· Estou postando esse resumo com Clima do Brasil e aspectos que geralmente estão relacionados ao clima, como solstício e equinócio, afélio e periélio, determinação das estações e por aí vai. Se virem que vai muito além do que o F.Mendes falou em sala, só desconsiderem.
O Brasil pode se orgulhar de ser o único penta-campeão no futebol, o único que tem um professor de geografia como o nosso e país que é mais tropical dentre todos os países (não precisa dizer que é do mundo porque todos os países são do mundo). Nesse nosso grande território localizado majoritariamente entre o Equador e o Trópico de Capricórnio, temos o clima tropical (subdividido), o clima semi-árido, o clima sub-tropical e o equatorial. Vejamos suas características:
1. Semi-árido: clima da região do sertão nordestino e do norte de Minas Gerais, caracterizado pelo baixo nível de pluviosidade (poucas chuvas) concentrado em épocas incertas – pode ficar sem chover durante um bom tempo no sertão. Por mais seco que seja, o semi-árido nordestino ainda pode ser caracterizado como o semi-árido mais chuvoso do mundo, se comparado a desertos africanos e chineses. A temperatura média durante o ano é alta e não “vareia” muito (baixa amplitude térmica).
2. Sub-tropical: clima da região sul, tem muita influência das frentes frias do Atlântico Sul. Verões muito quentes e invernos muito frios (alta amplitude térmica), chuvas intensas mas bem distribuídas. Temperatura média de 20º ao longo do ano.
3. Equatorial: é o do extremo norte e da Floresta Amazônica. Média de temperatura muito alta, com baixa amplitude. Chuvas o ano todo, contando com a chuva da evapotranspiração da floresta (sempre quente e úmido, registra as cidades com maior índice pluviométrico do país, chovendo até 300 dias por ano).
4. Tropical: é o presente na maior parte do Brasil (Sudeste, Centro-Oeste, parte do Norte). Divide-se em:
- Tropical de altitude: localizado nas regiões serranas do Sudeste (desde Diamantina-MG até a Serra do Mar-RJ/SP). Inverno rigoroso e verão ameno, baixa amplitude térmica – influência das massas de ar frio do sul. No inverno ocorrem geadas e no verão as chuvas são intensas.
-Tropical úmido ou atlântico: presente por toda a extensão da costa brasileira, é caracterizado pela constante umidade (chuvas constantes; mais intensas no verão do Sudeste e no inverno do Nordeste) e pelas altas temperaturas no verão; inverno ameno (baixa amplitude térmica com médias de 40º no verão e 20º no inverno).
-Tropical (propriamente dito): na maior parte do Planalto Central, caracteriza-se por verão chuvoso e inverno muito seco, com baixa amplitude térmica e índice pluviométrico médio normal (muito seco no inverno e muito chuvoso no verão: na média fica tudo médio).
Aspectos geográficos que interferem no horário, no clima e nas estações do ano...
Iluminação Solar – Determinação de Horários e Estações
· Fuso Horário
Em 1884 foi feita uma reunião entre os principais países desenvolvidos para resolver a questão da padronização dos horários. A solução a que chegaram foi dividir os 360° da circunferência terrestre em fusos de 15° cada um. A diferença entre cada fuso seria de uma hora, perfazendo 24 horas numa rotação/dia (24 fusos). Sendo assim, pegaram o Meridiano de Greenwich para ser o horário padrão (hora “zero” – GMT: Greenwich Mean Time = Hora Média de Greenwich). A 180º, no ponto oposto a Greenwich (anti-meridiano), temos a Linha Internacional da Data – quando um avião cruza a linha da data no sentido leste-oeste, ele avança um dia (meio confuso, mas não esquenta com isso não). Como a rotação da terra é no sentido leste-oeste (o sol “nasce primeiro” no Japão), os horários a leste de Greenwich (Oriente) são adiantados em relação à GMT e os horários a Oeste (Ocidente) são atrasados em relação à GMT, daí dizer que o horário do Brasil, que está a oeste, é GMT – 3 (3 horas a menos que Greenwich).
Os fusos foram determinados astronomicamente, ou seja, considerando a terra como um astro esférico, não levando em conta os países – essa demarcação é a demarcação teórica. Na prática, cada país pode alterar os traçados dos fusos para melhor adequar seu território às variações de horário (fusos com mais ou menos de 15°). No Brasil, por exemplo, temos adaptações aos fusos teóricos que tentam enquadrar a maior quantidade de estados dentro de um único fuso (aconteceu com as “bordas” ocidentais dos estados do Sul e com as “bordas” do litoral do Nordeste). Dentro de um fuso, sendo ele teórico ou prático, não há variação de horário – por isso é interessante ter o maior número possível de estados com o mesmo fuso: como a economia baseia-se no horário oficial, ter os estados com a hora oficial ajuda na coordenação da prestação de serviços e no comércio, além da própria produção industrial.
As mudanças que ocorreram no Brasil, em 2008, são com o intuito de acabar com alguns fusos teóricos e juntar o máximo de estados no fuso GMT -3, que é o de Brasília (hora oficial do país). Antes, tínhamos 4 fusos (Fernando de Noronha GMT -2; Brasília e maior parte dos estados GMT -3; Amazonas e outros estados GMT -4; Acre GMT -5). Agora, o fuso do Acre foi extinto (e ainda dizem que o Acre existe! Num tem nem horário estabelecido…) e unido ao fuso GMT -4; assim, a máxima diferença de horário em território brasileiro é entre Acre e Fernando de Noronha, com 2 horas de diferença, e uma hora de diferença com Brasília (2 com o horário de verão). Há um projeto para unificar todos os 3 atuais fusos no fuso GMT -3 de Brasília.
· Horário de Verão
Como podemos bebericar da sabedoria do Fernando Mendes, todos sabemos que a história “horário de verão é pra economizar energia” é lenda! Sim, a instituição do horário de verão economiza energia (pouca), mas o objetivo do horário de verão nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste é evitar o que ocorreu há 7 anos em todo o território nacional: um apagão. O apagão é uma queda da distribuição de energia causada por uma sobrecarga no sistema elétrico (sistema este que é deficiente e se concentra em algumas linhas principais no Sul e Sudeste, regiões de maior demanda). Nordeste e Norte não alteram consideravelmente a demanda nos horários de pico, por isso não é aplicado o horário de verão.
Para evitar a sobrecarga, diminui-se a demanda. Como? Instituindo em alguns estados uma mudança de horário durante o verão, época de maior produtividade das indústrias (maior demanda) e de maior consumo da população. A mudança no horário faz com que o pico de consumo (horário em que se consome mais) das indústrias não coincida com o pico de consumo da população (com uma hora a mais de iluminação solar, a iluminação pública, por exemplo, é adiada das 19h para as 20h, não mais coincidindo com o horário de funcionamento das indústrias, que vai até 19h). A economia de energia vem com essa “hora a mais” de iluminação solar, que evita o gasto com iluminação pública e doméstica.
· Solstício e Equinócio – determinação das estações
A Terra gira em torno do Sol e em torno de si mesma ao redor de um eixo imaginário. Tal eixo se desloca durante o ano, causando variações na iluminação solar em algumas regiões do planeta (olhar figura da página 48). Vamos considerar que, ao invés da Terra, quem se desloque seja o Sol, apenas por uma questão de referencial… Quando o Sol está “alinhado” com a linha do Equador, toda a Terra (hemisférios Norte e Sul) tem iluminação igual, o que acontece por volta dos dias 23 de setembro e 22 de março e chamamos de Equinócio. As datas dos Equinócios determinam o início das estações intermediárias: primavera (pré-verão) e outono (pré-inverno).
Ao passar pelo Equador, o Sol continua se movendo para os trópicos. Ao chegar ao trópico de Câncer, geralmente dia 21 de junho, temos o verão no Hemisfério Norte (maior proximidade do sol) e inverno no Hemisfério Sul (mais afastamento do sol). Seis meses depois, deslocando-se para o sul e depois de passar pelo Equador (equinócio), o Sol alinha-se com o trópico de Capricórnio geralmente no dia 21 de dezembro. Nessa situação, com o Sol mais próximo do Hemisfério Sul, é verão; no Norte, mais afastado do Sol, temos inverno. Essas duas situações nas quais o Sol ilumina mais desigualmente a Terra são chamadas de solstício, que podem ser de verão ou de inverno. Para o hemisfério Norte, o Solstício de Verão é dia21/06 e o de Inverno é dia 21/12; o contrário acontece para o hemisfério Sul: Solstício de Verão dia 21/12 e de Inverno dia 21/06.
Os Solstícios também ajudam a acabar com a lenda de que os pólos passam 6 meses no escuro total e 6 meses com iluminação completa – quando o Sol está no Trópico de Câncer (21/06), a curvatura da Terra impede que chegue luz ao Pólo Sul e faz com que, durante o Solstício, o sol apareça 24h no Pólo Norte. O contrário acontece no fim do ano (21/12), quando o Sol atinge Capricórnio: dia de 24 horas no Pólo Sul e escuro total no Pólo Norte. Com o movimento do Sol (do eixo da Terra), a iluminação nos pólos vai aumentando/diminuindo gradativamente (dias com durações diferentes).
· Afélio e Periélio
Na sua órbita elíptica (não é epilética) ao redor do Sol, a Terra passa perto do Sol durante certo período (periélio) e mais distante dele durante outro período (afélio). Periélio e afélio não explicam estações nem durações do dia – explicam apenas a instabilidade climática do Hemisfério Norte e a estabilidade do Hemisfério Sul. Como? Nas mudanças de afélio e periélio, a Terra sofre intensidades solares distintas (mais forte no periélio e mais brando no afélio). Terras (áreas continentais) esquentam mais que oceanos. Sendo o Hemisfério Norte constituído de muito mais terras que águas, ele “esquenta” mais no periélio e “esfria” mais no afélio (em relação ao Sul), o que causa uma grande variabilidade térmica (instabilidade, furacões, verões muito quentes, invernos muito frios).
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