Uma forma cada vez mais comum de organização político-econômica no mundo globalizado é a formação de blocos de países. Os blocos podem ser do tipo ZLC (Zona de Livre Comércio), tendo o comércio de bens liberado entre os membros; do tipo UA (União Aduaneira), que é a criação de uma Tarifa Externa Comum (TEC), possibilitando maior integração econômica; e podem ser do tipo ainda mais complexo, o Mercado Comum (MC). No Mercado Comum, os membros têm as "4 liberdades": livre circulação de bens, pessoas, serviços e capitais. O único Mercado Comum existente nos dias de hoje é a União Européia. Vejamos como ela foi formada.
Em 1992, quando foi assinado o Tratado de Maastricht, consolidou-se o plano Europeu de criação de um bloco coeso de países com o objetivo de unificação política. Tal sonho já teve, anteriormente, tentavitas de concretização, como o Benelux (bloco: Bélgica, Holanda e Luxemburgo) - que posteriormente foi ampliado para o CECA (Comunidade Européia do Carvão e do Aço, com a adição de Itália, França e Alemanha), o MCE (Mercado Comum Europeu, fundado pelo pelo Tratado de Roma) e o Euratom (união de países com o objetivo de desenvolvimento de tecnologias baseadas na energia atômica). A fusão dos blocos gerou a atual UE. Vejamos como se deu a fusão:
- 1951 / 1957: Tratado de Paris e Tratado de Roma, respectivamente, criam a CEE (Comunidade Econômica Européia) e a Euratom (Comunidade Européia da Energia Atômica), com a assinatura dos 6 países do CECA. A CEE, que depois mudou de nome para Comunidade Européia (CE), foi englobando mais países ao longo do tempo:
- 1973: Reino Unido, Dinamarca e Irlanda aderem à Comunidade, muito embora os Franceses tenham demonstrado certa resistência à entrada dos 3, pois nenhum deles pertencia realmente ao continente europeu.
- 1981: A Grécia se torna o 10º país da CE.
- 1986: os países ibéricos (Portugal e Espanha) tomam seu lugar na comunidade, agora com 12 membros.
- 1993: entra em vigor o Tratado de Maastricht, assinado pelos 12 fundadores da nova União Européia, que tinha o objetivo primordial de unir a Europa pós-Guerra Fria e manter o continente, que outrora fora o centro do mundo, dentro do Capitalismo cada vez mais globalizado e competitivo.
- 1995: Áustria, Finlândia e Suécia, que até o final da Guerra Fria mativeram uma neutralidade forçada por Stalin no início do conflito, se unem à União Européia.
- 2004: diversos países (10, para ser mais exato), por decisão do Congresso Europeu, têm sua adesão aceita - Lituânia, Letônia, Estônia, Polônia, Malta, Chipre, República Tcheca, Hungria, Eslováquia e Eslovênia.
- 2007: Bulgária e Romênia aderem.
- Noruega, Suíça (e não Suécia como eu tinha colocado antes) - tiveram a adesão negada pela própria população, continuando a tradição de neutralidade.
- Croácia, Turquia e Macedônia - candidatos com pedido de adesão. Sua adesão é um ponto de muito debate, pois os 3 países são da porção mais asiática da Europa, o que implica em um choque cultural e inclusive econômico muito grande.
- Pedidos não formalizados: Sérvia, Montenegro, Kosovo (países multi-étnicos e com disputas internas), Ucrânia e Geórgia (pertencentes à CEI; sofrem pressão da Rússia, que não quer perder influência no bloco).
- Criação do cargo de Ministro das Relações Exteriores, que atualmente é exercido pelo próprio presidente da União Européia. O cargo de Ministro teria uma duração maior que o de presidente, que atualmente é de 6 meses (a cada meio ano, um dos presidentes dos países da UE torna-se presidente da UE - atualmente, o cargo é do presidente daRep. Tcheca).
- Criação de uma força militar conjunta, controlada pelo Parlamento (pois a OTAN tem muita interferência dos EUA).
- Definição de que as decisões teriam 60% de participação da população (por referendos/eleições).
- Definição do veto - para um decisão não ser aprovada, pelo menos 5 países teriam que vetá-la.
Acontece que, mesmo ainda lutando para uma maior integração política, jurídica e previdencial, a UE conseguiu e vem conseguindo cada vez mais uma união econômica. Exemplo disso é a moeda única, já adotada em 21 países (sendo que 5 deles ainda não pertencem oficialmente à UE). A Zona do Euro, então, engloba os seguintes países: Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Itália, Alemanha, França, Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha, Áustria, Finlândia, Eslovênia, Eslováquia, Malta, Chipre e os 5 que ainda não são da UE - Montenegro, Kosovo, Andorra, San Martin e o Vaticano. Dos 12 membros-fundadores, apenas o Reino Unido não faz parte da Zona do Euro - isso porque os ingleses tem muito orgulho de sua moeda- a libra, que é mais forte que o euro e representa o poderio econômico inglês de tempos passados (é um símbolo nacional, assim como a Rainha impressa em suas notas).
Fazendo uma generalização bem forçada, podemos dizer que dois países da UE possuem grupos separatistas em seu território, o que gera conflitos permanentes. São eles a Espanha, com o grupo político/terrorista basco ETA, e a Irlanda, com o grupo terrorista/ paramilitar IRA.
- Caso do ETA: desde a guerra civil espanhola de meados do século passado - quando, em oposição à ditadura franquista, surgiu o ETA - o grupo reivindica uma redemocratização da Espanha e a separação do território basco (região que pertence à Espanha e, parcialmente, à França). Inicialmente, o grupo tinha engajamento político e atraía a simpatia popular; mas, com a crescente frente terrorista do grupo, o apoio popular tem se esvaído. Seus atos de protestos a carros-bomba. Em março de 2003, com a explosão de uma bomba na estação de trem de Madrid, o primeiro-ministro Aynar culpou o ETA - como pouco tempo depois a Al-Qaeda assumiu o atentado, a declaração de Aynar foi tido como discriminatória e ele não conseguiu se reeleger nas eleições da semana seguinte.
- Caso do IRA: a história da Irlanda possibilitou a formação de um conflito secular entre católicos e protestantes no país. Alguns fatos merecem ser citados:
- Invasão normanda do século XII: os bárbaros conquistaram a ilha, sendo depois submetidos ao governo inglês.
- Reforma protestante inglesa do século XVI: com a separação de Henrique VIII da Igreja Católica e a criação do Anglicanismo, a briga entre católicos e protestantes começou. Isso porque, enquanto a Inglaterra se protestantizava, os irlandeses eram católicos fervorosos.
- Ato de União da Irlanda, 1800: os ingleses permitiram o envio de irlandeses para o parlamento da Comunidade Britânica. Nos anos seguintes, houve uma grande fome no país, que levou os irlandeses a migrarem (especialmente para os EUA). Com a saída de milhares de irlandeses, as terras ficaram concentradas nas mãos de ingleses, que começaram a criar leis que os favoreciam na produção e na posse de terras. Em 1900, aproximadamente, surgiram grupos revolucionários que pediam a independência do país - o que foi negado pela minoria protestante.
- Criação do IRA, 1918: com o fim da 1ª Guerra, os revolucionários conseguiram criar um parlamento e um exército (o IRA) independentes dos ingleses e controlados, principalmente, pela maioria católica. Em 21, após dois anos de guerrilha, a independência do país foi reconhecida, sem a região do Ulster (protestante, que ainda faz parte do Reino Unido - Irlanda do Norte). Em 48, a Irlanda do Sul ( ou Eire), separou-se da Commonwealth (comunidade britânica).
- Domingo Sangrento de 1972: no Ulster ou Irlanda do Norte, desde a separação, os católicos são minoria e lutam pela unificação da região à República da Irlanda (Eire). Em 1972, sofrendo com a repressão política, com a falta de empregos e com a fome, grupos católicos do Ulster, juntamente com forças do IRA, se revoltaram contra os protestantes. A repressão foi violenta e o mundo todo assistiu à matança de centenas de católicos (civis e paramilitares).
- Acordos da Sexta-Feira de Páscoa, de 1998: católicos e protestantes da Irlanda do Norte e do Sul unem-se para assinar acordos de paz. os principais pontos são: os católicos renunciam à separação do Ulster da Commonwealth, ambos os grupos depõem armas, os protestantes não podem mais discriminar a minoria católica do Norte e o Eire (ou Rep. da Irlanda) retira o apoio ao separatismo dos católicos do Ulster.
Inicialmente, os EUA eram colônia da Grã-Bretanha. Até 1776, quando foi promulgada a Declaração de Independência. Desde então, os EUA vêm numa marcha cada vez mais acelerada de expansionismo pelo mundo. Tal expansionismo pode ser dividido em 3 fases:
- Interno: vai da Independência, passa pela conquista do Oeste, as guerras contra a Espanha e termina com a compra do Alasca (antigamente da Rússia) e a anexação do Havaí (em 1898).
- Continental e Oceânico: engloba as independências americanas, especialmente a do Panamá e termina com a Guerra Hispano-americana, na qual os EUA ficaram com as colônias espanholas no Oceano Pacífico (Filipinas, por exemplo).
- Planetário: Primeira e Segunda Guerras, além de Guerra Fria, Era Clinton, Era Bush e, atualmente, Era Obama. É a época da bipolaridade mundial (EUA x URSS) e, mais recentemente, da unipolaridade hegemônica dos EUA (luta o terror, coração industrial e econômico do mundo...).
Abraços!
24 comentários:
félix, te amo.
se for possível faz o primeiro resumo de bio da matéria do fadul? =)
biologia tá enorme.....bota a materia do fadul se possivel
félix, eu acho que a parte de EUA nao cai,porque o edilberto nao terminou em algumas salas
Fica saindo com a simoes e esquece da gente neh felix?
uahsuhauhsuahsuhasa
brincadeiraa
vlw velho
se der coloca logo o de F mendes, é mais de boas! =)
coloca logo qualquer resumo
por favor
eu to terminando de fazer o do f mendes! e fadul é logo depois.
e eu ADORARIA estar saindo com a simões nesse exato momento ¬¬
SENSACIONAL ESSA BRINCADEIRA DE ACROSTICO, VIU, QUE ISSO
HAHAHAAHAHAHHA
simoes simoes
cai sistema cardiovascular e transporte de gases nessa prova??
cai sistema cardiovascular sim
hematose deve cair alguma coisinha também
ô felix, acho que foi em 2004 o atentado ao metrô de madrid, e nao em 2003, como vc colocou.
e, se nao me falha a memoria, o edilbas falou na minha sala que nao foi a al qaeda que fez o ataque nao
oi félix,
"Noruega, Suécia - tiveram a adesão negada pela própria população, continuando a tradição de neutralidade."
è Suécia mesmo? não é Suíça?
é suíça, desculpa
e o atentado de madri (que eu não tenho tanta certeza do ano, mas ainda acho que foi em 2003) foi assumido por uma vertente da Al-Qaeda na Europa.
felix, é de boa estudar só pelo resumo de geo?
a parte do edilberto é de boa. a de índia e china também, eu acho. Mas mercosul eu aconselho dar uma olhadinha no livro.
Mas acho que tá de boa sim, até porque num é prova discursiva.
aaaaaah :') haha
ainda acho que foi 2004...
2004
felix, caso vc acabe os resumos de hoje e naom esteja cansado e tals... tipo sem querer incomodar muitoo, teria como tu jah fazer o resumo de filosofia, ou entao começar por ele amanha...
valew ai garoto abraçoo
félix, vale relembrar que a União Europeia não é mais um simples Mercado Comum; ela "evoluiu" para um União Financeira e Econômica (mercado comum não tem banco central unico, moeda unica, etc..)
eles sonham em fazer uma união politica (unico presidente, unico ministro das relacoes exteriores) mas ainda tá meio longe, e é aquela longa historia das brigas....
Valeu,
Felipe Martins
por que essa resistencia toda da irlanda em aceitar uma constituiçao unica? alem do veto da populaçao, tem alguma questao politica?
Martins, o que você falou é a própria definição de Mercado Comum, com as 4 liberdades e tudo mais. Acho que no caso você confundiu com ZLC (Zona de Livre Comércio). Mas não deixa de estar certo sobre o resto de União Financeira e Econômica (Presidente, ministro, etc), porque a UE é um mercado comum mais avançado do que qualquer outro projeto, mas não deixa de ser um mercado comum.
E a questão da Irlanda envolve a crise da divisão do país: uma constituição única poderia obrigar a uma separação ou a uma união que deixaria pelo menos um dos lados desfavorecido. Isso e a questão da soberania nacional ser diminuída com uma constituição.
Abraços!
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