março 16, 2009

Modernidade e Idade Contemporânea

Antes de tudo, quero me desculpar por não ter colocado, no resumo de português, as figuras de palavra que caíram na primeira questão de português. E mais ainda por ter dito num comentário que eu achei que não fosse cair. Mil desculpas. Fico devendo 1,5 pontos na próxima prova.

Agora vamos ao resumo. Parte do Cássio, dividida em uma parte conceitual e uma parte histórica...

Matéria conceitual – Modernidade e Idade Contemporânea

Dá-se o nome de Idade Contemporânea ao período iniciado no final do século XVIII (+- 1780), época de mudanças bruscas e radicais, marcadas com o avanço acelerado e implacável da Modernização em escala global. Mas o que é a modernização? Nada mais é que a passagem da sociedade Arcaica ou Tradicional (religiosa, camponesa e agrária) para a sociedade moderna (industrial, urbana e secular – secularizar é separar a moral religiosa da moral social através da razão). Esse processo se iniciou na chamada Idade Moderna (Renascimento, Grandes Navegações- sécs. XV, XVI), mas foi muito mais acentuado na Idade Contemporânea, marcada pela “Dupla Revolução”:

*Revolução Industrial Inglesa: teve sua arrancada na segunda metade do Século XVIII, com a ascensão burguesa na Europa e com o liberalismo econômico e político (livre-mercado, especialmente). Foi a causadora da hegemonia da Grã-Bretanha na Europa até a 1ª Guerra Mundial.

*Revoluções político-sociais: tanto na Revolução Francesa quanto na Americana, a burguesia ascendeu ao poder político e espalhou os ideais liberais pelo mundo (liberdade, fraternidade, igualdade).

Com o impacto econômico e social da “Dupla Revolução”, a modernização tornou-se muito mais acelerada, especialmente no que diz respeito à industrialização dos países (alguns mais rapidamente que outros, pois a modernização é um processo relativo e variável no tempo e no espaço). Além disso, pode ser um processo forçado, como no Imperialismo, e isso gera movimentos contrários (tradicionais ou reacionários) com uma mentalidade “anti-moderna”.

O modo de produção iniciado e intensificado nesse período e que dura até hoje é o capitalismo, que tem como base a economia de mercado (lei da oferta e procura, o mercado se autorregula), a propriedade privada do capital, o trabalho livre e assalariado e a divisão entre classes econômicas (burguesia capitalista, proletariado). Com o avanço da modernização, da industrialização e do capitalismo, o Ocidente tornou-se, de certa forma, o centro do mundo (econômica e culturalmente).

A supremacia ocidental se estabeleceu com a expansão das grandes potências e o alastramento de sua cultura: do estado liberal, da economia capitalista, do cristianismo. Mas houve fortes impactos sobre outras civilizações como foi no caso do Imperialismo (tendência das grandes potências de criarem grandes impérios coloniais, impondo sua cultura e seu modo de vida em detrimento de culturas já estabelecidas; isso acontecia de maneira muitas vezes taxatória e/ou violenta). África e Ásia foram os que mais sofreram com a ação imperialista de ingleses, franceses e belgas, por exemplo. Mas a aceitação não foi completa nem muito menos pacífica: surgiram diversos grupos reacionários, às vezes até extremistas (como o Talibã).

Também sobre a Modernidade, podemos dividi-la de aproximadamente 1774 a 1914 e de 1914 a 1991. Esses dois períodos são chamados, pelos historiadores, de Longo Século XIX e Curto Século XX, respectivamente. Foram nessas fases que ocorreram os acontecimentos que levaram o mundo à atual conjectura (organização). Para simplificar:

· Longo Século XIX: marcado pelo impacto da “Dupla Revolução” (Industrial + Americana e Francesa); supremacia da Europa no cenário global; Grã-Bretanha como potência hegemônica do capitalismo (maior império colonial e mais industrializada); expansão dos ideais liberais (burgueses) e do sistema capitalista. Época de grande prosperidade econômica e relativamente poucos conflitos entre as potências.

· Curto ou breve Século XX: iniciado com o conflito de 1914 (1ª Guerra Mundial), acabando com o clima de prosperidade e “paz”. Pouco tempo depois, mal o mundo se levanta da 1ª Guerra, vem a 2ª Guerra Mundial em 1939. Isso acabou com a supremacia européia, transferindo o status de potência hegemônica para os EUA. Marcada com o surgimento do socialismo como modelo alternativo ao capitalismo e com a ascensão da Ásia (especialmente Japão e China), tirando a supremacia da Europa.

Como já tratamos de Século XIX no 2º ano, falemos do século XX, mais especificamente das duas guerras mundiais, também chamadas de “Nova Guerra dos Trinta Anos”. Antes, antecedentes históricos que causaram-nas:

· Economia mundial (1870-1914): prosperidade. Não existe melhor palavra pra definir a situação econômica (ao menos das grandes potências, especialmente na Europa). O capitalismo estava expandindo. A industrialização aumentando, os mercados crescendo. O livre-mercado e a redução de taxas alfandegárias aumentaram o fluxo do mercado e o volume de capital. O ouro agora era a unidade básica do comércio (padrão-ouro), criando-se um sistema monetário internacional unificado, o que facilitou a integração dos mercados. A Europa não via tanto tempo de paz entra as potências (“Pax Britannica”: como potência hegemônica, Inglaterra garantia que não se criasse nenhum conflito que ameaçasse seu status).

Para melhorar tudo, veio a Segunda Revolução Industrial (iniciada nos EUA), que trouxe melhorias tecnológicas como o desenvolvimento do motor a combustão, a indústria petroquímica, o automóvel, o telégrafo. Isso tudo intensificou a revolução dos transportes e comunicações, iniciada na Primeira Revolução Industrial. Países mais periféricos (fora do eixo de poder Europa-EUA) começaram a se industrializar, como Japão e Rússia. O imperialismo também foi intensificado: a busca por novos mercados levou à exploração de povos subdesenvolvidos (“exportação” forçada da modernidade). O aumento da competitividade trouxe o desenvolvimento do capitalismo financeiro (baseado no capital e não no comércio), criando organizações como cartéis (empresas que controlam o preço, controlando o mercado), trustes , holdings (empresas maiores que controlam empresas menores, monopolizando o mercado) e favorecendo a exportação de capital (investimento de capital em países subdesenvolvidos com a intenção de expandir mercados).

Além dos fatores positivos, a modernização e o a expansão do capitalismo trouxeram problemas como a assimetria econômica e a conseqüente divisão de papéis na economia mundial: centro (blocos de países desenvolvidos) e periferia (subdesenvolvidos), integrados num quadro de desenvolvimento desigual e combinado (“o rico cada vez fica mais rico e o pobre cada vez fica mais pobre... e o motivo todo mundo já conhece: é que o de cima sobe e o de baixo desce”).

E, como tudo estava indo bem de mais para ser verdade (para as potências em geral), de 1873 a 1896 o mundo passou pela sua “primeira depressão”: como a produção ia ‘muito bem, obrigado’ e a oferta de matérias-primas só aumentava, começou a haver excesso. E, com o excesso e a concorrência que aumentava, os preços começaram a cair. Caíram tanto que começou uma crise de deflação (preços baixos, pouco lucro, falência). As bolsas da Europa e dos EUA começaram a quebrar (graças às “bolhas especulativas” das indenizações francesas pós-Guerra Franco-Prussiana e da euforia ferroviária dos EUA – a crise chegou, os preços das ações caíram e as bolsas foram quebrando; não precisa saber em detalhes).

Em época de crise, adotam-se medidas para se aplacar a crise. E nessas horas é cada um por si: nada mais de livre-comércio e de taxas alfandegárias quase nulas; era hora de se estabelecerem medidas protecionistas para que cada país, por si, tentasse reestruturar sua economia e segurar a crise. Isso gerou atrito na relação econômica de vários países. Mas é importante frisar que, embora estivesse em crise, o comércio continuou crescendo (prejudicando mais os exportadores de matéria-prima – a periferia, que lucrava muito pouco com os baixos preços).

Para acompanhar a crise, em 1876, em especial em países periféricos populosos como Índia, China, Sudão e Brasil, sobreveio uma crise de falta de alimentos, causando a “Grande Fome”. A falta de alimentos pode ser explicada por fenômenos climáticos (El Niño) e produtivos (como os países eram especializados em exportar matéria-prima, a sua produção para o mercado interno não foi capaz de sustentar a população – problema gerado pelo Imperialismo e pela divisão de papéis no mercado internacional).

Apesar dos problemas, que foram em grande parte contornados, a globalização conseguiu se manter forte e se intensificar ainda mais nos 20 anos que antecederam a 1ª Guerra, numa época chamada de “Belle Époque” (fase de grande otimismo e fé no progresso – “a grande aceleração”).

· Organização mundial em 1895 – 1914 (Belle Époque): politicamente o mundo era uma anarquia generalizada – não havia nenhum tipo de organismo que se encarregasse de manter a paz e o equilíbrio de forças entre as potências num cenário de multipolaridade (vários pólos de poder) e de instabilidade. Era marcada pela supremacia européia; as principais potências na Europa eram Grã-Bretanha, Alemanha, França, Rússia, Império Áustro-Húngaro e Itália. Seguindo a Europa de perto estavam EUA e Japão, que disputavam a liderança no Pacífico.

Embora houvesse tal anarquia no cenário mundial, um sistema chamado “sistema de congressos” ou “concerto europeu”, que se baseava na idéia de reuniões de tempos em tempos entre as grandes potências com o objetivo de solucionar crises e evitar conflitos. Tal prática vinha sendo desenvolvida desde o Congresso de Viena em 1814 (que reorganizou a Europa depois de Napoleão Bonaparte), seguindo uma tradição iniciada após a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) no “Sistema de Viena”. (Tal sistema mostrou-se ineficaz, tanto que não conseguiu evitar o avanço da 1ª Guerra Mundial).

Por mais que existissem diversas potências no Continente Europeu, a Inglaterra era sem dúvida A POTÊNCIA, tá ligado?? Melhor e maior marinha, maior império colonial EVER, maior reserva de capitais da galáxia...Maaaas, tinha uma grande defeito: por ser uma ilha e não ser dos mais populosos países, faltava exército à potência hegemônica. Sabendo disso, a diplomacia era a maior arma dos ingleses para evitar conflitos e manter sua supremacia global (“Pax Britannica” – através de mecanismos comerciais e diplomáticos, a Inglaterra mantinha sua posição e evitava o surgimento de concorrentes).

Como creio que a matéria dele só vem até aqui, só farei até aqui. Caso eu esteja errado, o que tem acontecido com frequência, favor avisem-me por comentários para que eu atualize aqui.

Boas provas!

OBS: resumo do Paulo amanhã à noite; talvez algo de química também (similar aos de física).

3 comentários:

Anônimo disse...

"Caso eu esteja errado, o que tem acontecido com frequência" ???? NEM TANTO. Os resumo têm mais qualidades que defeitos ;)

Anônimo disse...

*resumos

Anônimo disse...

deixa de viadagem todo mundo sabe que seus resumos sao bons, o vacilo de portugues acontece!
e esse resumo nao ta tao confuso o povo que é burro mesmo