria e manter o continente, que outrora fora o centro do mundo, dentro do Capitalismo cada vez mais globalizado e competitivo.
  5. 1995: Áustria, Finlândia e Suécia, que até o final da Guerra Fria mativeram uma neutralidade forçada por Stalin no início do conflito, se unem à União Européia.
  6. 2004: diversos países (10, para ser mais exato), por decisão do Congresso Europeu, têm sua adesão aceita - Lituânia, Letônia, Estônia, Polônia, Malta, Chipre, República Tcheca, Hungria, Eslováquia e Eslovênia.
  7. 2007: Bulgária e Romênia aderem.
  8. Noruega, Suíça (e não Suécia como eu tinha colocado antes) - tiveram a adesão negada pela própria população, continuando a tradição de neutralidade.
  9. Croácia, Turquia e Macedônia - candidatos com pedido de adesão. Sua adesão é um ponto de muito debate, pois os 3 países são da porção mais asiática da Europa, o que implica em um choque cultural e inclusive econômico muito grande.
  10. Pedidos não formalizados: Sérvia, Montenegro, Kosovo (países multi-étnicos e com disputas internas), Ucrânia e Geórgia (pertencentes à CEI; sofrem pressão da Rússia, que não quer perder influência no bloco).
Rumo à integração completa, o Congresso ou Parlamento Europeu propôs, em 2007, uma Constituição Única para os 27 países da UE. O Tratado de Lisboa, como foi chamado, criaria uma Constituição como a dos EUA (alguns pontos principais; os estados, ou no caso os países, teriam certa independência para tratar de pontos mais específicos). Mas o Tratado não passou, pois era necessário que a aprovação fosse unânime. França e Alemanha, desde o início, reprovaram. Holanda e Irlanda também, sendo que, no caso dos irlandeses, o veto foi popular (por meio de plebiscito). Mudando de nome para Carta de Reformas, o projeto sofreu algumas alterações, como:
  1. Criação do cargo de Ministro das Relações Exteriores, que atualmente é exercido pelo próprio presidente da União Européia. O cargo de Ministro teria uma duração maior que o de presidente, que atualmente é de 6 meses (a cada meio ano, um dos presidentes dos países da UE torna-se presidente da UE - atualmente, o cargo é do presidente daRep. Tcheca).
  2. Criação de uma força militar conjunta, controlada pelo Parlamento (pois a OTAN tem muita interferência dos EUA).
  3. Definição de que as decisões teriam 60% de participação da população (por referendos/eleições).
  4. Definição do veto - para um decisão não ser aprovada, pelo menos 5 países teriam que vetá-la.
Referendos foram feitos em diversos países em 2008 para a aprovação da nova Carta de Reformas. Apenas a população da Irlanda vetou a proposta, barrando novamente uma Constituição Única, que, de certo modo, diminuiria a soberania e a independência política de cada país.

Acontece que, mesmo ainda lutando para uma maior integração política, jurídica e previdencial, a UE conseguiu e vem conseguindo cada vez mais uma união econômica. Exemplo disso é a moeda única, já adotada em 21 países (sendo que 5 deles ainda não pertencem oficialmente à UE). A Zona do Euro, então, engloba os seguintes países: Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Itália, Alemanha, França, Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha, Áustria, Finlândia, Eslovênia, Eslováquia, Malta, Chipre e os 5 que ainda não são da UE - Montenegro, Kosovo, Andorra, San Martin e o Vaticano. Dos 12 membros-fundadores, apenas o Reino Unido não faz parte da Zona do Euro - isso porque os ingleses tem muito orgulho de sua moeda- a libra, que é mais forte que o euro e representa o poderio econômico inglês de tempos passados (é um símbolo nacional, assim como a Rainha impressa em suas notas).

Fazendo uma generalização bem forçada, podemos dizer que dois países da UE possuem grupos separatistas em seu território, o que gera conflitos permanentes. São eles a Espanha, com o grupo político/terrorista basco ETA, e a Irlanda, com o grupo terrorista/ paramilitar IRA.
  • Caso do ETA: desde a guerra civil espanhola de meados do século passado - quando, em oposição à ditadura franquista, surgiu o ETA - o grupo reivindica uma redemocratização da Espanha e a separação do território basco (região que pertence à Espanha e, parcialmente, à França). Inicialmente, o grupo tinha engajamento político e atraía a simpatia popular; mas, com a crescente frente terrorista do grupo, o apoio popular tem se esvaído. Seus atos de protestos a carros-bomba. Em março de 2003, com a explosão de uma bomba na estação de trem de Madrid, o primeiro-ministro Aynar culpou o ETA - como pouco tempo depois a Al-Qaeda assumiu o atentado, a declaração de Aynar foi tido como discriminatória e ele não conseguiu se reeleger nas eleições da semana seguinte.
  • Caso do IRA: a história da Irlanda possibilitou a formação de um conflito secular entre católicos e protestantes no país. Alguns fatos merecem ser citados:
  1. Invasão normanda do século XII: os bárbaros conquistaram a ilha, sendo depois submetidos ao governo inglês.
  2. Reforma protestante inglesa do século XVI: com a separação de Henrique VIII da Igreja Católica e a criação do Anglicanismo, a briga entre católicos e protestantes começou. Isso porque, enquanto a Inglaterra se protestantizava, os irlandeses eram católicos fervorosos.
  3. Ato de União da Irlanda, 1800: os ingleses permitiram o envio de irlandeses para o parlamento da Comunidade Britânica. Nos anos seguintes, houve uma grande fome no país, que levou os irlandeses a migrarem (especialmente para os EUA). Com a saída de milhares de irlandeses, as terras ficaram concentradas nas mãos de ingleses, que começaram a criar leis que os favoreciam na produção e na posse de terras. Em 1900, aproximadamente, surgiram grupos revolucionários que pediam a independência do país - o que foi negado pela minoria protestante.
  4. Criação do IRA, 1918: com o fim da 1ª Guerra, os revolucionários conseguiram criar um parlamento e um exército (o IRA) independentes dos ingleses e controlados, principalmente, pela maioria católica. Em 21, após dois anos de guerrilha, a independência do país foi reconhecida, sem a região do Ulster (protestante, que ainda faz parte do Reino Unido - Irlanda do Norte). Em 48, a Irlanda do Sul ( ou Eire), separou-se da Commonwealth (comunidade britânica).
  5. Domingo Sangrento de 1972: no Ulster ou Irlanda do Norte, desde a separação, os católicos são minoria e lutam pela unificação da região à República da Irlanda (Eire). Em 1972, sofrendo com a repressão política, com a falta de empregos e com a fome, grupos católicos do Ulster, juntamente com forças do IRA, se revoltaram contra os protestantes. A repressão foi violenta e o mundo todo assistiu à matança de centenas de católicos (civis e paramilitares).
  6. Acordos da Sexta-Feira de Páscoa, de 1998: católicos e protestantes da Irlanda do Norte e do Sul unem-se para assinar acordos de paz. os principais pontos são: os católicos renunciam à separação do Ulster da Commonwealth, ambos os grupos depõem armas, os protestantes não podem mais discriminar a minoria católica do Norte e o Eire (ou Rep. da Irlanda) retira o apoio ao separatismo dos católicos do Ulster.
Realmente foram feitos acordos, mas os atentados dos dois lados continuam. Agora, acabando UE, falemos um pouco sobre os EUA.

Inicialmente, os EUA eram colônia da Grã-Bretanha. Até 1776, quando foi promulgada a Declaração de Independência. Desde então, os EUA vêm numa marcha cada vez mais acelerada de expansionismo pelo mundo. Tal expansionismo pode ser dividido em 3 fases:
  1. Interno: vai da Independência, passa pela conquista do Oeste, as guerras contra a Espanha e termina com a compra do Alasca (antigamente da Rússia) e a anexação do Havaí (em 1898).
  2. Continental e Oceânico: engloba as independências americanas, especialmente a do Panamá e termina com a Guerra Hispano-americana, na qual os EUA ficaram com as colônias espanholas no Oceano Pacífico (Filipinas, por exemplo).
  3. Planetário: Primeira e Segunda Guerras, além de Guerra Fria, Era Clinton, Era Bush e, atualmente, Era Obama. É a época da bipolaridade mundial (EUA x URSS) e, mais recentemente, da unipolaridade hegemônica dos EUA (luta o terror, coração industrial e econômico do mundo...).
Até aí vai a matéria do 1º semestre. Desculpem o atraso com os resumos. Vou acelerar nos de F.Mendes, Fadul e Lasneaux aqui.



Abraços!

junho 26, 2009

A grande Guerra - Primeira Guerra Mundial

Buscando um melhor entendimento global sobre a Primeira Guerra Mundial, falarei rapidamente sobre os motivos (que não caem, mas são importantes para o desenrolar do conflito):
  1. Anarquia internacional: ausência de organismo internacional, como a Liga das Nações e da ONU (criadas posteriormente)
  2. Causas Nacionalistas: Pangermanismo, Revanchismo Francês, Paneslavismo, Iugoslavismo – motivações nacionalistas ou revanchistas (franceses versus russos versus alemães versus ingleses versus turcos e por aí vai)
  3. Questão do Oriente: junção da decadência do Império Turco-Otomano com o nacionalismo e separatismo dos países pertencentes ao Império, além da incerteza sobre o futuro dos territórios que estavam se fragmentando (as potências estavam lutando por colônias e/ou regiões de influência)
  4. Questão da Alemanha: a unificação da Alemanha e a criação do II Reich (Império Alemão) sob o comando de Otto Von Bismarck e, posteriormente, Guillherme II, causaram um desequilíbrio na Ordem Européia (Concerto Europeu), pois a Alemanha estava ameaçando a hegemonia industrial e bélica da Grã-Bretanha.
  5. Formação de alianças: em 1907 surgiu a aliança de França, Inglaterra e Rússia, que se organizaram para conter o avanço alemão e formaram a Tríplice Entente. Alemanha, Áustria-Hungria e Itália formavam, desde 1882, a Tríplice Aliança, que foi reforçada com a explosão da guerra.
  6. Crises Internacionais: fatos regionais como a crise no Marrocos entre França e Alemanha, a guerra Russo-Turca, as guerras balcânicas de independência dos países do Império Turco-Otomano e, finalmente, o episódio que precipitou a guerra – o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono Austro-Húngaro, em visita à Bósnia (morto por uma organização terrorista paga pelos sérvios).

    Olhando apenas para o episódio do assassinato do F.Ferdinando, não entendemos o porquê de a guerra ter eclodido, pois a Bósnia era um território da Áustria-Hungria – analisando assim, foi um fato regional. Mas analisando os motivos para o assassinato (revanchismo dos bósnios) e que sérvios (principal povo eslavo do sul, como os bósnios) pagaram pelo assassinato, vemos que vai muito além de problemas regionais.

No mês seguinte ao assassinato, a Áustria-Hungria declarou guerra contra a Sérvia. Rússia e Alemanha mobilizam suas tropas (a Rússia com intenção de revidar a declaração feita pela AH contra a Sérvia, sua aliada eslava; Alemanha para prevenir qualquer agressão da Rússia contra a sua aliada AH). Poucos dias depois, Alemanha declara guerra contra a Rússia e já começa as conquistas para o lado ocidental (toma Luxemburgo e exige da Bélgica passagem livre para as tropas).
Antes que a França pudesse tentar retomar a Alsácia-Lorena da Alemanha, os alemães invadem a Bélgica e declaram guerra à França. A Grã-Bretanha declara guerra à Alemanha em defesa da aliada França. A Áustria-Hungria, para demonstrar apoio à aliada Alemanha, declara guerra à Rússia. Em defesa dos russos, ingleses e franceses declaram guerra aos austro-húngaros. Aí fica completa a bagunça. E de 14 a 18, o conflito militar se desenrola no grande campo de batalha europeu. Diz-se guerra mundial porque todos os países estavam direta ou indiretamente ligados à situação na Europa: 24 países se alinharam à Tríplice Entente, formando as Potências Associadas. Contra eles, a Tríplice Aliança e outros 4 países formaram as Potências Centrais. Ambos os lados acreditavam que seria uma guerra curta, mas o confllito durou de 1914 a 1918.

Separando em fases, a guerra pode ser dividida no período que vai de 14 a 16, depois o ano de 1917 e, finalmente, o ano de 1918:

  • 1914 – 1916: Impasse

Os combates concentraram-se na Europa, com alguns focos de conflitos nas colônias de ambos os lados. Os principais avanços territoriais foram os da Alemanha, que conquistou Luxemburgo e uma parte da Bélgica (do lado ocidental) e uma parte da Rússia ( do lado oriental), mas sem conseguir subjugar os países. Do outro lado, a Entente não conseguia reconquistar os territórios tomados pela Aliança nem conquistar territórios dos Turcos. Nesse impasse, criaram-se barreiras quilométricas nas fronteiras – grandes valas nas quais os soldados ficavam de prontidão para qualquer tentativa de avanço inimigo. E nessa situação, milhares de soldados morriam com as péssimas condições, às vezes sem comunicação ou isolados entre linhas inimigas. Por dois anos, as forças militares dos dois lados foram se exaurindo, e as forças armadas iam se esgotando – cada vez mais, civis eram recrutados para defender o país nos fronts de batalha. Além do desgaste militar, a popularidade dos governos e a economia dos países foram declinando com a demora da guerra.

  • 1917: Mudanças bruscas

Duas mudanças abruptas que mudaram o curso da guerra em 17 foram a Crise Russa (terminando com Revolução Socialista no país e a retirada do exército da guerra) e a entrada dos EUA no conflito ao lado da Entente. A revolução russa de 17 foi importante no conflito pela saída da Rússia da guerra, saída esta decidida pelo governo provisório dos socialistas (depois falo especificamente do caso da Rússia), e a CESSÃO de territórios à Alemanha (tratado de Brest-Litovsk). Com a saída da Rússia, a Alemanha pôde deslocar suas tropas do lado oriental para a frente ocidental para combater a Entente, que recebeu apoio dos EUA, que declararam guerra à Alemanha em abril, mesmo mês da Revolução Russa (ao contrário do que é hoje em dia, os EUA não eram uma potência militar – tinham um exército pouco treinado e sem experiência, além de relativamente pequeno). Os motivos principais para a entrada dos americanos foram: aliança econômica já existente com a Entente (se os seus aliados perdessem a guerra, não poderiam pagar as dívidas com os EUA); bombardeios constantes de submarinos alemães a navios de suprimento americanos no Atlântico e a descoberta de uma aliança secreta entre Alemanha e México para invadir os EUA.
A ajuda militar americana, na verdade, só foi sentida em 1918, pois de 17 a 18, o exército do Tio Sam estava sendo precocemente preparado para a guerra. Enquanto isso, na Europa, a Rússia já tinha declarado derrota para os alemães, que já estavam movendo as tropas para a frente Ocidental. Só em janeiro que os EUA puderam ajudar franceses e ingleses a impedir o avanço alemão no continente.

  • 1918: Virada e conclusão

Com a Alemanha vencendo a guerra na Europa, o presidente americano Woodrow Wilson fez uma proposta de paz baseada em princípios liberais, conhecida como “Os 14 pontos de Wilson”. Nesses pontos, ele defendia uma “paz sem vencedores”, com fim do conflito armado e restituição dos territórios de antes da guerra; acabava com os pactos secretos, exigindo clareza nos tratados de aliança e de paz entre os países; delimitava que os países dos Impérios devastados na guerra (AH e Turco-Otomano); instituía a criação de um organismo internacional que garantisse a paz entre os países, o desarmamento e a democracia numa nova ordem mundial. Como resultado, Wilson recebeu um não de todas os lados, inclusive dos aliados, que tinham pactos secretos e esperavam conquistar territórios para depois da guerra.

Entre os meses de março a julho, superando o cansaço das tropas e a falta de aliados (AH estava destruída, Sérvia e Romênia derrotadas), os alemães lançaram uma ofensiva contra a Entente, atacando principalmente o norte da França (principal ponto de ação dos franceses e ingleses). Com a chegada de reforços americanos, a Entente resistiu à ofensiva e, com os ‘ianques’, foi organizada uma contra-ofensiva a partir de agosto – e foi o que virou a guerra para o lado da Entente: os alemães tiveram que recuar, acabando com a moral do Exército de Guilherme II. Entre agosto e outubro, Alemanha, AH, Turquia e Bulgária (todas da Aliança), estavam acabadas. População revoltada com a continuação da guerra e passando fome, movimentos anti-governistas, greves e tudo isso sob ataque constante do inimigo – com o colapso militar, Turquia, Bulgária e AH se renderam. Em novembro, com a derrubada do kaiser Guilherme II, o governo provisório alemão declarou rendição.

Detalhe importante: apesar da rendição, os alemães não tinham perdido território, o exército ainda estava agüentando firmemente nas fronteiras dos países ocupados e não havia nenhum exército inimigo dentro do país. Tudo isso fez com que a população encarasse a rendição como algo anti-patriótico: uma decisão governamental contrária aos interesses nacionais e aparentemente sem motivo – foi como uma facada nas costas dos alemães (daí a criação do “Mito da facada nas costas”, que foi um dos motivadores da 2ª Guerra).

Fim da guerra. Era preciso um conselho entre os países vencedores para delinear uma nova ordem mundial de territórios, alianças, políticas... No Palácio de Versalhes, nos arredores de Paris, foi feita a Conferência de Paz de Paris (1919-1920), que teve como principal documento o “Tratado de Versalhes”. Era uma prestação de contas, na verdade, dos vencedores para os perdedores: a Alemanha, considerada única perdedora, teve de pagar indenizações astronômicas aos vencedores; proibia a aliança entre Alemanha e Áustria (país que ‘sobrou’ das ruínas da AH), além de diminuir suas forças armadas, retirar seu exército das fronteiras, devolver os territórios conquistados e ceder colônias. Além disso, o Tratado de Versalhes foi responsável pela criação da Liga das Nações, organismo que reuniria representantes das principais potências para manter a ordem mundial. A principal consequência das medidas do Tratado foi a humilhação e mutilação territorial da Alemanha, gerando um sentimento de revanchismo (percebido na 2ª Guerra).


Voltando agora num fator regional do período de 14 a 18, que eu não detalhei ainda – a Revolução Russa de 1917
Fases:

  • Revolução de Fevereiro (no nosso calendário, seria março): foi uma revolução popular anti-czarismo com o intuito de instalar na Rússia uma democracia capitalista, fazer a reforma agrária, acabar com a crise econômica gerada pela participação na guerra e retirar o exército da guerra na Europa.

Conseguiram derrubar a monarquia do Czar Nicolau II, instalando um governo provisório liderado por socialistas e liberalistas, com apoio inicial dos sovietes (grupos radicais de operários). Governaram no governo provisório: Lvov (liberal, de março a julho)e Kerenski (socialista moderado -menchevique, de julho a outubro). No governo de Kerenski foram feitas várias mudanças importantes na conjectura social/política, como a instituição da liberdade de expressão, a convocação de uma Assembléia Constituinte e a manutenção do exército russo na guerra para honrar a aliança com franceses e ingleses. Apesar das mudanças, foi um governo impopular: cada vez mais os sovietes queriam poder político e o povo estava insatisfeito com a guerra, que gerava uma crise econômica mais profunda a cada dia. Surgiram então alguns sovietes de oposição, liderados por Lênin (bolcheviques), que defendia uma revolução socialista. Seus argumentos: (I) o capitalismo será destruído com a Primeira Guerra, (II) não há porque defender o capitalismo russo se o capitalismo vai quebrar no mundo e (III) uma revolução socialista na Rússia se expandiria para o mundo, criando uma nova ordem de paz. Seus lemas para atrais o apoio do povo eram: “Paz, terra e pão” (retirada da guerra, reforma agrária e produção agrícola para consumo interno) e “Todo o poder para os sovietes” (acabando com o governo provisório e dando-o para o povo, teoricamente).

  • Revolução de Outubro (na verdade novembro) ou Revolução Comunista (bolcheviques contra mencheviques): foi a derrubada do governo do Kerenski e a instalação de um governo soviete socialista.

Derrubado Kerenski, sobe Lênin ao poder. Principais mudanças: retirada do país da guerra (Tratado de Brest-Litovsk), instalação do regime socialista (nacionalização das empresas), reforma agrária, cancelamento da dívida externa, criação do Decreto das Nacionalidades (independência/autodeterminação dos povos do Império Russo) e fechamento da Assembléia Constituinte (censura, proibição de greves e perseguição aos mencheviques e partidos “burgueses”.

República Velha - Fim

Tá, cumprindo o prometido, resumos de história.

A matéria é meio incerta, porque ele sempre diz que é acumulativa (República Velha), mas cobra pontos mais específicos do que ele terminou de dar, ou seja, tenentismo e final da República do Café-com-leite. Até tenentismo tem nos outros resumos. Sobre tenentismo, então.

Vimos que, até 1906, a política brasileira era controlada quase que exclusivamente pela cafeicultura paulista. Em 1906, com um acordo iminente entre os mineiros e os gaúchos para derrubarem SP do poder, os paulistas forjaram uma aliança com os mineiros, isolando os gaúchos da política (de novo). Ao acordo entre SP e MG para o revezamento de poder (a cada 4 anos, um dos dois partidos ocupava a presidência) dá-se o nome de Política do Café-com-Leite. Em 1906, Afonso Pena, mineiro, assume a presidência e começa o revezamento. A sequência, então, foi:



  • Afonso Pena – MG
  • Nilo Peçanha – SP
  • Hermes da Fonseca – RS **
  • Vencesláu Brás – SP
  • Delfim Moreira – MG
  • Epitácio Pessoa – SP
  • Artur Bernardes – MG
  • Washington Luís – SP
  • ** Hermes da Fonseca – “O estranho no ninho” = para acalmar os ânimos do gaúchos, que ainda criticavam ferrenhamente o governo, os mineiros se aproximaram dos gaúchos e deram a eles um mandato presidencial. Hermes (e não herpes) tentou colocar várias mudanças em prática, mas todas as suas decisões eram barradas pelo congresso (no qual os gaúchos eram minoria). Isso só deixou os gaúchos tri-revoltados, o que fomentou as posteriores revoltas que acabaram com a República Velha.
Em 1930, com a Revolução de 30 dos gaúchos, acabou a República Velha e, consequentemente, a política do Café-com-leite. Mas, antes disso, ocorreram revoltas com o objetivo de derrubar o governo, chamadas Revoltas Tenentistas (em 22 e 25) e a Coluna Prestes. Tais revoltas/insurreições foram resultado do movimento tenentista, crescente no exército. Mas o que foi o movimento tenentista? Como diz o nome, foi um movimento entre os jovens tenentes (eram inclusive perseguidos dentro do Exército) que, vendo a situação política caótica (revezamento do poder, corrupção, conluios, etc), começaram a questionar o governo e a se organizarem para tentarem derrubar o presidente. Em 5 de julho de 1922, no Forte da Praia de Copacabana (point da cidade), os tenentes resolveram fazer sua primeira tentativa, esperançosos que conseguiriam apoio popular (dos banhistas) e da mídia (que sempre acompanhava tudo o que acontecia naquela praia). O grupo, formado por 17 tenentes (entre eles os líderes Siqueira Campos e Eduardo Gomes) e 1 civil, saiu do forte e foi “pregando” suas idéias pela praia, causando impacto e atraindo a mídia. A notícia chegou aos ouvidos do presidente (Epitácio Pessoa), que convocou o exército para acabar com a zorra. Dezesseis do grupo morreram (os líderes conseguiram escapar), no episódio chamado de “Os dezoito do Forte”. Exatamente três anos depois, em 5 de julho de 1925, os tenentes voltaram à ativa, mas dessa vez bem equipados e com mais pessoas a seu lado. Além da esperada atração da mídia, os tenentes fizeram uma demonstração de força militar que abalou as estruturas da cafeicultura paulista. Um cerco que durou 21 dias deixou muitas mansões (dos Barões do Café) em ruínas. Novamente o governo conseguiu reprimir o movimento, mas via-se que os ideais dos tenentes se alastravam com uma rapidez espantosa. No mesmo ano, em 25, deu-se a marcha final dos tenentes. Liderados pelo tenente gaúcho Luís Carlos Prestes, um grupo formado por militares e civis (mais de 300 pessoas) saiu de Alegrete (RS) com a meta fixa de combater o governo central e derrubar o governo. Por mais de dois anos, a Coluna Prestes (como é chamada), ziguezagueou o Brasil, lutando com o Exército e pregando seus ideais revolucionários. A marcha percorreu diversos estados do Centro-Sul do país, terminando no Planalto Central (a última batalha foi travada numa região perto de onde hoje é Luziânia). Por mais que não tenham conseguido derrubar o governo, colocaram a opinião pública contra toda a situação caótica da política, em especial no interior do Brasil, onde os coronéis dominavam.

Impressionantemente, a cafeicultura agüentou o baque do movimento tenentista. Mas isso somado com a crise de 29 foi demais pra política do café-com-leite. Mas, mestre, o que tem a ver a crise dos EUA de 29 com o poder da cafeicultura? Tudo! A crise de 29 foi uma crise gerada pela euforia de produção que se deu desde o final da 1ª Guerra (19) até 29 (quando se deu a Quebra da Bolsa de NY); tal aumento eufórico na produção foi causado, inicialmente, pela demanda de produtos da Europa pós-guerra, que estava com seu pátio industrial arrasado pela guerra e necessitava de ajuda financeira e de importações de produtos americanos. Com isso, os EUA aumentaram a produção para atender à demanda européia; mas o que os americanos não estavam contando era com a rápida recuperação da Europa, que em 29 já não mais necessitava de tamanha ajuda do Tio Sam. Com a baixa das exportações e com a produção ainda em alta, os estoques das fábricas estavam lotados de produtos. Com o excesso de mercadoria, os preços começaram a cair, assim como o valor das ações. Com todo mundo vendendo as ações que já não valiam quase nada, as empresas começaram a falir – o que gerou reações em cadeia, resultando no crash da bolsa de Nova York, o coração econômico do mundo capitalista. O mundo ficou de queixo caído – e de bolsos vazios: exportações em baixa, preços altos, recessão em diversos países, desemprego crescendo... No Brasil não foi diferente: como o Brasil só exportava café (ok, generalizei demais, mas eram uns 90%), e como a cafeicultura tinha o domínio político e econômico, com a crise os EUA (que importavam mais de 90% do nosso café) pararam de importar café e acabaram com o poderio econômico dos Barões do Café.

Ruindo, a cafeicultura paulista resolveu dar um golpe político: quebrando o acordo de revezamento de poder com os mineiros, SP indicou o paulista Júlio Prestes (que não tem nada a ver com Luís Carlos Prestes) para substituir Washington Luís, que já era paulista (o certo seria indicar o mineiro Antônio Carlos de Andrada, mas nada feito). Com a eleição de Júlio Prestes, em 30, os mineiros se uniram aos gaúchos e deram um golpe no governo, tirando a cafeicultura do poder de vez (acaba então a República Velha e se inicia a Era Vargas).

Além dessa matéria, então, cai o que deu nas outras etapas (é República Velha inteira).

Gostaria de ter colocado mais cedo, mas estava sem internet ontem (estou postando do colégio).

Abraços.

Yeeeees! Acabei outro acróstico!




PS: O do Cássio eu posto até umas 5 horas, no máximo, é que eu estou postando da Escola.


PS-2: Sucesso na UnB, George!

junho 24, 2009

Esquema de física


Pra quem reclama que eu não faço resumo de exatas, tirei (ok, não fui eu) novamente fotos do esquema que eu fiz do quadro do plantão de física (elétrica). As fotos podem ser baixadas no arquivo do 4shared; é só clicar no link:



Obs: o esquema é de melhor entendimento com a explicação no plantão, portanto haverá plantão nesta quinta-feira, a partir das 14h no auditório II (comigo). Além de revisar novamente/rapidamente a teoria, farei exercícios da lista de resistores e demais pedidos. Mecânica eu revisarei no final, mas o Rodrigo disse que dará plantão depois das 17h.

Quaisquer dúvidas: 8147-2185

Abraços,

Félix.

PS: Aqueles que quiserem comprar o ingresso da festa junina do Galois, estarei vendendo juntamente com o pessoal da comissão de formatura, por 15 reais (concorrendo ao iPod shuffle). Interessados, só nos procurar depois do simulado.
PS-2: A caricatura do Confort e do Pacato são de direitos autorais da turma D.

junho 22, 2009

Último de Sociologia!

Começando o último da última série de resumos antes da minha aposentadoria, temos o resumo de Sociologia da matéria da 3ª etapa (que inclui também alguns itens da 2ª): Início da Sociologia, Max Weber, Durkheim, Marx (conceitos), Estado e Questão da pobreza. Recomendo que dêem uma olhada na prova da 2ª etapa, especialmente no que diz respeito à parte de Weber, Durkheim e Marx.

Apesar de já ter escrito sobre os teóricos na 2ª etapa, vou fazer uma curta revisão. O início da sociologia como ciência dá-se com Auguste Comte, que introduz leis naturais e exatas ao estudo da sociedade, que ele dá o nome de Sociologia. Ao iniciar o estudo social como ciência, ele começa a estabelecer um método, objetos de estudo, regras, etc. A partir daí, então, os demais teóricos trabalham em cima de suas premissas. Entre os pioneiros, podemos citar Durkheim e Weber. Para estudá-los, é mais fácil analisarmos seus pontos contrastantes (sendo assim, fiz a seguinte tabela).


Teórico







Émile Durkheim (1858-1917)

Max Weber (1854-1920)

Objeto de estudo







Fato social (generalizado).

Ação social (individual).

Visão do sociólogo







Deve ser imparcial.

Não pode ser IMparcial.

Força motivadora do fato social/ação social







Coerção social ou consciência coletiva (determinismo: o indivíduo tem suas ações determinadas pela sociedade).

Intencionalidade do indivíduo (toda ação social tem sentido e objetivo – um motivo próprio do indivíduo que a realiza).

Ponto de vista pelo qual analisava a sociedade







Através da matemática e da análise estatística dos eventos sociais.

Através da história da sociedade, que explica a situação atual da mesma.

Objetivo da Sociologia







Explicar as sociedades baseando-se na generalidade de seus fatos sociais.

Entender a situação da sociedade na época analisada através de sua história (formação de uma consciência nacional – unificação alemã).


Resumidamente, é isso (em caso de dúvidas, há outros resumos com Weber e Durkheim na etapa anterior). Depois dos dois, temos o maldito Karl Marx, com seus estudos sobre o capitalismo e sua teorização de um novo modelo ideal, o socialismo (socialismo científico). Sobre ele, caem os conceitos seguintes:
  • Modo de produção: estudando a sociedade desde seus primórdios, Marx separou a História em períodos que se diferenciam pelo que ele definiu como modo de produção. Modo de produção é o conjunto de práticas políticas, sociais e, principalmente, econômicas que regem a sociedade em determinado período (ex: Modo de Produção Asiático, M. de Produção Feudal, Modo de Produção Capitalista). Essa visão de mundo baseando-se em aspectos econômicos chama-se materialismo histórico.
  • Valor/trabalho/lucro: valor é a quantia associada a certo produto ou serviço de acordo com o trabalho que se teve para que fosse produzido mais o lucro do dono do produto/serviço. Trabalho é então o esforço realizado por alguém para se produzir um produto ou se realizar um serviço, e lucro é a quantia que "sobra" para o dono do produto/serviço depois que este paga os custos de produção.
  • Classes sociais: é a divisão que Marx faz da sociedade entre os dominadores (senhores feudais, clero, nobres, burgueses) e os dominados (servos, escravos, operários, proletariado). Ele diz que a História da humanidade é a História da eterna luta de classes entre os privilegiados e os injustiçados e que, no Capitalismo, o abismo entre as classes só aumenta (daí ele cria um sistema que, supostamente, acabe com a divisão em classes).
  • Alienação: é a separação do trabalhador (força de trabalho) de suas ferramentas (meios de produção), que veio com a Revolução Industrial - os proprietários das fábricas contratam a força de trabalho dos operários para que, trabalhando em suas máquinas, produzam e gerem o lucro do proprietário. Antes da Rev. Industrial, por exemplo, cada artesão ou conjunto de trabalhadores trabalhava em suas próprias manufaturas, nas quais tinham suas ferramentas e obtinham o próprio lucro.
  • Mais-valia: é a exploração dos operários pelos capitalistas, que obrigam a classe operária a trabalhar exaustivamente para obter mais lucro, lucro este que não é repassado àqueles que realmente trabalharam (mais resumidamente: é o lucro gerado por um trabalho não realizado - não realizado pelos capitalistas, que ficam com o lucro, mas sim pelo proletariado).
Olhem, é bem provável que, se ele já cobrou esse conteúdo na 2ª etapa, ele cobre menos agora na 3ª. Vamos então para a matéria nova: Estado e Pobreza.

Lá na Antiguidade, desde os gregos e romanos, já tinha-se uma visão do que era o Estado: uma forma de organização política da sociedade, feita de forma complexa e hierarquizada (hierarquia: divisão por graus de importância). O Estado, por meio de um governo central, de instituições e funcionários públicos, tem o monopólio do uso da força (seja ela jurídica, policial, religiosa), garantido pela legitimidade dos governantes/dirigentes. A legitimidade pode ser dada por uma divindade (teocracia, como nos povos árabes), por tradição familiar e cultural (como no Absolutismo) ou pelo povo (democracia, como nos dias de hoje).

Sempre que governo central delega cargos e/ou tarefas para instituições ou servidores públicos, damos o nome de Burocracia. Os burocratas são aqueles que trabalham de forma direta ou indireta para a máquina estatal. O excesso de burocracia muitas vezes aumenta o nível de corrupção e diminui a eficácia das decisões governamentais, pois os projetos e o dinheiro passam por muitas instâncias até chegar aonde deveria.

Independentemente de conseguir isto ou não, o objetivo do Estado é garantir a vontade e o bem geral da população, o que é diferente da vontade de todos ou da maioria - é mais como a intersecção das vontades das classes: saúde, segurança, educação, propriedade. Geralmente, o Estado representa os interesses das classes dominantes, de tal forma que ele consiga manter a ordem social vigente (as tradições, as classes, a religião, etc.). Quando o Estado é excessivamente burocratizado e/ou se é autoritário, ele torna-se autônomo, ou seja, governa acima da vontade geral (ex: ditaduras).

Muito antiga também é a noção de pobreza. A pobreza é resultado das desigualdades sociais, existentes desde que o mundo é mundo (ou como diria Rousseau, desde a criação da propriedade privada). As desigualdades sociais, por sua vez, são geradas pela estrutura (política, econômica, cultural, religiosa e histórica) e pela estratificação (divisão) de cada sociedade. São exemplos claros de estratificação social:
  1. Castas: divisão milenar da sociedade indiana, baseada na diferença de nascimento e de religião.
  2. Estamentos: divisão tradicional do Medievo entre o Clero, os Nobres e o restante - servos, burgueses; os "Três Estados".
  3. Classes: divisão antigamente (Rev. Industrial) baseada na produção - proprietários e operários - e hoje baseada no poder de consumo - classes A, B, C, D e E; ou Alta, Média e Baixa.
Olhando para as civilizações antigas, vemos que a desigualdade era algo aceitável. Na Antiguidade, por exemplo, gregos e romanos aceitavam a escravidão e a servidão como algo natural para que, enquanto alguns trabalhassem e/ou passassem por privações, outros usufruíssem das benesses. Na Idade Média, a pobreza é aceita como vontade divina e os bens materiais não levam à salvação, sendo considerados então supérfluos. Mas, a partir da Modernidade, com o Humanismo e com o Liberalismo (todos os homens são iguais, com direitos iguais), as desigualdades e a pobreza passam a ser vistas como inaceitáveis. Sendo assim, como justifica-se a inegável pobreza existente até então? Pela injustiça e pela sociedade de privilégios ilegítimos em que vivemos, na qual a apropriação (econômica) e a dominação (política) das classes dominantes tornaram-se mais poderosas que os valores culturais e tradicionais da sociedade (moral, honra, religião, etc.).

Então de Sociologia é isso, pessoal! Dúvidas e correções por comentários. A prova é quarta-feira, junto da de matemática, e é de múltipla escolha, como as demais da 3ª etapa. Postarei os próximos resumos (de humanas) sempre 2 dias antes da prova (na máximo) e darei aulas/plantões com o Rodrigo nas vésperas das provas.

Só uma correção no calendário de aulas: na sexta feira, dia 26/06, a minha aula começará as 15:20 (tenho Thomas).


Abraços,
Félix.