março 23, 2009

Errata

ERROS NO RESUMO DO LASNEAUX:
  1. Edemas não são inflamações no pulmão - são inchações. A água trazida pelo sangue é acumulada quando se intensifica a circulação pulmonar.
  2. A substância pirogênica não é produzida pelo corpo, e sim pelo organismo infectante, que as produz - o hipotálamo reconhece a substância pirogênica e regula a temperatura corporal para algo em torno de 38, 39ºC. Daí o calafrio da febre (o corpo ainda está em 36º mas reconhece que a temperatura ideal é 38º, por exemplo).
  3. Eu disse, no resumo, que os receptores do equilíbrio são os PROTOCEPTORES. Devia estar bêbado! O nome correto é PROPRIOCEPTORES.

Tem alguns erros nos outros resumos também, como inadequação às novas regras gramaticais/ortográficas e erros de concordância. Mas isso dá pra relevar, eu acho. Só esses 3 acima que é bom saber!

Abraços, desculpem os erros!

Boas provas,

Félix.

Fisiologia Humana I

A matéria do Lasneaux, Fisiologia, começa com o conceito de Homeostase. Assim como tudo na natureza, os organismos vivos buscam sempre um equilíbrio interno (existem variáveis que precisam sempre ser mantidas: temperatura, nível de O2, H2O, pH, glicose, etc). Essa manutenção da constância interna é chamada de Homeostase.

A fim de auxiliar na homeostase, o organismo se utilliza de mecanismos de manutenção. São eles: a excreção (pôr para fora os excessos), a alimentação (pôr pra dentro o que falta), os hormônios (regulação de fatores estruturais) e fatores comportamentais (tais como proteger-se do frio, tomar banho frio no calor, etc). Exemplos de manutenção interna:

  • Ritmo/ciclos Circadianos (duram 24h): nas passagens do período de sono e de vigília (período 'acordado'), existe um mecanismo de regulação da atividade metabólica que se baseia na ausência/presença de luz. O processo se dá da seguinte maneira: quando o organismo reconhece a presença de luz no ambiente, uma glândula (a glândula pineal) inibe a produção do hormônio melatonina. Com o nível de melatonina baixo, o cérebro acelera o funcionamento to metabolismo para o período de vigília (isso se mantém no período em que há presença de luz). Quando há ausência de luz, a glândula pineal aumenta a produção de melatonina, informando ao cérebro que as funções metabólicas devem ser reduzidas para o período de sono (daí chamar a melatonina de hormônio do sono).
  • Vida em grandes altitudes (acima de 2.800 metros): nessas condições, a taxa de oxigênio do meio é bem reduzida, o que leva o corpo a tomar medidas de curto, médio e longo prazo para tentar aumentar a capacidade de captação de O2. A curto prazo, a medida tomada pelo corpo é o aumento da frequência cardíaca (taquicardia), aumentando a velocidade da circulação de sangue e, consequentemente, de O2. A médio prazo, a circulação pulmonar aumenta, com o objetivo de melhor aproveitar o O2 que passa pelos pulmões (com o aumento dessa circulação, existe o risco de se formarem edemas pulmonares – inflamações no pulmão). A longo prazo, o organismo começa a produzir mais hemoglobina (molécula transportadora de O2 no sangue). Muitos atletas usam desse método para tentar aumentar a capacidade respiratória antes de competições importantes – doping natural.


Homeostase – Controle Térmico

Dentre os animais existem aqueles que mantém sua temperatura balanceada com a do meio (animais exotérmicos, ectotérmicos ou pecilotérmicos) e aqueles que mantém sua temperatura corporal a um nível constante, independente das mudanças do meio (endotérmicos ou homeotérmicos).

Animal x Controle Térmico

Fonte de Calor

Metabolismo

Exemplos

Endotérmico

CORPO

ALTO

AVES E MAMÍFEROS

Exotérmico

MEIO EXTERNO

BAIXO

OUTROS

(répteis, anfíbios, peixes...)


O Controle Térmico (termorregulação – manter a temp. interna em +-36ºC) no homem ocorre em três zonas de temperatura ambiente:

  • Até 27ºC : FRIO. Os mecanismos de termorregulação são o tremor (aumenta a movimentação dos músculos, gerando calor), o arrepio (cria uma fina camada de ar entre os pêlos – o ar é isolante térmico, evitando a perda de calor) e a vasoconstrição periférica (as veias e artérias periféricas se contraem, evitando a área de perda de calor do sangue para o meio).
  • De 27ºC a 31ºC: não há termorregulação.
  • Mais que 31ºC: CALOR. Mecanismos: sudorese (a água do suor expele calor para fora do corpo) e vasodilatação periférica (veias e artérias periféricas se dilatam para facilitar a perda de calor do sangue para o meio – pele fica mais avermelhada).


Caso os mecanismos de termorregulação não sejam eficazes para manter a temperatura interna constante, podem ocorrer distúrbios, como a Hipotermia e a Hipertermia:

  • Hipotermia: temperatura do corpo abaixo dos 36ºC. Pode ser causada pela queda da temperatura do ambiente, pela baixa atividade de certos hormônios e por medicamentos. Retarda a circulação sanguínea e pode levar à parada cardíaca.
  • Hipertermia: temperatura do corpo acima dos 36ºC. Pode ser causada por um aumento da temperatura ambiente, por drogas (estimulantes como ecstasy, cocaína e anfetamina). Pode causar convulsões, desidratação e febre, entre outros.

Obs: a febre é uma reação do sistema imunológico a infecções. O mecanismo é o seguinte: o organismo reconhece a infecção e manda uma substância pirogênica (piro = fogo, calor) ao hipotálamo (regulador térmico), que aumenta a temperatura corporal com o objetivo de aumentar a ação do sistema imunológico e a defesa do corpo. A febre acontece em fases. A primeira fase é o calafrio (como o hipotálamo regula a temperatura ideal do corpo para mais que 36ºC e o corpo ainda está em 36ºC, a sensação é de frio repentino até que o corpo aumente a temperatura. Aí começa a fase da febre propriamente dita. Depois que o sistema imunológico já agiu contra a infecção vem a fase final: o suor, que é o mecanismo de esfriamento do corpo, que o hipotálamo novamente regula para 36ºC.




Fisiologia Humana – Sentidos

Automaticamente associamos os sentidos aos cinco sentidos básicos, mas na verdade são bem mais (não, Ana Bia, não conta o "Sensor-Aranha"). Visão, olfato, audição, paladar e tato são apenas os mais básicos e mais perceptíveis; equilíbrio, pressão e dor, por exemplo, também são sentidos. Mas o que especificamente são os sentidos? São setores do organismo que, juntamente com o cérebro (que interpreta as sensações), captam estímulos e os transformam em informações. Os responsáveis por captar esses estímulos são os receptores. Receptores nada mais são que terminações nervosas especializadas que captam e transmitem os estímulos do meio para o cérebro. Podem ser caracterizados como:

  • Interorreceptores: captam estímulos internos (pressão sanguínea, pH, etc).
  • Exterorreceptores: captam estímulos externos (luz, odores, etc).
  • Mecanorreceptores: captam estímulos mecânicos – movimento (tato, audição, equilíbrio).
  • Quimiorreceptores: estímulos químicos (olfato, paladar).
  • Fotorreceptores: estímulos visuais – ausência/presença de luz (visão).
  • Termorreceptores: estímulos térmicos – variação de temperatura (tato).
  • Nociceptores: estímulos nocivos ao organismo (dor).

Sistema sensorial: ESTÍMULO captado pelo RECEPTOR, enviado em forma de SINAL ELÉTRICO pelos NERVOS para o SISTEMA NERVOSO CENTRAL (em especial o cérebro).

  • Sinestesia: "confusão" de sentidos. Por exemplo: o gosto de uma comida (mistura do olfato e do paladar para formar o estímulo como um todo); super-dotados (ou loucos mesmo) que enxergam cada número/fórmula de uma cor; etc.

Vejamos agora os sentidos em si:

  • Equilíbrio: mecanorreceptores específicos chamados protoceptores (encontrados na pele, nos tendões, nas articulações, nos músculos) são acionados por alterações de movimento, posição, velocidade e direção. Essas alterações são balanceadas pelo SNC (Sist, Nervoso Central), que aciona os músculos, os ossos, os tendões, etc. para manter o equilíbrio do corpo.
  • Olfato: quimiorreceptores nas fossas nasais (bulbo olfatório) captam alterações de concentrações químicas no ar e mandam, pelo nervo olfatório, ao cérebro (que, no homem, consegue distinguir cerca de 350 "cheiros").
  • Paladar: quimiorreceptores nas papilas gustatórias (ou gustativas) reconhecem a composição química do alimento,: ; informando ao cérebro, que junta com o cheiro do alimento e dá o sabor. A língua, diferentemente do que acreditava-se, não tem um mapa de sabores. O que ocorre é que os receptores de doce, amargo, azedo e salgado se encontram espalhados de maneira não uniforme pela língua.
  • Tato: conjunto de sensações cutâneas (da pele), tais como dor, pressão e temperatura. Existem receptores para cada tipo de estímulo:

    - Meisner (pressão leve – mecanorreceptor);

    - Vater-Pacini (pressão forte – mecanorreceptor);

    - Ruffini (calor – termorreceptor);

    - Krause (frio – termorreceptor);

    - Terminação livre (dor – nociceptor).

  • Audição: ocorre pela recepção de ondas mecânicas na orelha interna.

A orelha (ou ouvido) é dividida em 3 áreas:

  1. Orelha Externa: pavilhão auditivo e canal auditivo.
  2. Orelha Média: membrana timpânica (tímpano), sequência dos ossículos (alavancas – ampliam as ondas) martelo, bigorna e estribo e a tuba auditiva (ou trompa de Eustáquio – responsável por equalizar a pressão na membrana do tímpano através do controle da entrada de ar – ligação com a faringe).
  3. Orelha interna: canais circulares com líquido e sensores de vibração que captam a frequência das ondas sonoras e transportam-nas pelo nervo auditivo ao cérebro.

Creio que a matéria é só até aí. Algumas salas ele deu visão, na minha ele só deu até Orelha Média.

Plantão de dúvidas- estarei ministrando (ó que chique!) no prédio azul durante a tarde de segunda-feira. Qualquer coisa, me procurem ou comentem aqui pelo blog mesmo.

Abraços,

Félix.



março 22, 2009

Genética Clássica - Mendel


O monge Gregor Mendel é considerado o pai da Genética. Isso porque seus trabalhos e leis tornaram possível a identificação e previsão de características hereditárias (que passam de uma geração para a próxima).

Seu trabalho foi essencialmente baseado em experimentos com ervilhas (do tipo Pisum sativum - Ervilha-de-cheiro); escolheu as ervilhas por ser de fácil cultivo, ser adaptada ao clima, produzir muitas sementes e num intervalo pequeno (ciclo de vida curto) e por ter flores cleistogâmicas (com a parte reprodutiva fechada dentro da flor, o que leva à autofecundação). Ele fazia cruzamentos artificiais (fecundação cruzada) e naturais (autopolinização), observando as combinações de características (tais como cor da semente/flor/vagem, altura do ramo, etc. Todas eram de fácil visualização e com duas possibilidades - cor amarela ou verde, alta ou baixa, etc.). Feitos os cruzamentos, ele analisava 3 gerações:

  1. Geração Parental (P): sempre com genótipos puros (homozigotos) e contrastantes por fecundação cruzada.
  2. Geração Filial I (F1): resultado da fecundação da geração parental. Mendel deixava que a geraão F1 se autofecundasse.
  3. Geração Filial II (F2): resultado da autofecundação da F1.
Exemplo (característica analisada: cor da semente):
Geração Parental (P) = AMARELA (VV) x VERDE (vv)
Filial I (F1) = 100% AMARELA (Vv)
Filial II (F2) = 75% AMARELA (VV, Vv, Vv) e 25% VERDE (vv)

Proporção fenotípica da F2: 3 amarelas para 1 verde (75% - 25%).
Proporção genotípica da F2: 2 Vv para 1 VV para 1 vv (50% - 25% - 25%).
Esse padrão se repetiu para todas as características analisadas. A partir dos resultados matemáticas (proporção), Mendel elaborou a lei da hereditariedade.

  • 1ª Lei de Mendel (e não Lady Mendel): Lei da segregação ou da pureza dos gametas
Cada caráter é determinado por dois fatores (mais tardes identificados como genes alelos) que se separam durante a meiose (formação de gametas no animais e esporos nos vegetais) e se unem no zigoto após a fecundação. Ele definiu que, se os gametas só carregam uma das informações, eles são puros (a essa teoria dá-se o nome de monoibridismo).

  • Para comprovar homozigose ou heterozigose de um indivíduo, Mendel usou um procedimento chamado cross-test (cruzamento-test), que consiste em cruzar o indivíduo com fenótipo dominante com outro de fenótipo recessivo.
Exemplo: indivíduo A, com uma característica dominante marcada pelo gene Z. Para saber se ele é puro (ZZ) ou híbrido (Zz), é só cruzá-lo com um indivíduo B que tenha a característica recessiva marcada pelo gene z (como a característica é recessiva, o genótipo de B é zz). Cruzamentos possíveis:
  1. Se A for puro: ZZ x zz = prole 100% Zz (característica dominante)
  2. Se A for híbrido: Zz x zz = prole 50% Zz, 50% zz (metade dominante, metade recessiva)
Conclusão: num cross-test, se a prole for toda dominante, o indivíduo A é puro. Se aparecer algum recessivo, o indivíduo A é híbrido.

  • Para manter a pureza de uma linhagem, existe um processo chamado Retrocruzamento, que é o cruzamento de indivíduos com seus antecedentes diretos (pais). É muito utilizado para manter o pedigree de uma linhagem de animais (cães, gatos, etc). Mas existe um risco: há a grande possibilidade de, a cada ninhada, nasceram alguns animais defeituosos. Isso ocorre porque quando se mantém a pureza, acentuam-se as características, tanto as boas quanto as ruins (genes patológicos, por exemplo - que determinam doenças).

Pontos importantes:
  1. Para obter a prole resultante de um cruzamento, é só fazer um "CHUUUUVEIRIIINHOOO" entre os alelos dos pais. Exemplo: (Aa) x (AA) = AA, AA, aA, aA.
  2. SEMPRE que o filho nascer diferente dos pais, a característica do filho é recessiva. Exemplo: pais brancos e filho albino; conclusão: albinismo é recessivo.
  3. SEMPRE que for feito cruzamento entre heterozigotos, a proporção fenotípica da prole será de 3:1 e a genotípica de 2:1:1.
Exemplo: Aa (semente branca) x Aa (semente branca) = AA (semente branca), Aa (s. branca), Aa (s. branca), aa (s. amarela). Proporção fenotípica: 3 amarelas para 1 branca; proporção genotípica: 2 Aa para 1 AA para 1 aa.


Que eu saiba, só cái (socái?!) até a 1ª Lei de Mendel. Se estiver errado, favor me corrijam.

Darei plantão amanhã à tarde de 14:15h até as 20:00h no prédio azul do Galois. Qualquer coisa, só me procurar por lá. Afinal, "Fique conosco à tarde... para estudar!! (?)"

Abraços e se cadastrem no Galois.Eanki.com.br. Muito provavelmente estará funcionando na 2ª etapa.

Félix.

Genética Clássica - Introdução

Antes de começar a parte do Chico, eu fiquei devendo uma parte do Fadul...

  • Teoria Celular: premissas sobre a célula que foram decisivas para o desenvolvimento da Biologia como estudo dos seres vivos. As premissas são 3:
  1. A célula é a unidade básica (ou morfológica) de todos os seres vivos, ou seja, todo ser vivo é constituído de células e de estruturas por ela formadas (daí o porque dos vírus não serem enquadrados, por enquanto, nos grupos de seres vivos: são acelulares).
  2. A célula é a unidade funcional (ou fisiológica) de todos os seres vivos, ou seja, a vida dos organismos depende da atividade das células.
  3. Não se criam células: células são formadas através de outras células preexistentes, através da divisão celular.
Ok, agora a parte do Chico:
  • Genética Clássica - Conceitos básicos
Com a descoberta do DNA e de suas peculiaridades como material genético, outras descobertas foram feitas e, para entendermos melhor o funcionamento do DNA, o entendimento de alguns conceitos é fundamental:
  1. Cromossomos: são filamentos constituídos de DNA e histonas (proteínas) encontrados nos núcleos das células. Células normais (somáticas ou diplóides) têm 23 pares de cromossomos e gametas (células haplóides sexuais) têm 23 cromossomos. Os gametas femininos são XX e os masculinos são XY. Os demais 22 pares que são comuns a homens e mulheres são chamados de autossomos.
  2. Cromossomos Homólogos: são cromossomos de mesmo tamanho, mesma forma, mesmo tipo e mesma combinação gênica (de genes). São os homólogos que formam pares.
  3. Gene: segmento de DNA que carrega informações sobre uma determinada característica; carrega informações hereditárias. Representado por letras minúsculas/maiúsculas.
  4. Locus: posição do gene no cromossomo (plural = loci).
  5. Alelos: são genes que ocupam o mesmo locus em cromossomos homólogos. Formam o par que determina certaa característica.
  6. Genótipo: conjunto gênico do indivíduo; representação gráfica dos alelos de um indivíduo. Características potenciais.
  7. Fenótipo: conjunto de características do indivíduo de acordo com seu genótipo e a influência do meio (FENÓTIPO = GENÓTIPO + MEIO). São as características reais.
  8. Fenocópia: fenótipo determinado apenas pelo meio (exemplo: Focomelia - doença causada exclusivamente pelo uso da talidomida e não por determinação genética).
  9. Homozigoto (ou puro): par de alelos iguais para determinada característica (exemplos: AA, ii, FF).
  10. Heterozigoto (ou híbrido): par de alelos distintos para certa característica (exemplos: Aa, Ii, fF).
  11. Gene dominante: manifesta sua característica tanto em homozigose quanto heterozigose.
  12. Gene recessivo: manifesta sua característica apenas em homozigose.
Exemplo de dominância: suponhamos que uma doença cause manchas na pele e seja causada por um gene mutante N dominante. As possíveis combinações entre gene mutante (N) e gene normal (n) serão: NN, Nn e nn. Se o gene N é dominante, isso significa que ele manifesta sua característica (manchas) tanto em homozigose (NN) quanto em heterozigose (Nn). E nn, não apresentando o gene N, significa pele sem manchas. Concluímos então que N é dominante em relação a n, que é recessivo em relação a N (ou seja, apresenta a característica apenas em homozigose - nn).

*Escolha das letras para os genes: sempre o gene dominante recebe letra maiúscula e o recessivo minúscula. A letra que deve ser usada é sempre a inicial da característica recessiva (no caso acima N, de pele Normal).

De conceitos, é isso. Os ítens sobre isso são exclusivamente teóricos, mas é necessário saber tais conceitos para o entendimento de enunciados de problemas envolvendo cruzamentos, Leis de Mendel e etc.

Abraços,
Félix.

março 21, 2009

DNA

Frente de Genética Molecular do Fadul:
  • Histórico do DNA
Segue abaixo uma lista com as principais descobertas sobre o DNA, seus autores e o ano:

  1. 1865 – Gregor Mendel: através de experimentos de cruzamentos entre ervilhas, concluiu que as características do indivíduo são definidas por meio da combinação de informações passadas de geração em geração (hereditariedade).

  2. 1871 – Friedrich Miescher: analisando células de pus, encontrou uma nova substância que diferia das proteínas e era encontrada em no núcleo de diversos tipos celulares. Chamou essa nova substância de nucleína (não foi dado muito crédito à sua descoberta na época).

  3. 1877 – Albrecht Kossel: examinando a degradação de nucleínas, descobriu 4 bases nitrogenadas: adenina, guanina, timina e citosina. Seu grupo de estudo, anos mais tarde, descobriu a pentose (açúcar com 5 carbonos) como componente do ácido nucléico.

  4. 1889 – Richard Altmann: comprovou a existência da nucleína de Miescher e sugeriu a troca do nome para ácido nucléico (caráter ácido).

  5. 1909 – Phoebis Levine e Walter Jacobs: determinaram a organização da pentose, das bases nitrogenadas e dos fosfatos no ácido nucléico. A cada grupo FOSFATO-PENTOSE-BASE eles deram o nome de nucleotídeo (componente fundamental do Ác. Nucléico). Alguns anos depois, o grupo de estudos de Levine conseguiu diferenciar dois tipos de pentose presentes no ácido nucléico: a ribose (presente no RNA: ácido ribonucléico) e a desoxirribose (presente no DNA: ácido desoxirribonucléico).

  6. 1928 – Frederick Griffith: fez experimentos implantando bactérias em ratos (bactérias com cápsula e sem cápsula) e concluiu com os resultados que as informações genéticas estariam numa molécula específica diferente das proteínas (no experimento ele ferveu as culturas com bactérias – proteínas são desnaturadas nesse processo, logo não poderiam atuar nos resultados).

  7. 1944 – Oswald Avery, Maclyn McCarty e Colin Macleod: relacionaram o DNA com as informações genéticas. Suas conclusões não foram bem vistas, já que as proteínas ainda eram aceitas como detentoras do material genético.

  8. 1952 – Alfred (Chocolate) Hershey e Martha Chase: conseguiram provar, a partir de um experimento (contaminaram um tipo de bactéria com um tipo viral e marcarão, com radiação, as proteínas e o DNA do vírus), que o DNA, e não as proteínas, continha o material genético (apenas o DNA aparecia marcado com radiação na prole das bactérias).
  9. 1953 – James Watson e Francis Crick – através da difração de raios-x da molécula de DNA, conseguiram descrever sua estrutura física de dupla hélice.

  10. 1955 – Joe Hin Tjio – definiu o número exato de cromossomos na espécie humana (46).

  11. 1957 – Crick e Gamov – estabeleceram o Dogma Central de Biologia Molecular (ver resumo de citologia).

  12. 1961 – Brenner, Jacob e Meselson – demonstraram a transcrição do RNA mensageiro (ver resumo de citologia).

  13. 1966 – Nirenberg, Khorana e Ochoa - definiram como ocorre a síntese de proteínas na tradução (ver resumo de citologia).

  • Estrutura do DNA

O componente básico ou fundamental do ácido nucléico é o nucleotídeo, como proposto por Levine e Jacobs, que por sua vez é composto por um fosfato, uma pentose (no caso do DNA, a desoxirribose) e uma base nitrogenada. As bases nitrogenadas podem ser:

  1. Púricas (constituídas de 2 cadeias carbônicas fechadas): Adenina e Guanina. Macete: PURa ÁGUA! (PÚRicas, Adenina, GUAnina).

  2. Pirimídicas (1 cadeia carbônica fechada, apenas): Citosina, Timina (presente apenas do DNA) e Uracila (presente apenas no RNA). Macete: PICITIU! (PIrimídicas, CItosina, TImina e Uracila).
De acordo com a relação de Chargaff (Edwin Chargaff - não é Sargaço, Taveira!), temos que a quantidade de Guanina (G) é a mesma de Citosina (C) e a de Adenina (A) é a mesma de Timina (T). Isso se dá porque G e C se ligam e A e T também, por pontes de hidrogênio, unindo as duas fitas de nucleotídeos. Macete: Agnaldo Timóteo (A com T) e Gal Costa (G com C). A quantidade de ligações de hidrogênio entre as bases é: 3 entre G e C e 2 entre A e T.

Definição da estrutura do DNA, de acordo com Watson e Crick: duas cadeias antiparalelas (sentido inverso) de nucleotídeos ligadas por ligações (“pontes”) de hidrogênio. As ligações de Hidrogênio são muito fortes, torcendo as fitas, dando um formato helicoidal ao DNA (“dupla-hélice”).

A Pentose:

  1. Carbono 1: liga-se à base nitrogenada (à direita).

  2. Carbono 2: carbono que determina a diferenciação da desoxirribose com a ribose (na ribose, é ligado a uma hidroxila - OH).

  3. Carbono 3: liga-se ao fosfato do próximo nucleotídeo. Também chamado de 3’OH quando se encontra na extremidade da fita ("para baixo").

  4. Carbono 4: estrutural, sem função específica.

  5. Carbono 5: liga-se ao fosfato do próprio nucleotídeo. Também chamado de 5’PO4 quando se encontra na extremidade da fita ("para cima").

As ligações entre o fosfato e os carbonos 3’ (de outro nucleotídeo) e 5’ (do próprio nucleotídeo) são chamadas de ligações fosfodiéster.







  • Duplicação do DNA
Processo que forma, a partir de uma dupla-fita molde, duas novas moléculas de DNA. As fases são as seguintes:
  1. A enzima Helicase começa quebrando as ligações de Hidrogênio entre as fitas “molde”.

  2. A enzima RNA Primase faz marcações em pontos de extremidades 3’OH para o início da duplicação. Os pedaços de RNA que marcam os pontos são chamados de PRIMERS.

  3. A enzima Polimerase III (POL III) começa a produção de fitas complementares à partir dos primers. A POL III lê no sentido 3’ > 5’ e produz, de maneira complementar, no sentido 5’ > 3’. Como uma das fitas é no sentido 3’ > 5’, há apenas um primer (no início) e a POL III faz uma leitura contínua. Mas a outra fita, que é no sentido 5’ > 3’ (antiparalela), precisa de vários primers para que a POL III faça a leitura de maneira descontínua (sobe até o primer, desce construindo a fita nova; sobe até o próximo primer, desce até onde tinha parado e assim por diante). Como a fita nova é contruída em partes, essas partes ganham o nome de Fragmentos de Okasaki.

  4. A enzima Polimerase I (POL I) substitui os primers (fragmentos de RNA) por pedaços de DNA.

  5. A enzima Ligase liga os fragmentos de Okasaki (produzidos pela POL III) aos pedaços de DNA produzidos pela POL I.

  6. A enzima Polimerase II (POL II) corrige os possíveis erros das recém-duplicadas células de DNA.

É isso aí, galera. Dúvidas, erros: comentem. Resumos de Chico e Lasneaux eu tento por 7 da noite de amanhã (domingo). Dei preferência ao do Fadul pois foi o mais pedido (poucos têm os slides e um grupo menor ainda anota o que ele fala).
Abraços,
Félix.

Vídeo-esquema da duplicação do DNA (Fadul mostrou na sala):

Citologia - Introdução

CORRIGIDO ÀS 22:53 DE 21/03.

A matéria do Fadul se divide nas frentes de Citologia e Genética Molecular.

Parte de Citologia:

  • Células procarióticas e eucarióticas

A principal diferença entre os dois tipos de células é a presença de uma carioteca (organização do material genético dentro de um núcleo. No caso, as células eucarióticas são as que apresentam carioteca. Além disso, as células eucarióticas possuem organelas membranosas (partes especializadas envolvidas por membranas) e o DNA “reto” (cromossomos paralelos); as procarióticas apresentam como organela o ribossomo (produção de proteínas), que não é membranoso, e possuem o DNA circular “solto” no citoplasma. Há apenas uma membrana nas células procarióticas, a membrana plasmática, que separa a célula do meio.

A maior parte dos organismos com células procarióticas encontram-se no Reino Monera (bactérias; há também as algas azuis - protoctista), enquanto os demais Reinos são constituídos por organismos eucarióticos. Todas as bactérias apresentam parede celular, mas nem todos os organismos eucarióticos apresentam: todas as plantas e algumas algas (animais JAMAIS apresentam parede celular ao redor da célula).

  • Dogma Central da Biologia

O Dogma Central da Biologia Molecular diz que através do DNA se consegue o RNA e que este é responsável por sintetizar as proteínas. As fases são as seguintes:

  1. Duplicação (ou replicação) do DNA: no núcleo da célula, o DNA é duplicado através da dupla-fita original (fita molde), fazendo duas novas duplas-fitas.
  2. Transcrição de RNA: a partir do DNA duplicado, a enzima RNA Polimerase duplica apenas parte de uma das fitas do DNA.
  3. Tradução: o RNA transcrito que sai do núcleo da célula (chamado mRNA ou RNA mensageiro) chega ao ribossomo, aonde passa as informações (sequências de nucleotídeos de DNA) para a produção ou síntese de proteínas (a sequência de aminoácidos é definida de acordo com a sequência de nucleotídeos que veio com o mRNA).

março 18, 2009

Esquema novo - cássio

Como o resumo do Cássio ficou meio confuso para alguns, postei um esquema mais simplificado e em tópicos (fotos do quadro) que eu fiz. Álbum do orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Album.aspx?uid=18069181009704545510&aid=1237400819

março 17, 2009

Brasil - Advento da República

História do Brasil: Declínio da Monarquia e Ascensão da República

A Política na América a partir de 1776: com Independência dos EUA e a chegada de um novo sistema político (república presidencialista), os países da América (colônias de potências européias) começaram a se politizar para a tentativa de se libertarem do domínio de suas metrópoles. Com o tempo, os povos foram iniciando revoltas coloniais e, com o tempo, fazendo movimentos de independência – adotando o sistema presidencialista dos EUA. No Brasil não foi diferente: houve revoltas e veio, ocasionalmente, a independência. Mas, como tudo no Brasil, a Monarquia deu um jeitinho de se manter: a própria independência foi feita pelo Príncipe Regente e, consequentemente, instalou-se uma Monarquia governada por um Imperador português e da mesma família real que governava Portugal: era o Brasil na contra-mão da história americana, com um governo anacrônico (fora de seu tempo, contra as tendências progressistas). Passaram-se os anos de 1822 a 1831 com vários conflitos e Pedro I abdica em favor de seu filho Pedro II e vai para Portugal assumir seu trono. Pedro II estava novo demais para assumir o trono do Império, então Brasil passou por uma época de “Império sem imperador”, com as regências (que o Paulo considerou um período sem governo). Em 40, assume o jovem imperador Dom Pedro II (14 anos), outro português governando o Brasil, que se dizia independente.

Muito hábil, Dom Pedro II governou durante 49 anos. A manutenção de seu poder foi garantida por meio de alianças. Entre as alianças, a principal era a do imperador com a Elite Cafeeira (o Estado garantia a escravidão e as vantagens comerciais dos cafeicultores e estes garantiam a permanência política e econômica da monarquia). As ligações brasileiras com a Inglaterra também ajudavam na manutenção econômica. Mas as mesmas ligações com a Inglaterra começaram a ameaçar a economia quando os ingleses perceberam que a escravidão atrapalhava a expansão dos seus mercados; resolveram então lutar contra o tráfico. Em 1850 foi enviada uma carta (Lei Bill Aberdeen) ao Congresso Brasileiro avisando que se o governo brasileiro não tomasse medidas para a extinção do tráfico de escravos, a Inglaterra interviria militarmente. Como resposta, o Congresso aprovou a Lei Euzébio de Queiróz, que extinguia o tráfico negreiro a partir de 1850. Depois dessa lei vieram outras, como a Lei do Ventre Livre e a do Sexagenário que são chamadas leis abolicionistas, mas que tinham justamente o objetivo oposto à abolição: adiá-la o máximo possível. Daí a habilidade de Pedro II em manter suas alianças. Até 1888, quando a Lei Áurea foi assinada pela princesa Isabel (com autoridade de Pedro II). Com isso, os cafeicultores afastaram-se da monarquia e buscaram o auxílio dos militares.

Os militares brasileiros, desde o início de sua existência, não interferiram na vida política do país (eram apolitizados). Mas isso mudou no Segundo Reinado. Mais especificamente na Guerra do Paraguai (1864-1870). A Guerra do Paraguai foi causada por diversos motivos, entre eles o ideal expansionista do presidente paraguaio Solano López. A Guerra começou com uma grande ofensiva paraguaia, tomando territórios argentinos, uruguaios e brasileiros. Formou-se então uma aliança entre Brasil, Argentina e Uruguai (e apoio da Inglaterra), chamada Tríplice Aliança, contra o Paraguai. No início, o Paraguai resistiu contra os inimigos, mas acabou perdendo os territórios conquistados. Durante alguns anos a guerra ficou estagnada, sem avanços nem recuos dos dois lados. Os militares brasileiros, lutando ao lado de argentinos e uruguaios, foram sendo influenciados pelos ideais de democratização, participação na política, positivismo (“ordem e progresso”) e de instauração de uma república.

A guerra estagnada gerava um grande desgaste, o que causou a saída e Uruguai e Argentina nas frentes de batalha (e também tinham problemas internos pendentes). Brasil e Paraguai passaram a se enfrentar no 1x1. Com o país desgastado e sem muitas forças pra resistir, Solano López foi perdendo espaço para o exército brasileiro, que juntamente com a Marinha, atuou na invasão e ocupação do país, vencendo a guerra em 1870.

Voltando para casa e vendo a situação de absolutismo destoante com os ideais que tinham apreendido na guerra, o exército (em especial na liderança do Marechal Deodoro da Fonseca) se mobilizou para dar um Golpe no imperador Pedro II. Mas vendo que a aliança entre o imperador e os cafeicultores seria capaz de reprimir o golpe, o exército esperou. Esperou até a situação se tornar explosiva: com a assinatura da Lei Áurea e o rompimento dos cafeicultores com D. Pedro II o momento havia chegado. Aliando-se aos descontentes cafeicultores, o exército organizou, em novembro de 1889, o Golpe que tiraria Pedro II do trono e instalaria uma República.

Dia 15 de novembro de 1889, mobilizando as tropas para o Paço Imperial, Deodoro da Fonseca sitiou (cercou com tropas) o Palácio Imperial. O problema é que o Imperador lá não estava. Estava lá apenas o genro de D. Pedro, o francês Conde D’Eu, que tinha sido chefe militar das tropas na Guerra do Paraguai (exemplo de nepotismo). Deodoro mandou que o Conde avisasse o sogrão que ele não mais seria imperador e que estava sendo instaurada uma República. Depois disso, Deodoro viu que não havia mais nada a ser feito por hora e decidiu ir para casa dormir. Mais tarde é que os representantes dos cafeicultores o acharam dormindo em casa e o avisaram que alguém precisava tomar o poder. Ele, Deodoro, ficou com o encargo de ser o primeiro presidente na história do Brasil. Diga-se de passagem que ele não era muito fã de política e não gostou tanto assim da idéia.

República Velha (1889 – 1930)

· República da Espada – Governo de Deodoro

Assumindo no final de 1889, Deodoro já começou seu mandato irritando o Congresso ao dizer que os políticos no Brasil ganhavam muito e trabalhavam muito pouco. Sem o apoio do Congresso para votar suas medidas, Deodoro tenta criar um sistema de modernização do país. Coloca, para o cargo de Ministro da Fazenda, o diplomata Rui Barbosa, que lança o plano do Encilhamento (todos aqueles que mandassem uma proposta de industrialização para o Ministério da Fazenda e tivessem seus projetos aprovados receberiam o dinheiro do governo). O Encilhamento foi um fiasco, pois muitos projetos foram aprovados e pouquíssimos foram concretizados, ou seja, o governo gastou um dinheiro que não seria usado para o fim a que era destinado: as pessoas aproveitavam-se da falta de fiscalização para gastarem o dinheiro cedido pelo governo. Como a quantidade de projetos era maior do que o orçamento do governo, Rui Barbosa mandou a Casa da Moeda imprimir mais dinheiro, o que desvalorizou a moeda (o dinheiro ia perdendo seu valor). Para piorar a situação, Deodoro fechou, num ato militar, o Congresso (instaurando uma ditadura).

A crise econômica e atitude ditatorial de Deodoro causaram a Revolta da Armada do Rio de Janeiro (1891), sob o comando do Almirante Custódio de Melo, que cercou a cidade pelas praias e deu um ultimato para Deodoro: ou ele renunciava ou a cidade seria bombardeada (na prática, os civis estavam reféns da Marinha). Cedendo à pressão, Deodoro renuncia não só ao cargo de presidente, mas a todas as honrarias e títulos militares, vivendo o restante de sua vida como cidadão comum. Quem assume é seu vice, Floriano Peixoto, também líder militar (que queria ter lutado contra Custódio de Melo na Revolta da Armada, mas Deodoro não permitiu). Floriano, na verdade, não deveria ter assumido (a Constituição de 1891 previa que se o presidente saísse do cargo antes de dois anos, seriam convocadas novas eleições e Deodoro saiu faltando 14 dias para esse prazo). Mas sobre o governo dele, falamos no próximo resumo (Paulo disse que só viria até a renúncia do Deodoro).

É isso, galera. De História tá tudo aí. Dúvidas, estarei de tarde na escola na quarta-feira. Abraços.

PS1: Não haverá resumos de química. Pelo menos não hoje.

PS2: meus “superiores” pediram que eu fizesse um apelo aqui para que vocês se cadastrem no site do eanki : HTTP://galois.eanki.com.br, que deve entrar em funcionamento até o fim da primeira etapa, segundo eles.

março 16, 2009

Modernidade e Idade Contemporânea

Antes de tudo, quero me desculpar por não ter colocado, no resumo de português, as figuras de palavra que caíram na primeira questão de português. E mais ainda por ter dito num comentário que eu achei que não fosse cair. Mil desculpas. Fico devendo 1,5 pontos na próxima prova.

Agora vamos ao resumo. Parte do Cássio, dividida em uma parte conceitual e uma parte histórica...

Matéria conceitual – Modernidade e Idade Contemporânea

Dá-se o nome de Idade Contemporânea ao período iniciado no final do século XVIII (+- 1780), época de mudanças bruscas e radicais, marcadas com o avanço acelerado e implacável da Modernização em escala global. Mas o que é a modernização? Nada mais é que a passagem da sociedade Arcaica ou Tradicional (religiosa, camponesa e agrária) para a sociedade moderna (industrial, urbana e secular – secularizar é separar a moral religiosa da moral social através da razão). Esse processo se iniciou na chamada Idade Moderna (Renascimento, Grandes Navegações- sécs. XV, XVI), mas foi muito mais acentuado na Idade Contemporânea, marcada pela “Dupla Revolução”:

*Revolução Industrial Inglesa: teve sua arrancada na segunda metade do Século XVIII, com a ascensão burguesa na Europa e com o liberalismo econômico e político (livre-mercado, especialmente). Foi a causadora da hegemonia da Grã-Bretanha na Europa até a 1ª Guerra Mundial.

*Revoluções político-sociais: tanto na Revolução Francesa quanto na Americana, a burguesia ascendeu ao poder político e espalhou os ideais liberais pelo mundo (liberdade, fraternidade, igualdade).

Com o impacto econômico e social da “Dupla Revolução”, a modernização tornou-se muito mais acelerada, especialmente no que diz respeito à industrialização dos países (alguns mais rapidamente que outros, pois a modernização é um processo relativo e variável no tempo e no espaço). Além disso, pode ser um processo forçado, como no Imperialismo, e isso gera movimentos contrários (tradicionais ou reacionários) com uma mentalidade “anti-moderna”.

O modo de produção iniciado e intensificado nesse período e que dura até hoje é o capitalismo, que tem como base a economia de mercado (lei da oferta e procura, o mercado se autorregula), a propriedade privada do capital, o trabalho livre e assalariado e a divisão entre classes econômicas (burguesia capitalista, proletariado). Com o avanço da modernização, da industrialização e do capitalismo, o Ocidente tornou-se, de certa forma, o centro do mundo (econômica e culturalmente).

A supremacia ocidental se estabeleceu com a expansão das grandes potências e o alastramento de sua cultura: do estado liberal, da economia capitalista, do cristianismo. Mas houve fortes impactos sobre outras civilizações como foi no caso do Imperialismo (tendência das grandes potências de criarem grandes impérios coloniais, impondo sua cultura e seu modo de vida em detrimento de culturas já estabelecidas; isso acontecia de maneira muitas vezes taxatória e/ou violenta). África e Ásia foram os que mais sofreram com a ação imperialista de ingleses, franceses e belgas, por exemplo. Mas a aceitação não foi completa nem muito menos pacífica: surgiram diversos grupos reacionários, às vezes até extremistas (como o Talibã).

Também sobre a Modernidade, podemos dividi-la de aproximadamente 1774 a 1914 e de 1914 a 1991. Esses dois períodos são chamados, pelos historiadores, de Longo Século XIX e Curto Século XX, respectivamente. Foram nessas fases que ocorreram os acontecimentos que levaram o mundo à atual conjectura (organização). Para simplificar:

· Longo Século XIX: marcado pelo impacto da “Dupla Revolução” (Industrial + Americana e Francesa); supremacia da Europa no cenário global; Grã-Bretanha como potência hegemônica do capitalismo (maior império colonial e mais industrializada); expansão dos ideais liberais (burgueses) e do sistema capitalista. Época de grande prosperidade econômica e relativamente poucos conflitos entre as potências.

· Curto ou breve Século XX: iniciado com o conflito de 1914 (1ª Guerra Mundial), acabando com o clima de prosperidade e “paz”. Pouco tempo depois, mal o mundo se levanta da 1ª Guerra, vem a 2ª Guerra Mundial em 1939. Isso acabou com a supremacia européia, transferindo o status de potência hegemônica para os EUA. Marcada com o surgimento do socialismo como modelo alternativo ao capitalismo e com a ascensão da Ásia (especialmente Japão e China), tirando a supremacia da Europa.

Como já tratamos de Século XIX no 2º ano, falemos do século XX, mais especificamente das duas guerras mundiais, também chamadas de “Nova Guerra dos Trinta Anos”. Antes, antecedentes históricos que causaram-nas:

· Economia mundial (1870-1914): prosperidade. Não existe melhor palavra pra definir a situação econômica (ao menos das grandes potências, especialmente na Europa). O capitalismo estava expandindo. A industrialização aumentando, os mercados crescendo. O livre-mercado e a redução de taxas alfandegárias aumentaram o fluxo do mercado e o volume de capital. O ouro agora era a unidade básica do comércio (padrão-ouro), criando-se um sistema monetário internacional unificado, o que facilitou a integração dos mercados. A Europa não via tanto tempo de paz entra as potências (“Pax Britannica”: como potência hegemônica, Inglaterra garantia que não se criasse nenhum conflito que ameaçasse seu status).

Para melhorar tudo, veio a Segunda Revolução Industrial (iniciada nos EUA), que trouxe melhorias tecnológicas como o desenvolvimento do motor a combustão, a indústria petroquímica, o automóvel, o telégrafo. Isso tudo intensificou a revolução dos transportes e comunicações, iniciada na Primeira Revolução Industrial. Países mais periféricos (fora do eixo de poder Europa-EUA) começaram a se industrializar, como Japão e Rússia. O imperialismo também foi intensificado: a busca por novos mercados levou à exploração de povos subdesenvolvidos (“exportação” forçada da modernidade). O aumento da competitividade trouxe o desenvolvimento do capitalismo financeiro (baseado no capital e não no comércio), criando organizações como cartéis (empresas que controlam o preço, controlando o mercado), trustes , holdings (empresas maiores que controlam empresas menores, monopolizando o mercado) e favorecendo a exportação de capital (investimento de capital em países subdesenvolvidos com a intenção de expandir mercados).

Além dos fatores positivos, a modernização e o a expansão do capitalismo trouxeram problemas como a assimetria econômica e a conseqüente divisão de papéis na economia mundial: centro (blocos de países desenvolvidos) e periferia (subdesenvolvidos), integrados num quadro de desenvolvimento desigual e combinado (“o rico cada vez fica mais rico e o pobre cada vez fica mais pobre... e o motivo todo mundo já conhece: é que o de cima sobe e o de baixo desce”).

E, como tudo estava indo bem de mais para ser verdade (para as potências em geral), de 1873 a 1896 o mundo passou pela sua “primeira depressão”: como a produção ia ‘muito bem, obrigado’ e a oferta de matérias-primas só aumentava, começou a haver excesso. E, com o excesso e a concorrência que aumentava, os preços começaram a cair. Caíram tanto que começou uma crise de deflação (preços baixos, pouco lucro, falência). As bolsas da Europa e dos EUA começaram a quebrar (graças às “bolhas especulativas” das indenizações francesas pós-Guerra Franco-Prussiana e da euforia ferroviária dos EUA – a crise chegou, os preços das ações caíram e as bolsas foram quebrando; não precisa saber em detalhes).

Em época de crise, adotam-se medidas para se aplacar a crise. E nessas horas é cada um por si: nada mais de livre-comércio e de taxas alfandegárias quase nulas; era hora de se estabelecerem medidas protecionistas para que cada país, por si, tentasse reestruturar sua economia e segurar a crise. Isso gerou atrito na relação econômica de vários países. Mas é importante frisar que, embora estivesse em crise, o comércio continuou crescendo (prejudicando mais os exportadores de matéria-prima – a periferia, que lucrava muito pouco com os baixos preços).

Para acompanhar a crise, em 1876, em especial em países periféricos populosos como Índia, China, Sudão e Brasil, sobreveio uma crise de falta de alimentos, causando a “Grande Fome”. A falta de alimentos pode ser explicada por fenômenos climáticos (El Niño) e produtivos (como os países eram especializados em exportar matéria-prima, a sua produção para o mercado interno não foi capaz de sustentar a população – problema gerado pelo Imperialismo e pela divisão de papéis no mercado internacional).

Apesar dos problemas, que foram em grande parte contornados, a globalização conseguiu se manter forte e se intensificar ainda mais nos 20 anos que antecederam a 1ª Guerra, numa época chamada de “Belle Époque” (fase de grande otimismo e fé no progresso – “a grande aceleração”).

· Organização mundial em 1895 – 1914 (Belle Époque): politicamente o mundo era uma anarquia generalizada – não havia nenhum tipo de organismo que se encarregasse de manter a paz e o equilíbrio de forças entre as potências num cenário de multipolaridade (vários pólos de poder) e de instabilidade. Era marcada pela supremacia européia; as principais potências na Europa eram Grã-Bretanha, Alemanha, França, Rússia, Império Áustro-Húngaro e Itália. Seguindo a Europa de perto estavam EUA e Japão, que disputavam a liderança no Pacífico.

Embora houvesse tal anarquia no cenário mundial, um sistema chamado “sistema de congressos” ou “concerto europeu”, que se baseava na idéia de reuniões de tempos em tempos entre as grandes potências com o objetivo de solucionar crises e evitar conflitos. Tal prática vinha sendo desenvolvida desde o Congresso de Viena em 1814 (que reorganizou a Europa depois de Napoleão Bonaparte), seguindo uma tradição iniciada após a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) no “Sistema de Viena”. (Tal sistema mostrou-se ineficaz, tanto que não conseguiu evitar o avanço da 1ª Guerra Mundial).

Por mais que existissem diversas potências no Continente Europeu, a Inglaterra era sem dúvida A POTÊNCIA, tá ligado?? Melhor e maior marinha, maior império colonial EVER, maior reserva de capitais da galáxia...Maaaas, tinha uma grande defeito: por ser uma ilha e não ser dos mais populosos países, faltava exército à potência hegemônica. Sabendo disso, a diplomacia era a maior arma dos ingleses para evitar conflitos e manter sua supremacia global (“Pax Britannica” – através de mecanismos comerciais e diplomáticos, a Inglaterra mantinha sua posição e evitava o surgimento de concorrentes).

Como creio que a matéria dele só vem até aqui, só farei até aqui. Caso eu esteja errado, o que tem acontecido com frequência, favor avisem-me por comentários para que eu atualize aqui.

Boas provas!

OBS: resumo do Paulo amanhã à noite; talvez algo de química também (similar aos de física).

março 13, 2009

Escolas Literárias e outros

Inicialmente, peço desculpas pelo erro no resumo de geografia: EUA só viraram "superpotência" depois da Segunda Guerra, como bem me corrigiu o George em um dos comentários. Desculpem-me.

Agora, o que interessa. A prova de português vai ter 15 questões, 5 de cada professor. A parte de Literatura (Lacerda) envolve as escolas literárias; a parte de Gramática (Waldson) é baseada nas funções da linguagem e daquele quadro sintático (Quem Fez O quê, Onde, quando...), além da parte de posicionamento de vírgulas; a parte de Texto (Riemma) é de interpretação - uma questão, especificamente, ele pede pra tirar a dubiedade de uma expressão acrescentando palavras (tornar cada significado explícito em uma das transcrições).

Ok, resumindo a parte do Lacerda...


ESCOLAS LITERÁRIAS NO BRASIL

Período Colonial é a fase na história brasileira que vai desde o Descobrimento em 1500 até o início do século XIX, com a Independência (1822). Inicialmente, escritores (escribas e aventureiros) vinham ao Brasil não com o intuito de iniciar uma carreira literária. Muito pelo contrário, o Brasil interessava por suas riquezas naturais, pela sua extensão, pelo selvagem; os colonizadores começaram a estudar e a descrever tais características, relatando fisicamente e historicamente o novo país. Daí surge a primeira divisão literária:
  • Período de Informação - "Quinhentismo" (séc. XVI): não é uma escola literária, pois não há intenção em seguir um estilo; o interesse é de descrever e iniciar um relato histórico da Colônia.
Depois de um bom tempo com interesses apenas de exploração, os portugueses começaram a dar mais foco no Brasil. Ainda não era lá tanto foco, mas pelo menos começaram a traçar planos para o país: Capitanias Hereditárias, Capitães-Gerais comandando as províncias, Jesuítas mandados para evangelizar os índios... Nessa época, na Europa, estava acontecendo a Contra-Reforma: em reação à Reforma Protestante, a Igreja Católica fortalece sua doutrina e expande a ação dos missionários, tentando barrar o avanço do protestantismo e do paganismo nas terras do Novo Mundo. Como braço artístico da Contra-Reforma, surgiu a escola artística Barroca, que tinha como objetivo a pregação da Doutrina e a elevação das almas à Deus. O Barroco, mesmo que tardiamente chegou no Brasil, sendo considerada a primeira escola literária do país:
  • Barroco - "Seiscentismo" (séc. XVII): primeira escola literária, ainda não versava sobre o Brasil, mas foi o início da literatura feita no Brasil. Os principais escritores, como o Padre Antônio Vieira, usavam seus textos como forma de transmissão da doutrina Católica (evangelização dos índios e sermões nas igrejas). Foi uma época de conflitos: conflitos internos das pessoas, que não sabiam como equilibrar fé (Teocentrismo Medieval) e razão (Antropocentrismo Clássico); conflitos externos, entre as doutrinas pregadas. Como resultado, o Barroco não versa sobre temas específicos (fica somente nesse dilema; é chamado de Niilismo temático) e usa de linguagem rebuscada (inversões, figuras de linguagem), indo contra a simplicidade e o racionalismo do período clássico (período anterior ao Barroco na Europa).
Todo movimento artístico ou ideológico, ao longo da História, sempre surgiu em reação ao movimento ou ideologia dominante em sua época. Assim foi com o Barroco: ele surgiu contrariando o racionalismo Clássico e foi sobreposto pelo movimento seguinte que, pela lógica, negava as bases barrocas. Tal movimento foi o Neoclassicismo, ou também chamado de Arcadismo ( o nome vem da mitologia grega: Arcádia era o nome do monte onde vivia o deus Pã, que inspirava os poetas... maior viagem, enfim).

  • Neoclassicismo/Arcadismo - "Setecentismo" (séc. XVIII): foi o início da literatura brasileira propriamente dita (antes, europeus vinham ao Brasil escrever; agora, brasileiros escrevem). Como reação ao Barroco, o Arcadismo negou a linguagem rebuscada, o uso excessivo de figuras, o conflito, o niilismo temático e a valorização do emocional (fé). Em troca, os árcades valorizavam a clareza das idéias ("inutilia truncat", ou seja, corte do que é inútil, uso da ordem direta, sem inversões e poucas figuras), o equilíbrio e, principalmente, a natureza, que era símbolo disso tudo (mas era apenas decorativa, não ativa). A natureza, para o árcade, simbolizava o "locus amoenus" (local ameno, agradável), local de fuga da realidade urbana e inquieta - "fugere urbem" (fuga da cidade), de maneira a aproveitar a vida - "carpe diem" (colhe o dia, aproveita o dia). Mas, como sonhadores, os árcades não fugiam para o local ameno para aproveitar o dia: isso era apenas uma fantasia levada a cabo (realizada) apenas nas palavras. Chama-se isso de sentimento bucólico: vontade de retornar a algum lugar/momento, mas tal desejo não se pode realizar. Os bucólicos Cláudio Manuel da Costa e Tomáz Antônio Gonzaga foram os principais nomes do movimento.
Com a chegada do século XIX, também houve a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil (1808), o que trouxe muitos artistas e incentivos à arte ao país. Com a corte de Dom João e Pedro I, as artes avançaram consideravelmente em relação aos períodos anteriores, ficando mais ligada às influências externas (especialmente européias).

Período Histórico mundial: época de Revoluções burguesas na Europa e nos Estados Unidos. Parte da burguesia ascende ao poder e a nobreza perde o poder político. Isso gera uma atmosfera de sonho: aqueles que têm o poder querem permanecer com ele e aqueles privados do poder sonham a tê-lo de volta. Nesse clima nasce o Romantismo. A escola romântica surgiu na Alemanha em 1774 (Goethe, escrevendo "Werther") e na Inglaterra, sendo que foi a França que assumiu o papel de pólo propagador. A escola romântica, como a árcade, negou a anterior: no lugar da simplicidade temática, voltou a fantasia e a religiosidade, no lugar do racionalismo, veio o sonho, o sentimentalismo, o subjetivismo e o individualismo. A natureza árcade decorativa agora era substituída por uma natureza expressiva romântica, que pode inclusive participar das tramas.

  • Romantismo (1836. 1ª Metade do séc. XIX): primeira escola com sentimento nacionalista (apoio à Independência política) e com temas mais voltados ao Brasil, como o indianismo (criação da imagem heróica e idealizada do selvagem) e o próprio nacionalismo (sentimento de amor à pátria a ao que ela representa). A poesia romântica pode ser dividida em 3 gerações, sendo que as 3 tem em comum o nacionalismo, o indianismo e a mulher, tendo foco diferenciado em cada uma delas:
  1. 1ª Geração: mais nacionalista e mais indianista; principal nome: Gonçalves Dias.
  2. 2ª Geração: geração da Morte, "mal-do-século"; principal nome: Álvares de Azevedo.
  3. 3ª Geração: Social ou "condoreira" (da liberdade - anti-escravista); principal nome: Castro Alves.

Em contraposição à época de sonho, vem uma época urbana. Isso porque na segunda metade do século XIX ocorre a Segunda Revolução Industrial, responsável por levar muita gente às cidades, aumentando a violência, a miséria e todas as mazelas sociais e morais geradas pela exploração e pelo desemprego que só vinham a galope. Não era mais tempo de sonhar. Era tempo de se mostrar a realidade como ela era. Daí surge, na França (1857), o Realismo (obra: Madame Bovary). Os realistas, em reação ao romantismo, eram mais racionais e mostravam a realidade como tal, objetivando seus textos e tratando do presente (o Romantismo sempre buscava o passado). Os realistas faziam de suas obras verdadeiras denúncias da situação caótica da sociedade. Como evolução do Realismo, surgiu também na França (1880), a escola Naturalista (obra: Therèse Raquim). O naturalismo, como evolução do realismo, também tratava de denunciar as mazelas da sociedade, mas de uma forma mais crua e ainda mais direta, mostrando as doenças da sociedade, tratando de mazelas morais. Chegaram ao mesmo tempo no Brasil, ambas atrasadas:

  • Realismo/Naturalismo (2ª metade do séc. XIX): em 1881, com a publicação das primeiras obras, se iniciam Realismo e Naturalismo no Brasil. Como características semelhantes temos: a denúncia da realidade em reação ao Romantismo, a visão objetiva e contemporânea dos fatos, a visão sensorial (baseado nos sentidos e na razão - não mais na emoção e em crenças), a presença de personagens com fundo psicológico (anteriormente as personagens eram lineares, ou seja, apresentarem comportamentos-padrão - agora as personagens são esféricas e sofrem transformações de comportamento durante as obras), a crítica social e a crença na razão (cientificismo, materialismo e determinismo - movimentos baseados na razão que explicam o comportamento do homem no meio). As principais diferenças são:
  1. Realismo: os romances são de tese documental (mostram e caracterizam a realidade), fazem análise psicológica das personagens e o autor sugere (as conclusões são tiradas pelo leitor).
  2. Naturalismo: os romances são de tese experimental (buscam uma reação da sociedade, agem para mudar a realidade), fazem análise patológica das personagens (as mazelas morais e patologias sexuais são denunciadas: prostituição, homossexualismo, etc - o homem é caracterizado de forma animalesca) e o autor mostra (o autor expõe as conclusões, denunciando diretamente a realidade).


Bom, a parte do Lacerda (na minha turma, ao menos) foi até aí.

A parte do Riemma não tem muito como resumir... só é bom dizer que AFIRMAÇÃO é o que se pode ver explícito no texto e INFERÊNCIA é o que se pode concluir a partir da leitura de implícito; PRESSUPOSTOS são leituras de implícito a partir de sinais gramaticais e SUBENTENDIDOS são leituras de implícito a partir de sinais de sentido.

A parte do Waldson também não é muito resumível, até porque ele vai colocar aquele quadro de
Quem - fez - o quê? - quando/onde/por quê?
na prova. Então só vale frisar que NÃO SE SEPARA, COM VÍRGULA, O SUJEITO DO VERBO NEM O VERBO DE SEUS OBJETOS e que quando se desloca o adjunto adverbial (quando/onde/por quê?), a vírgula é obrigatória caso seja em forma de oração ou facultativa caso seja em forma de termo.
TERMO = sem verbo. ORAÇÃO = com verbo. Se for deslocar o adjunto para o meio da oração e a vírgula for necessária, é obrigatório que se usem duas vírgulas, caso contrário a oração fica errada pois ou o sujeito ficará separado do verbo ou o verbo dos objetos por uma vírgula.

Fora isso, a parte de funções da linguagem (pg 511 da apostila) também é tranquila:
  1. Função emotiva: centrada no emissor, no EU. Também chamada de função expressiva. Marcada pelos verbos na primeira pessoa, geralmente do singular. Ex: diário.
  2. Função referencial: centrada no assunto, no O QUÊ. Também chamada de função cognitiva ou informativa. Marcada pela impessoalidade e pelos verbos na terceira pessoa. Ex: jornal.
  3. Função apelativa: centrada no destinatário, no VOCÊ. Também chamada de função conativa. Marcada pelos verbos no imperativo, vocativos e segunda pessoa. Ex: propagandas.
  4. Função fática: usada para iniciar ou testar o canal de comunicação. Ex: Conversa de elevador.
  5. Função poética: centrada na construção da mensagem. Marcada pela escolha de palavras, rimas, sonoridade, construção da frase. Ex: poesias, alguns discursos mais bem trabalhados.
  6. Função metalinguística: centrada no código. Marcada pela explicação do próprio código. Exemplos: Aula de gramática, dicionário, poema sobre como criar poemas, um filme falando sobre como se fazer um filme.

Prova do Giovanni tem características da Narração, da Descrição e da Dissertação. Coisas simples, é só pensar no objetivo de cada uma:
  1. Narração: conta uma história (ficção), utilizando-se de personagens, narrador (que pode ser personagem ou observador), tempo (cronológico ou psicológico - flashbacks, por exemplo) e espaço. Tem um conflito que gera a história, um clímax (apogeu - solução dos fatos/conflitos) e um desfecho.
  2. Descrição: tem por objetivo descrever algo, alguém, algum momento. É "fotografar com palavras", dar uma caracterização de algo sem levar em conta nenhuma ação. Pode ser objetiva (concreta e coletiva - todos tem a mesma visão) ou subjetiva (abstrata e individual - demonstra a opinião do autor). Uso constante de adjetivos (caracterização).
  3. Dissertação: argumentação em torno de um tema. Dar a opinião através de argumentos, de forma aparentemente impessoal. A partir de um tema apresenta-se uma tese e os argumentos devem sustentar a tese (opinião sobre o assunto/tema). Uso da terceira pessoa (marca de impessoalidade).
E, além disso, há questões discursivas na prova de redação. Uma delas é sobre o aquecimento global, que todos já estamos de saco cheio de discutir. A outra, entretanto, é sobre um discurso do Obama sobre paternidade. Link para uma visão geral do discurso: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u412741.shtml


É isso, galera. Foi mal a demora no resumo. Os próximos eu tento passar com mais antecedência. Abraços! Boas Provas.






março 09, 2009

Questão Palestina

Dá-se o nome de Palestina à região do Oriente Médio atualmente formada pelo Estado de Israel e pelos territórios árabes da Faixa de Gaza e Cisjordânia. Tal lugar já foi (e continua sendo) palco de grande tensão no cenário internacional por causa da disputa de terra entre judeus e árabes, ambos os grupos reivindicando o território integral como sendo do direito exclusivo de apenas um deles.Voltemos no tempo para analisar a origem dessa disputa.

  • Século I d.C.: A Palestina é invadida pelo Império Romano, o que causa a fuga em massa de judeus para a Rússia e para a Europa. Tal dispersão foi chamada de Diáspora dos Judeus.
Nos lugares aonde se instalaram, com seus bancos e "lujinhas", os judeus prosperaram economicamente (pleonasmo) e acabaram irritando a economia de certos países. O primeiro exemplo disso foi na Rússia do século XIX, onde o tzar ordenou um massacre sem precedentes de judeus. A irritação não vinha só dos russos, mas dos europeus em geral. Esse clima de "ninguém-me-quer" levou os judeus a voltarem para a sua pátria, no chamado Movimento Sionista. Mas, quem estava no território? Não eram os romanos, mas os árabes, ocupando quase que a totalidade da Palestina. O clima de disputa de terras já começou aí.
Depois da Primeira Guerra Mundial, com o fim do império turco-otomano, que controlava grande parte do Oriente Médio, a Palestina virou um território sob comando britânico (a partir de 1922). Em 1947, depois da Segunda Guerra, a Inglaterra estava com o orçamento apertado e, não mais conseguindo bancar territórios como o Palestina, deixou ao encargo da ONU a região.
  • Assembléia de Partilha da Palestina: a ONU, em 1947, tendo em vista a incapacidade dos ingleses de manterem a Palestina e em "indenização" aos judeus por tudo que perderam na Segunda Guerra (Holocausto), tomou o território da Palestina e dividiu entre Árabes e Judeus, deixando os Árabes com Gaza e Cisjordânia e os Judeus com a área central (e Jerusalém como área internacional).
Num clima de iminente Guerra Fria e EUA e URSS lutando por áreas de influência, logo logo os dois povos da Palestina se aliaram a cada um dos lados: os árabes ao lado da URSS comunista e os judeus ao lado dos EUA capitalista, que sempre investiram pesado nesse aliado em meio a um mar de árabes.

  • Com a partilha feita, os britânicos puderam deixar a área em 14 de maio de 1948. Nesse mesmo dia, árabes e judeus se declararam guerra, na chamada Guerra de Independência ou 1ª Guerra Árabe-Israelense. Depois de 8 meses de guerra, EUA e URSS intervieram para a assinatura de um cessar-fogo. Como os judeus já ocupavam 68% de Gaza e Cisjordânia, foram declarados vencedores e, quase imediatamente, se auto declararam independentes da ONU, criando o Estado de Israel (capital: Tel Aviv). É com a guerra também que se inicia o movimento da Diáspora Palestina (dos árabes).

  • Cerca de 19 anos depois da 1ª Guerra Árabe-Israelense, se inicia na região outra guerra entre (adivinha) árabes e judeus. Mas, dessa vez, houve participação do Egito e da Síria do lado dos árabes, que, mesmo assim, não foram páreos para as forças de Israel (exército mais bem treinado do mundo). Israel, nessa guerra, chamada de Guerra dos Seis Dias (06/1967) ou 3ª Guerra Árabe-Israelense, ocupou a área que faltava de Gaza e Cisjordânia, além de Golãn (que era da Síria, estrategicamente importante por causa do estoque de água doce), da Península do Sinai (área pertencente ao Egito, importante lugar de passagem de mercadorias e petróleo - Canal de Suez) e de Jerusalém oriental (pertencente à Jordânia anteriormente). Para assegurar a ocupação de Gaza e Cisjordânia, o governo de Israel ordenou a implantação de assentamentos civis nos dois territórios.

  • Síria e Egito, que ficaram ressentidos com a perda de Golãn e do Sinai (respectivamente), tentaram uma represália contra Israel seis anos depois, em 1973. O dia escolhido para o ataque-surpresa havia sido o dia do Yom Kippur, um feriado judaico (os soldados patrulhando os territórios árabes eram em menor quantidade). A guerra ficou conhecida como Guerra do Yom Kippur ou 4ª Guerra Árabe-Israelense. Israel sofreu um baque, mas logo revidou, bombardeando as bases aéreas da Síria e do Egito e mobilizando as tropas em solo para assegurar que os territórios ocupados não seriam retomados por sírios e egípcios, que tiveram que recuar. A guerra durou 16 dias, de 5 a 21 de outubro.
Como forma de reprimir Israel pela derrota árabe no Yom Kippur, os árabes (maioria na OPEP - Organização dos Países Exportadores de Petróleo) elevaram o preço do barril de petróleo em 314% (de U$2,70 para U$11,20), o que começou uma crise mundial de importação/exportação de petróleo.

Parênteses: o Brasil, país que importava cerca de 80% do petróleo que utilizava (país rodoviarista), entrou em período de recessão econômica, com o aumento galopante da dívida externa (juros altíssimos) e da inflação (aumento constante de preços no mercado - desvalorização da moeda).

Em 1979, com Jimmy Carter na presidência dos EUA, foram assinados os Acordos de Camp David (residência de "campo" dos presidentes dos EUA) entre Israel e o Egito, planejando a devolução do Sinai ao Egito.

O Egito, que na época era líder da Liga dos países Árabes, foi duramente criticado pelos demais componentes da Liga por negociar com o "satã" (Israel e EUA), sendo expulso da chefia da Liga Árabe. Um egípcio radical, contrário aos acordos de paz, assassinou o presidente do país.
Para piorar o momento de tensão, também em 1979, estourou no Irã a Revolução Islâmica, que derrubou o Xá Rezah Parlev (pró-EUA) e elevou ao poder o clero, na figura do Aiatolá Khomeini (radical islâmico). Com isso, o Irã se proclamou inimigo do Ocidente cristão e de Israel.

Com idas e voltas em batalhas e tréguas, em 1993 foi eleito em Israel o primeiro-ministro Yitzhak Rabin, do Partido Trabalhista (mais liberal, contrário ao Likud - extrema direita). O slogan do partido era "Terras em troca de paz", o que em si já indicava um possível avanço na negociação da cessão de terras para os árabes palestinos de Gaza e Cisjordânia. Na mesma época, foi eleito para a OLP (representação dos árabes-palestinos) o egípcio Yasser Arafat (que passou maior parte da vida entre palestinos).

  • Já no ano de 1993, Rabin e Arafat sentaram-se para a concretização de acordos de paz. O primeiro acordo realizou-se na capital da Noruega e levou o nome da cidade: Oslo I (09/93). Suas diretrizes eram a devolução da Faixa de Gaza à OLP (com autonomia limitada/parcial) e a devolução da cidade de Jericó (da Cisjordânia). Dois anos depois, em setembro de 95, novamente em Oslo, foi assinado o acordo Oslo II, que determinada a devolução de 40% da Cisjordânia à ANP (Autoridade Nacional Palestina, ex-OLP, presidida por Arafat).
Ao voltar pra casa depois do "passeio" na Noruega, o primeiro-ministro Y.Rabin foi assassinado por um rebelde israelense (provavelmente morador da parte da Cisjordânia que fora devolvida aos árabes). Com o assassinato de Rabin, os acordos ficaram em pausa. Foram convocadas, então, eleições em Israel. O partido vencedor, o Likud (de extrema direita), elegeu o primeiro-ministro Benjamin Nethanyahu (1996). Cumprindo as promessas de campanha, Nethanyahu agiu severamente contra os árabes, desconsiderando os tratados de Oslo e remilitarizando as zonas de Gaza e Cisjordânia.

Em 2000 foram convocadas novas eleições, nas quais o Likud novamente prevaleceu, elegendo o enigmático Ariel Sharon, que prometera ter punho firme contra os árabes. Realmente, foi tão severo que mandou prender Yasser Arafat por este ser ligado ao terrorismo. Preso e em péssimas condições de saúde, Yasser é mandado em 2004 para a França para receber tratamento médico. Não aguenta e morre em novembro. São convocadas eleições para a ANP, ganhando Mahamu Abbas, do partido Fatah. Assim que Abbas assume, Sharon e ele negociam a desativação dos assentamentos de Gaza, reivindicação principal de Arafat antes de sua morte.

Matéria dada até aqui. Qualquer atualização, faço amanhã antes das 20:00.

Atualmente no poder em Israel: Likud, elegendo novamente Nethanyahu. Na ANP quem lidera é o grupo com braço armado terrorista Hamas.


**As guerras pulam de 1ª guerra árabe-israelense pra 3ª, pois a 2ª envolve outro tipo de conflito, em especial com o Egito, e só vai ser tratado com o F. Mendes depois.

Boas provas!

  • Plantão terça-feira de física/geografia no prédio azul, de 14 às 19 horas!!!





Física - Eletrostática

Galera, é o seguinte: estas fotos abaixo são de um resumo da parte de eletrostática que eu fiz num plantão. Como são muitas fórmulas e figuras e a paciência e o tempo pra digitar eu não tenho, vai por imagens mesmo. Pra visualizar com mais zoom, só clicar nas imagens.


Capítulo 1: Conceito de Carga Elétrica e Carga Elementar




Capítulo 2: Processos de Eletrização








Capítulo 3: Coulomb e a analogia das leis de gravitação universal de Newton




Capítulo 4: Teoria e fórmulas de Campo Elétrico



Aqueles que quiserem/puderem, amanhã estarei dando um "plantão" similar a esse no período da tarde, no prédio azul. Além de física, geografia também será explicada com detalhes. Valeu e boas provas,
Mateus Félix

PS: o resumo do Edilberto acabou de ser atualizado e revisado de acordo com a matéria que o professor encerrou nas turmas; o resumo do F. Mendes deve estar aqui no blog até, no máximo, meia-noite de hoje.

março 08, 2009

Capítulo 19 - O Sistema Mundial

ATUALIZADO 20:00 DO DIA 09/03 COM O FINAL DA MATÉRIA

Só frisando: galera disse que tá muito grande e etc. Enfim, essa matéria tem grande parte dela no livro, mas eu dei uma detalhada porque muitos não tem esse livro e menos ainda copiam o caderno do Edilberto (mais difícil ainda quem copia o que ele fala). Então para aqueles que acham muito grande, sugiro que olhem a partir do tópico SURGIMENTO DA GUERRA FRIA.
Valeu,
Félix.



Melhor que "O Sistema Mundial", o título para esta matéria deveria ser "A Guerra Fria", pois é o ponto base para se compreender o Sistema Mundial atual. E para entender a Guerra Fria propriamente, devemos analisar o contexto global desde o cenário da Primeira Guerra Mundial.


A situação da Europa pré- primeira guerra era de prosperidade econômica e de expansão comercial, o que ocasionou um clima de competição por mercados (em especial com Alemanha e Itália, que acabaram de se unificar e necessitavam expandir-se). Começou uma corrida por áreas de influência (imperialismo) e armamentista (em especial entre Alemanha e Inglaterra, países mais industrializados). Com a morte do arqueduque Ferdinando na Bósnia, iniciou-se a guerra. Durando de 1914 a 1918, a guerra deixa a Europa devastada; França, Inglaterra e Estados Unidos saem vitoriosos, EUA saem como superpotência e ajudam na reconstrução, Alemanha sai perdedora e tendo que pagar com parte do território e desmontando as forças armadas (Tratado de Versailles); a Rússia saiu um ano mais cedo, em 1917, pra consolidar as Revoluções Socialistas e derrubando o czar (assume Lênin).



Com a Europa quebrada (incluindo os vencedores), os EUA se prontificam a dar auxílio na reconstrução, aumentando relativamente a produção e o mercado externo. Mas os EUA não contavam que os europeus iam se levantar tão rapidamente do tombo. Tanto que 11 anos depois do fim da Guerra, a Europa já não importava tantos produtos dos EUA, o que aumentou consideravelmente os estoques americanos (crise de superprodução), levando à Depressão ou Crise de 1929.



Pulando mais 10 anos, vamos para a Europa de 1939. Alemanha com Hitler no poder e recuperando seu poderio militar, contrariando o Tratado de Versailles, os alemães não abriram mão de suas forças armadas; sabendo disso, ingleses, franceses e americanos fizeram vista grossa pois acreditavam que a Alemanha usaria suas forças contra o comunismo de Stalin. Liderando o Partido Nazista e baseado na teoria do "espaço vital", Hitler começou a expandir o território alemão: anexou a Áustria e a Polônia, fazendo um acordo para não atacar Stalin e vice-versa. A Itália, liderada pelo fascista Mussolini, também avançou contra territórios como a Iugoslávia e a Grécia. França, Inglaterra e, posteriormente, Estados Unidos, se mobilizaram para deter o avanço alemão na Europa. Os EUA entraram na guerra depois do ataque japonês à base naval de Pearl Harbor (único ataque a solo americano), lutando inicialmente no Pacífico e depois na Europa. A Rússia entrou na guerra no momento que Hitler quebrou o acordo e invadiu o país. Depois de um bom tempo levando taca dos nazistas, os soviéticos conseguiram uma série de vitórias e foram, num ritmo assustador, forçando o recuo do exército alemão, até a invasão de Berlim e a rendição da Alemanha. A guerra enfim acaba com a rendição do Japão após ser bombardeado em Hiroshima e Nagasaki pelas bombas nucleares dos americanos. Europa, Japão e Rússia terminaram a guerra devastados. Apenas os EUA saíram sem um baque muito forte.



Uma série de conferências foi feita entre países durante e depois da Guerra, entre elas:



  • Teerã (1943): no meio da guerra; não definiu diretrizes, mas alertou os países sobre o avanço de Stalin sobre a Europa Oriental e a implantação autoritária do socialismo.

  • Yalta (02/1945): perto do fim da guerra, a conferência foi para definir o futuro da Europa Oriental, sendo que Stalin prometeu dar escolha aos países quanto aos regimes que iriam seguir depois da guerra, mas nada feito.

  • San Francisco (05/1945): criação da ONU, em substituição à Liga das Nações, criada no fim da 1ª Guerra, que não tinha sido eficaz e não englobava muitos países.

  • Potsdam (07/1945): já terminada a guerra, a conferência reuniu os vencedores (EUA, Rússia, França e Grã-Bretanha) e definiu o pagamento das indenizações, dividindo a Alemanha em 4 zonas de influência, proibindo o Japão de ter forças armadas e cobrando o pagamento de multas dos italianos.

  • Bretton Woods: delineou as estruturas econômicas globais do pós-guerra. Criou o FMI (fundo monetário internacional com função de fiscalizar a ajuda a países subdesenvolvidos), o GATT (futuro OMC, responsável por regular o comércio internacional, tarifas, etc), o BIRD (banco mundial; cuida de empréstimos a países) e estabeleceu o padrão Ouro-Dólar (o dólar agora seria uma alternativa às trocas internacionais), que foi abandonado futuramente.

Agora, o que realmente interessa...



SURGIMENTO DA GUERRA FRIA



Que foi a Guerra Fria? Foi a divisão do mundo em dois grandes pólos de influência, cada um liderado por uma das grandes potências: a URSS, socialista, junto com o Leste Europeu e parte da Ásia e os EUA, símbolo máximo do capitalismo, juntamente com as Américas (menos Cuba), a Europa Ocidental e parte da Ásia e África. Desde o fim da Segunda Guerra, certos acontecimentos criaram a tensão necessária para o início do conflito. Entre eles, podemos citar:



  • 1946 - Discurso da "Cortina de Ferro": o primeiro-ministro inglês Winston Churchill, num discurso nos EUA, denunciou abertamente a ação de Moscou na Europa Ocidental através da implantação indiscriminada e totalitarista do socialismo como regime de governo, criando o que ele chamou de "Cortina de Ferro", que descia dos Montes Urais ao Mar Báltico. Além de denunciar os "males" do socialismo (contrário à liberdade individual e à iniciativa privada, por exemplo), o discurso foi um pedido implícito aos EUA... Algo do tipo: "Yo, nigga, what the hell?! Look at this shit!!". (traduzindo: "Caros americanos, precisamos de sua ajuda para deter os comunistas no Leste Europeu").

  • 1947 - Lançamento da Doutrina Truman: preocupado com a influência visível do ideal comunista no mundo ocidental, o presidente americano Truman, num discurso no Congresso, pediu autorização para a implantação de bases militares na Europa e lançou um pacote de medidas sociais e econômicas que servissem para conter o avanço comunista (política de contenção). A partir dessas medidas, surgiram posteriormente os planos Marshall (ajuda econômica à Europa Ocidental), Colombo (também de ajuda econômica), a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte, pacto militar com a Europa e o Canadá), a SEATO (pacto militar com países asiáticos e africanos) e o ANZUS (pacto militar com Austrália e Nova Zelândia).
Em resposta a esses planos/pactos, a URSS lançou planos análogos posteriormente, como o COMECON (plano econômico entre os países do grupo socialista) e o Pacto de Varsóvia (pacto militar soviético).





  • 1948 - Bloqueio de Berlim: a zona ocidental da Alemanha começou a ser abastecida com uma nova e forte moeda, o marco, que acabou chegando à Berlim Ocidental e influenciando psicologicamente o lado Oriental. Moscou ficou vermelha (mais ainda) de raiva e bloqueou todas as vias terrestres de abastecimento de Berlim, gerando grande tensão entre os dois lados. Depois de 11 meses de bloqueio, Stalin cedeu à pressão ocidental e levantou o cerco.

  • 1950 - Guerra da Coréia: a Coréia, desde o fim da Segunda Guerra, estava dividida em Coréia do Norte (influência soviética) e Coréia do Sul (livre e capitalista), separados pelo paralelo 38ºN. O exército chinês de Mao Tsé-Tung (líder comunista) ocupou a porção Norte da ilha, apoiado pelos russos, em 1949. No ano seguinte, os líderes comunistas decidiram iniciar a tentativa de reunificação das duas Coréias, invadindo a capital sul-coreana Seul. Os EUA, com apoio da ONU e do exército das Nações Unidas, organizaram a retaliação. Avanços e recuos dos dois lados, foi assinado um tratado de paz, mas esse não surtiu efeito. A guerra só terminou em 1953, quando a tensão nuclear impediu o avanço de ambos os lados (os russos tinham concluído com sucesso os testes com a sua bomba de Hidrogênio), causando o armistício (ambos os lados voltaram às posições de antes da guerra). O país continua dividido até hoje pelo paralelo 38.

Com o fim da Guerra da Coréia, a bomba atômica soviética e a morte de Stalin em 53, a Guerra Fria era uma realidade.



SITUAÇÃO DA URSS





  • Morte de Stalin em 1953: com a morte do líder soviético, sobe ao poder na URSS Nikita Khrushchov (para simplificar, só Kruschov). Já no início de seu governo, Kruschov condena os crimes do stalinismo e começa a dialogar com os capitalistas, propondo uma coexistência pacífica entre as potências (política de distensão).

  • Crises internas: por mais que Kruschov tenha mencionado uma "coexistência pacífica", isso era um luxo apenas entre inimigos externos. Conflitos internos foram muito comuns e fortemente combatidos por Moscou, pois existiram muitas tentativas locais de flexibilização do regime socialista. As crises mais notáveis foram:


  1. Revolução Húngara de 1956: vendo que o governo e a população da Hungria estavam preparando uma revolução, Moscou substituiu o líder de estado, nomeando Imre Nagy. Inicialmente, Nagy apaziguou a revolução, mas com o tempo ele foi atendendo às reivindicações populares e flexibilizando o regime. Sabendo disso, Kruschov mobilizou as tropas para invadir Budapeste. Nagy então se retira do Pacto de Varsóvia e pede ajuda à ONU. Com isso, as tropas do Pacto de Varsóvia invadem e tomam a cidade, matando Nagy e cerca de 20.000 civis húngaros, colocando um simpatizante de Moscou no poder.

  2. Rompimento Sino-soviético: divergências entre Pequim (Mao Tsé-Tung, stalinista e antiocidente) e Moscou (Kruschov, antistalinista e conciliador) fizeram com que a China deixasse de ser aliada da URSS. Dos motivos, podemos citar o programa nuclear chinês, que feria a hegemonia soviética no ramo e o alinhamento de Laos e Camboja com a China. (Polpot: ditador do Laos, maoísta -a favor de Mao, queria instalar o Khmer, ou Império Vermelho, implantou regime ditatorial que matou uma penca de gente.)

  3. Muro de Berlim, 1961: Moscou manda levantar um muro separando Berlim Ocidental de Berlim Oriental, impedindo a passagem de pessoas/mercadoria/dinheiro de um lado para o outro, evitando influências maiores por parte do lado ocidental. Se tornou no símbolo máximo da Guerra Fria.
  4. Crise dos mísseis em Cuba, 1962: talvez um dos episódios mais tensos da Guerra Fria. Cuba, que desde a subida ao poder de Fidel Castro, em 1959, era uma espécie de vitrine do socialismo (a URSS bancava um modelo de vida maravilhoso em Cuba), virou palco de uma crise militar: em 62 os EUA descobriram bases para lançamento de mísseis soviéticos na ilha e o presidente Kennedy ordenou que a ilha fosse cercada militarmente até que os russos desativassem as bases. Depois de negociações bilaterais, as bases foram desmontadas.
  5. Primavera de Praga, 1968: o líder tcheco (Tcheco?!) Alexander Dubcek iniciou um processo que chamou de "desestalinização" da Tchecoslováquia, abrindo o país para influências externas e dando mais liberdade política aos cidadãos. O líder soviético na época era Brejnev (que liderou a URSS de 1964 a 1982), que também acreditava na Distensão de Kruschov e no abafamento de crises internas; sendo assim, Brejnev mandou as tropas do Pacto de Varsóvia à Praga (capital tcheca), detendo Dubcek. A resistência foi de certa forma pacífica, pois a população era instruída a desorientar os invasores, que acabaram saindo sem fazer tantos estragos.
  6. Polônia, 1980: grupos de poloneses (incluindo na época o futuro Papa J. Paulo II), criaram um movimento pró-independência Solidariedad, que conseguiu resistir à pressão de Moscou e elegeu, em 1989, o liberal Lech Walessa, prenunciando o fim da influência comunista-soviética no Leste Europeu.




Ah, uma observação importante sobre os países da URSS: Albânia e Iugoslávia não foram forçadas por Moscou a adotar o socialismo. Nesses países, os governantes Tito (Iugoslávia) e Hoxa (Albânia) expulsaram os nazistas e fascistas sem ajuda do exército vermelho (russos) e adotaram o socialismo por iniciativa própria.



Outra coisa: um termo muito usado para denominar os países da URSS além da Rússia é "satélites de Moscou", indicando sua influência direta das ordens do Kremlin.



Boa prova!



Erros no resumo ou informação confusa, só comentar que eu corrijo!

Abaixo, mapa da Europa no pós-Segunda Guerra: