junho 22, 2009

Último de Sociologia!

Começando o último da última série de resumos antes da minha aposentadoria, temos o resumo de Sociologia da matéria da 3ª etapa (que inclui também alguns itens da 2ª): Início da Sociologia, Max Weber, Durkheim, Marx (conceitos), Estado e Questão da pobreza. Recomendo que dêem uma olhada na prova da 2ª etapa, especialmente no que diz respeito à parte de Weber, Durkheim e Marx.

Apesar de já ter escrito sobre os teóricos na 2ª etapa, vou fazer uma curta revisão. O início da sociologia como ciência dá-se com Auguste Comte, que introduz leis naturais e exatas ao estudo da sociedade, que ele dá o nome de Sociologia. Ao iniciar o estudo social como ciência, ele começa a estabelecer um método, objetos de estudo, regras, etc. A partir daí, então, os demais teóricos trabalham em cima de suas premissas. Entre os pioneiros, podemos citar Durkheim e Weber. Para estudá-los, é mais fácil analisarmos seus pontos contrastantes (sendo assim, fiz a seguinte tabela).


Teórico







Émile Durkheim (1858-1917)

Max Weber (1854-1920)

Objeto de estudo







Fato social (generalizado).

Ação social (individual).

Visão do sociólogo







Deve ser imparcial.

Não pode ser IMparcial.

Força motivadora do fato social/ação social







Coerção social ou consciência coletiva (determinismo: o indivíduo tem suas ações determinadas pela sociedade).

Intencionalidade do indivíduo (toda ação social tem sentido e objetivo – um motivo próprio do indivíduo que a realiza).

Ponto de vista pelo qual analisava a sociedade







Através da matemática e da análise estatística dos eventos sociais.

Através da história da sociedade, que explica a situação atual da mesma.

Objetivo da Sociologia







Explicar as sociedades baseando-se na generalidade de seus fatos sociais.

Entender a situação da sociedade na época analisada através de sua história (formação de uma consciência nacional – unificação alemã).


Resumidamente, é isso (em caso de dúvidas, há outros resumos com Weber e Durkheim na etapa anterior). Depois dos dois, temos o maldito Karl Marx, com seus estudos sobre o capitalismo e sua teorização de um novo modelo ideal, o socialismo (socialismo científico). Sobre ele, caem os conceitos seguintes:
  • Modo de produção: estudando a sociedade desde seus primórdios, Marx separou a História em períodos que se diferenciam pelo que ele definiu como modo de produção. Modo de produção é o conjunto de práticas políticas, sociais e, principalmente, econômicas que regem a sociedade em determinado período (ex: Modo de Produção Asiático, M. de Produção Feudal, Modo de Produção Capitalista). Essa visão de mundo baseando-se em aspectos econômicos chama-se materialismo histórico.
  • Valor/trabalho/lucro: valor é a quantia associada a certo produto ou serviço de acordo com o trabalho que se teve para que fosse produzido mais o lucro do dono do produto/serviço. Trabalho é então o esforço realizado por alguém para se produzir um produto ou se realizar um serviço, e lucro é a quantia que "sobra" para o dono do produto/serviço depois que este paga os custos de produção.
  • Classes sociais: é a divisão que Marx faz da sociedade entre os dominadores (senhores feudais, clero, nobres, burgueses) e os dominados (servos, escravos, operários, proletariado). Ele diz que a História da humanidade é a História da eterna luta de classes entre os privilegiados e os injustiçados e que, no Capitalismo, o abismo entre as classes só aumenta (daí ele cria um sistema que, supostamente, acabe com a divisão em classes).
  • Alienação: é a separação do trabalhador (força de trabalho) de suas ferramentas (meios de produção), que veio com a Revolução Industrial - os proprietários das fábricas contratam a força de trabalho dos operários para que, trabalhando em suas máquinas, produzam e gerem o lucro do proprietário. Antes da Rev. Industrial, por exemplo, cada artesão ou conjunto de trabalhadores trabalhava em suas próprias manufaturas, nas quais tinham suas ferramentas e obtinham o próprio lucro.
  • Mais-valia: é a exploração dos operários pelos capitalistas, que obrigam a classe operária a trabalhar exaustivamente para obter mais lucro, lucro este que não é repassado àqueles que realmente trabalharam (mais resumidamente: é o lucro gerado por um trabalho não realizado - não realizado pelos capitalistas, que ficam com o lucro, mas sim pelo proletariado).
Olhem, é bem provável que, se ele já cobrou esse conteúdo na 2ª etapa, ele cobre menos agora na 3ª. Vamos então para a matéria nova: Estado e Pobreza.

Lá na Antiguidade, desde os gregos e romanos, já tinha-se uma visão do que era o Estado: uma forma de organização política da sociedade, feita de forma complexa e hierarquizada (hierarquia: divisão por graus de importância). O Estado, por meio de um governo central, de instituições e funcionários públicos, tem o monopólio do uso da força (seja ela jurídica, policial, religiosa), garantido pela legitimidade dos governantes/dirigentes. A legitimidade pode ser dada por uma divindade (teocracia, como nos povos árabes), por tradição familiar e cultural (como no Absolutismo) ou pelo povo (democracia, como nos dias de hoje).

Sempre que governo central delega cargos e/ou tarefas para instituições ou servidores públicos, damos o nome de Burocracia. Os burocratas são aqueles que trabalham de forma direta ou indireta para a máquina estatal. O excesso de burocracia muitas vezes aumenta o nível de corrupção e diminui a eficácia das decisões governamentais, pois os projetos e o dinheiro passam por muitas instâncias até chegar aonde deveria.

Independentemente de conseguir isto ou não, o objetivo do Estado é garantir a vontade e o bem geral da população, o que é diferente da vontade de todos ou da maioria - é mais como a intersecção das vontades das classes: saúde, segurança, educação, propriedade. Geralmente, o Estado representa os interesses das classes dominantes, de tal forma que ele consiga manter a ordem social vigente (as tradições, as classes, a religião, etc.). Quando o Estado é excessivamente burocratizado e/ou se é autoritário, ele torna-se autônomo, ou seja, governa acima da vontade geral (ex: ditaduras).

Muito antiga também é a noção de pobreza. A pobreza é resultado das desigualdades sociais, existentes desde que o mundo é mundo (ou como diria Rousseau, desde a criação da propriedade privada). As desigualdades sociais, por sua vez, são geradas pela estrutura (política, econômica, cultural, religiosa e histórica) e pela estratificação (divisão) de cada sociedade. São exemplos claros de estratificação social:
  1. Castas: divisão milenar da sociedade indiana, baseada na diferença de nascimento e de religião.
  2. Estamentos: divisão tradicional do Medievo entre o Clero, os Nobres e o restante - servos, burgueses; os "Três Estados".
  3. Classes: divisão antigamente (Rev. Industrial) baseada na produção - proprietários e operários - e hoje baseada no poder de consumo - classes A, B, C, D e E; ou Alta, Média e Baixa.
Olhando para as civilizações antigas, vemos que a desigualdade era algo aceitável. Na Antiguidade, por exemplo, gregos e romanos aceitavam a escravidão e a servidão como algo natural para que, enquanto alguns trabalhassem e/ou passassem por privações, outros usufruíssem das benesses. Na Idade Média, a pobreza é aceita como vontade divina e os bens materiais não levam à salvação, sendo considerados então supérfluos. Mas, a partir da Modernidade, com o Humanismo e com o Liberalismo (todos os homens são iguais, com direitos iguais), as desigualdades e a pobreza passam a ser vistas como inaceitáveis. Sendo assim, como justifica-se a inegável pobreza existente até então? Pela injustiça e pela sociedade de privilégios ilegítimos em que vivemos, na qual a apropriação (econômica) e a dominação (política) das classes dominantes tornaram-se mais poderosas que os valores culturais e tradicionais da sociedade (moral, honra, religião, etc.).

Então de Sociologia é isso, pessoal! Dúvidas e correções por comentários. A prova é quarta-feira, junto da de matemática, e é de múltipla escolha, como as demais da 3ª etapa. Postarei os próximos resumos (de humanas) sempre 2 dias antes da prova (na máximo) e darei aulas/plantões com o Rodrigo nas vésperas das provas.

Só uma correção no calendário de aulas: na sexta feira, dia 26/06, a minha aula começará as 15:20 (tenho Thomas).


Abraços,
Félix.

23 comentários:

Anônimo disse...

Deve ser imparcial.
X
Não pode ser parcial.

¬¬

Anônimo disse...

não vai embora Felix meu lindo!
o que vai ser de mim sem seus maravilhosos resumos.
não quero vc longe de mim
e não me importo se vc é um viadinho; afinal, todos somos.
bjosmeliga: 91844555
estou esperando seu chamado.
ME POSSUA.

Anônimo disse...

paola ai em cima com certeza.

Anônimo disse...

ouuu nao entendi a parada de ser parcial e nao deve ser imparcial da no mesmo, valeu

Mateus Félix disse...

realmente, eu coloquei "não pode ser parcial", mas na verdade é "não pode ser IMparcial", como acabei de corrigir.

e não adianta deixar telefone. to sem crédito.

Abraços,
Félix

Anônimo disse...

carol simoes, eu reparei.
que viadage.

Anônimo disse...

ué félix, vai nos abandonar semestre que vem?

Unknown disse...

viadinho... fica apagando meus comentários.. assim não dá...euheuheuhe

Abraços,

Salum

Anônimo disse...

não se aposente Félix, nos, alunos com menor capacidade intelectual (ou preguissa) precisamos de seus celebres resumos para maximizar nosso desempenho escolar, e Marks precisa de alguem para odia-lo em publico no Galois!!!!

Anônimo disse...

preguiSSa

ahahahaha
que burro
hahaha

Anônimo disse...

marks que burro

ahahah

correçao MARX

Anônimo disse...

Felix gostaria de salientar que no caso de webber nao é que o cientista nao possa ser imparcial,o fato que ele apenas nao consegue faze-lo. Sendo assim,é inviável a análise de algo que está em constante mudança, imparcialmente.Dado um contexto que nos mesmos somos os modificadores desse meio.

Mateus taveira.(universitário gay,queimador de rosca)

Anônimo disse...

felix,o seu conceito de lucro está bem abstrado.Por isso, sinto a necessidade de complementa-lo com a seguinte teoria: o lucro,segundo Marx é obtido através da mais-valia,dado que se fosse apenas uma ''sobra'' essa seria passível de remanejação,o que acarretaria em um aumento súbito de preços no mercado e subsquente queda nas vendas.Fora isso o resumo está muito bom garoto.Socialismo é o que há de melhor e devemos segui-lo.

E. Jobim

Anônimo disse...

C A R O L S I M O E S
eu reparei também
que viadagem

Anônimo disse...

mestre félix, o que vem a ser BENESSES?
"outros usufruíssem das benesses..."

Anônimo disse...

ele colocou em destaque justamente pras pessoas repararem.
vcs nao sao especiais por terem notado

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

auehueaheauheau
"Socialismo é o que há de melhor e devemos segui-lo."
e eu q achava q o Eduardo era soh um pouqquinho comunista.

Anônimo disse...

Mateus quer vir pro Kant comigo?

Senor Abravanel

Mateus Félix disse...

Sr. E Jobim, primeiro que não é remanejação, é remanejamento. E Weber dizia sim que, não conseguindo ser imparcial, o sociólogo deve escolher um lado. Benesses são os "lucros", os bons resultados, as vantagens. Sim, eu fiz um acróstico - vão estudar!
As cantadas são péssimas, mas como eu faço trocadilhos piores, não vou censurar. E ao povo que tá perguntando da aposentadoria, no semestre que vem o esquema de resumos deve mudar mesmo (verão em agosto).

Félix.

(ok, pros engraçadinhos que vão dizer "verão é dezembro e não agosto": se entendeu num complica!)

Anônimo disse...

NAO PEGUEI O 'ACROSTICO'

Anônimo disse...

pagando paixão, fato

Anônimo disse...

félix, fortalece o resumo de historia, plis.